Diretora de RH
conta segredos que levaram a companhia a conquistar 94% de satisfação dos
colaboradores, mesmo durante a pandemia. E o melhor: podem ser implantados em
empresas de qualquer setor e de todos os portes
Uma boa gestão de pessoas é um diferencial capaz de
fazer com que as empresas se tornem cada vez mais bem-sucedidas, não apenas
pelo que produzem, mas também pela manutenção de um de seus principais ativos:
o capital humano e intelectual. Organizações com colaboradores satisfeitos e
motivados são capazes de manter em alta a sua produtividade, mesmo em tempos de
crise - isso porque o turnover é um dos maiores vilões dos departamentos de RH
e financeiro de uma organização. "Combater o turnover das empresas é um dos
grandes desafios para construção da produtividade no Brasil”, afirma o
economista José Pio Martins, reitor da Universidade Positivo.
De acordo com a diretora de Gente & Gestão (RH)
da Tecnobank, Michaela Vicare, conquistar e manter a satisfação dos colaboradores
é um processo lento e gradual, e deve ser um desejo comum de todas as
lideranças, uma visão que faça parte do DNA da empresa. Com 94% de satisfação
de seus funcionários, a Tecnobank, mesmo com 100% da equipe em home office
desde o início da pandemia, não teve queda de produtividade e, ainda assim,
acaba de receber o selo Great Place to Work (GPTW), que reconhece as boas
práticas realizadas para que colaboradores tenham sempre um bom ambiente de
trabalho.
Para a diretora, algumas posturas são fundamentais
para manter colaboradores sempre satisfeitos e motivados. São práticas que
podem ser implantadas por qualquer empresa, das maiores às menores. Michaela
cita algumas delas:
1. Pessoas em primeiro lugar
As pessoas sabem quando a empresa coloca os
colaboradores no centro do negócio e se preocupa genuinamente com eles.
Trata-se de buscar entender suas preocupações e trabalhar, realmente, pelo seu
bem estar. "Comece fazendo aquilo que você acredita que faz bem para o seu
colaborador. Entenda, atenda e ouça as necessidades dos funcionários",
recomenda a diretora.
2. Regras claras
Independentemente do porte da empresa, nem sempre
os trabalhadores sabem o que seus líderes esperam. Essa falta de comunicação
impede a conexão com a empresa. "Deixe bem claros os valores, propósitos,
missão e visão da companhia, assim como as regras de conduta e o código de
ética. Assim, os colaboradores saberão o que se espera deles e se esforçarão
para fazerem o melhor", recomenda.
3. Salário não é tudo
Remuneração não é a única forma de satisfazer o
colaborador. Dados do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) divulgados este
ano mostram que 40% dos profissionais com nível superior atualmente empregados
acreditam que merecem ganhar mais. "Não que a remuneração não seja
importante, mas ela, por si só, não garante a satisfação e a retenção do
colaborador", reforça a diretora.
4. Reconhecimento é ouro, então, elogie!
Algo que não custa nada, mas que está em extinção
nas empresas é o reconhecimento do líder. "O que é reconhecido, é
repetido. Um simples 'parabéns' na hora certa pode acrescentar uma boa dose de
motivação no trabalho de qualquer pessoa e, acreditem, tem muito mais poder que
o dinheiro", revela Michaela. E é muito importante não deixar o reconhecimento
apenas para os grandes feitos ou as reuniões mensais. "Reconhecer
publicamente as pequenas vitórias é gratificante e mantém todos motivados a
longo prazo", ressalta. “O elogio é um dos mais importantes combustíveis
para nós, seres humanos”.
5. Gestão horizontal
Uma gestão em que os colaboradores têm
responsabilidades e mais autonomia para que as tomadas de decisões sejam
realizadas em conjunto por toda a equipe. "Nós acreditamos que é
importante não verticalizar as relações, mas tornar as lideranças mais próximas
de todos. Isso torna a comunicação mais ágil e aberta, e incentiva as pessoas a
se posicionarem", expõe Michaela.
6. Comunicação compartilhada
Ao compartilhar informações, sempre que possível, o
líder mostra confiança em seus subordinados. "Quanto mais eles sabem, mais
vão entender. Quanto mais eles entendem, mais vão se importar. Uma vez que eles
se importam, estarão motivados", afirma a diretora. Com as informações em
poder de todos, busque ouvir a opinião da equipe. "Por meio da escuta, também
estimulamos a contribuição de cada um, o ato de tomada de decisões coletivas,
que não passam apenas por um grupo pequeno dos que decidem, mas que chegam até
todos, porque às vezes o que é bom para um, não é bom para o outro",
explica Michaela.
7. Respeito às necessidades individuais
Nem sempre o que funciona para uma pessoa
funcionará para a outra, por isso, é importante que haja o entendimento,
respeito e atendimento das necessidades individuais. “Em tempos de pandemia,
com os colaboradores em casa, práticas simples, como a possibilidade de
alternância de crédito entre vale-refeição e vale-alimentação, representam um
grande impacto positivo no dia a dia das pessoas, afinal, os gastos com
supermercados tendem a ser maiores do que aqueles com restaurantes”, explica.
8. Ambiente de trabalho
Boas condições de trabalho são um item fundamental
para garantir a saúde, o bem-estar e a satisfação dos colaboradores. E isso
também deve se estender para os trabalhadores que tiveram que trabalhar de
casa. "A empresa deve lançar mão de todos os recursos e ferramentas
tecnológicas possíveis para garantir que todos os colaboradores possam ter nas
suas casas a estrutura necessária para fazer bem o seu trabalho", pondera.
Durante a pandemia, a Tecnobank disponibilizou a todos os funcionários
equipamentos, itens de escritório e até ajuda de custo para o provimento de
internet que permitisse a todos trabalhar da melhor forma possível.
9. Ouça sua equipe
"Realizamos uma pesquisa intensa para avaliar
como cada um estava sendo impactado pela mudança e de que forma esse impacto
poderia ser amenizado", detalha Michaela. Ela afirma que é preciso
entender que, no caso do home office, é o trabalho que invade a
casa das pessoas. "Enxergar a questão dessa forma nos permitiu deixar nossos
colaboradores mais à vontade diante de um novo contexto em que o profissional,
o pessoal e o doméstico se misturam. Ficou clara a dificuldade que muitos
colaboradores estavam enfrentando para administrar ao mesmo tempo trabalho,
casa e filhos, e sentimos que precisávamos ajudar com isso”, explica Michaela.
10. Crie novas práticas
Uma das iniciativas desenvolvidas durante o período
de pandemia e que tem contribuído com o dia a dia dos colaboradores que têm
crianças de 0 a 14 anos em casa foi o TBKids. “Trata-se de um canal infantil
com sugestões de conteúdos e atividades organizado pela empresa para ajudar os
funcionários a dedicarem tempo de qualidade, conteúdo adequado e informativo
aos seus filhos neste momento", conta.
Para a diretora da Tecnobank, muito mais do que uma
prática ou outra, em particular, o que certamente garante a satisfação de quem
trabalha na empresa é um conjunto de ações e iniciativas que trazem por trás de
si algo muito maior. "É a forma como estabelecemos nossa cultura - e não abrimos
mão dela. Uma cultura que preza por colocar os trabalhadores em primeiro lugar,
num esforço contínuo para lembrar sempre que, antes de sermos tecnológicos,
somos humanos. E nossas ações são sempre nesse sentido: para que cada vez nos
percebamos mais humanizados, mais próximos e mais conectados. Dessa forma, os
bons resultados são uma consequência natural," completa.
Tecnobank