Famoso por trazer jovialidade ao minimizar rugas e linhas, o tratamento passa a ter ações além da estética após descobertas de ação contra depressão e enxaqueca
A
injeção de toxina botulínica no rosto é um dos tratamentos estéticos mais
procurados no Brasil. O uso para fins de minimização de rugas e linhas de
expressão começou a ser difundido quando o casal de médicos canadenses Alastair
e Jean Carruther notou que a substância provocava o cessar de espasmos
musculares. De lá pra cá, o tratamento se popularizou e cerca de 300 mil
mulheres e homens recorrem ao tratamento todos os anos no Brasil para ganhar
alguns anos a menos.
Porém,
estudos recentes mostram que o produto tem ações clínicas além da estética. A
toxina vem ganhando outras finalidades nos consultórios médicos após a
descoberta de que ela é capaz de bloquear a liberação de neurotransmissores
responsáveis pela dor, sendo eficiente no tratamento de dores de cabeça
severas, como as provocadas pela enxaqueca.
Outro
estudo, dessa vez publicado na Scientific Reports mostrou que as propriedades
do Botox também se estendem aos tratamentos emocionais. Após teste clínico,
pesquisadores apontaram que, quando aplicado entre as sobrancelhas, o produto
tem ações antidepressivas. “Ao não conseguir, por exemplo, franzir a testa ou
fazer outras expressões de medo ou raiva, há uma diminuição da atividade
amígdala, uma região do cérebro relacionada a controle de ansiedade e resposta
ao medo. Ou seja, se a pessoa não é capaz de fazer a expressão, o cérebro tem
mais dificuldade de reconhecer esses sentimentos”, aponta Dra. Patrícia
Bertges.
Já a
pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA, o
estudo analisou o efeito do composto em 40 000
pessoas que receberam as injeções
por oito motivos diferentes. Na análise
dos pacientes foi constatada que pessoas que receberam as aplicações tinham diminuição no risco de desenvolver
depressão. “Além disso, é importante ressaltar que qualquer tratamento que
provoque bem-estar e autoestima age de maneira positiva na nossa saúde
emocional”, garante a Dra. Patrícia.
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