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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Entrevista virtual: Como chamar atenção das empresas?

Analista de Recursos Humanos Ana Chauvet dá dicas valiosas sobre seleção de candidatos nas redes sociais e como se sair bem em uma entrevista online


Muito além do homeoffice, a pandemia de covid-19 diversificou o modo como as empresas se relacionam com candidatos a vagas de emprego. Apesar da avaliação do perfil online dos candidatos ser uma prática comum mesmo antes da pandemia, a nova condição fez com que as empresas adaptassem também os processos seletivos para as plataformas digitais. Candidatos antes preocupados com o deslocamento até o local da entrevista, agora devem se atentar ao teste de conexão de internet e buscar um cenário neutro e tranquilo para realizar a entrevista dentro de suas casas. A analista de Recursos Humanos Ana Cláudia Chauvet dá dicas valiosas sobre como se mostrar aos recrutadores de forma assertiva e obter resultados na busca pela recolocação profissional em cada uma das redes sociais.

Com onze anos de atuação na área de recrutamento e seleção, a analista encontrou forças para abrir o próprio negócio após uma decepção profissional. Com isso, surgia em 2019 o Instituto Ana Chauvet: “Estava incomodada com o regime de RH corporativo e robotizado, pois tem uma vida ali por trás de cada currículo. Após uma decepção profissional, realizei uma postagem no Instagram sobre humanização dos processos e as pessoas começaram a me procurar para consultoria. Passei a compartilhar conteúdo e decidi que era o momento de abrir o meu próprio negócio. O Instituto Ana Chauvet é uma empresa de recrutamento e seleção humanizados, atuando em recolocação profissional, treinamento in company, palestras e recrutamento e seleção”, conta.

Mesmo buscando sempre se capacitar, Ana também mantém o Emprega Rio Solidário, um projeto social que leva os serviços de elaboração de currículos, testes comportamentais e consultoria para moradores de comunidades carentes do Rio de Janeiro.

Ainda que o momento seja incerto em relação ao mercado de trabalho, a analista aposta em um regime de trabalho híbrido no pós pandemia, no qual seja mantida a rotina de teletrabalho e praticando encontros presenciais de forma pontual: “Ainda é cedo para fazer projeções sobre o comportamento das empresas após a pandemia, mas é inegável que o homeoffice trouxe vários benefícios para empresas e funcionários: as empresas não necessitam de uma estrutura física para funcionar, além de aumentar a qualidade de vida dos funcionários, que poupam o tempo do deslocamento, impactando positivamente na produtividade. Em um modelo híbrido, as duas partes aproveitariam as vantagens do homeoffice e manteriam as relações sociais que o ambiente de trabalho proporciona”, ressalta.

Confira a entrevista com Ana Chauvet sobre comportamento nas redes sociais e recolocação no mercado de trabalho durante a pandemia:

 

1-   O que os recrutadores esperam dos candidatos nas redes sociais?

Independente da rede, espera-se que o candidato mostre o seu caráter, como ele é de verdade. O ideal é manter a postura profissional, mas o foco vai variar de acordo com a rede.

 

2-   Postagens em uma rede com perfil pessoal influenciam na avaliação do recrutador?

O processo seletivo é restringido à vida profissional. Porém não se pode negar que algumas empresas verificam e podem levar em consideração a postura pessoal do candidato durante o processo seletivo, por isso é importante ter cautela com a exposição.

 

3-   Como o candidato pode se conectar com as empresas de forma assertiva pelo LinkedIn, TikTok e Instagram?

O LinkedIn, por exemplo, é uma plataforma exclusivamente profissional. Contar cases reais, experiências que você teve no trabalho e compartilhar conteúdos técnicos da área que você pretende alcançar são posturas que aumentam o seu engajamento e chamam atenção dos recrutadores.

O TikTok é uma rede mais rápida, onde os conteúdos são mais curtos e com perfil voltado para a brincadeira. Dependendo da área, seria uma rede que não se aplica ao mercado, é necessário ter feeling para identificar o que cabe ou não para a sua área.

Já o Instagram hoje é mais flexível e a plataforma é utilizada para diversas finalidades, tanto para expor um perfil pessoal, quanto profissional. No meu próprio Instagram, por exemplo, eu compartilho conteúdos da minha vida pessoal, mas também da minha vida profissional. Mas é preciso encontrar um equilíbrio: se a pessoa só posta foto com bebidas alcoólicas tendo trabalho no dia seguinte, por exemplo, isso causa uma impressão muito negativa.

 

4-   De que forma as empresas enxergam a questão da privacidade dos candidatos quando ele restringe informações pessoais somente para as suas conexões?

Vai depender da rede. O Instagram, por exemplo, tem mudado sua personalidade, pois hoje existem pessoas que ganham dinheiro através dele. Mas se a sua finalidade for de uso exclusivamente particular, não há problema em configurar a visualização das publicações somente para amigos. Já no caso do LinkedIn, que é uma plataforma voltada para as conexões profissionais e por ser uma rede de networking, isso influencia na visibilidade do perfil. No LinkedIn, quanto mais exposição e engajamento, mais oportunidades o candidato terá.

 

5-   Como o candidato deve se portar em uma entrevista online após passar por esse filtro?

Os processos digitais hoje se dão através de diferentes plataformas, como Zoom, Skype e Hangout. É importante estar em um ambiente tranquilo, livre de ruídos ou interferências, e de preferência que tenha um fundo neutro, livre de muitos objetos; testar a conexão com a internet antes da reunião; deixar um roteiro de entrevista próximo ao computador com os valores da empresa, informações da vaga e o seu currículo para consulta; um copo de água também ajuda; caso o candidato tenha um familiar doente, por exemplo, ou qualquer outro fato que possa interferir na reunião, é interessante avisar o recrutador no início da entrevista.

É preciso se atentar à aparência e se portar como se estivesse em uma entrevista pessoal: vestimenta adequada ao ambiente de trabalho e se atentar à leitura corporal.

 

6-   No caso do candidato estar com os filhos em casa e esteja passível de interrupções, ele deve avisar ao recrutador?

Caso tenham crianças no ambiente, é preciso tomar cuidado: existem recrutadores que irão entender que naquele determinado momento o candidato era o responsável pela tutela da criança, mas tem recrutadores que podem interpretar de forma negativa, como se o candidato não tivesse disponibilidade para trabalhar por não ter com quem deixar a criança. É bom que essas informações sejam bem alinhadas.

 

7-   Qual a sua dica de ouro para o candidato que busca a recolocação profissional através das redes?

Minha dica é você se perguntar: Qual é a marca que você quer passar para o mundo? Toda pessoa tem um adjetivo, por exemplo, a Ana é uma pessoa comprometida e organizada. Quando essa imagem do candidato é bem definida, acaba influenciando independente da rede que ele utiliza. Para isso, é importante compartilhar atitudes que demonstrem essas características.

 


Instituto Ana Chauvet – Consultoria de Carreira

Instagram: @ana_chauvet
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/ana-chauvet/

 

42% acreditam em piora na saúde de mental a longo prazo após a pandemia, mostra pesquisa

Quadros de ansiedade vão subir permanentemente para 35% dos entrevistados, segundo dados da Getty Images divulgados para chamar atenção para o Dia da Saúde Mental


A pandemia do COVID-19 causou diversas mudanças no cotidiano da população mundial, mas os efeitos a longo prazo ainda são incertos. No entanto, para boa parte dos entrevistados de uma nova pesquisa da Getty Images, líder global em comunicação visual, uma das decorrências será relacionada à saúde mental. 

Para 42%, os diagnósticos de depressão irão sofrer um aumento como resultado dos efeitos a longo prazo da pandemia. Já 35% acreditam que os quadros de ansiedade vão subir permanentemente.

Dados mais animadores do estudo mostram que 89% buscam cuidar de sua saúde mental, enquanto 92% concordam que é importante discutir o assunto. Este número aumenta para 94% na América Latina.

Essas descobertas foram divulgadas para chamar atenção para o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro. A pesquisa, denominada Visual GPS, foi realizada pela Getty Images com mais de 10 mil pessoas em 26 países em parceria com a YouGov, empresa de pesquisa de mercado global, para ajudar profissionais a selecionar conteúdo visual.

De acordo com a Diretora de Insights Criativos da América, Tristen Norman, deve-se usar imagens autênticas, realistas e com diversidade para retratar o tema. “Romper com os estereótipos visuais que envolvem a saúde mental é crucial para que as discussões sobre o assunto, que muitas vezes é tratado como um tabu, sejam mais abertas e construtivas”.


Buscas de conteúdo visual

A Getty Images também notou diferenças nas pesquisas realizadas em sua extensa base de conteúdo visual que inclui mais de 375 milhões de itens de janeiro a junho de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado.

Termos como “felicidade” (-26%), “família feliz” (-3%) e bem-estar (-11%) foram menos buscados na plataforma da líder global em comunicação visual, assim como atividades que envolvem contato com outras pessoas, como “academia” (-17%), “crossfit” (-50%) e massagem (-43%).

Já buscas por conteúdo visual sobre “saúde mental” (+234%), “ansiedade” (+101%) e “inteligência emocional” (+34%) registraram alta, assim como “exercício em casa”, com impressionantes 5.825% de pesquisas a mais.

“Yoga” (+33%), “meditação” (+67%), doação (+116), “alongamento” (+49%), “mindfulness” (+89%) e “esperança” (+118%) foram outros termos com mais buscas de janeiro a junho de 2020 do que o primeiro semestre do ano passado.

A pesquisa Visual GPS está disponível para download gratuito em https://creativeinsights.gettyimages.com/en/visual-gps.

 



Visual

www.VisualGPS.com.

 

 

Getty Images

www.gettyimages.com e www.istock.com

gettyimages.creativeinsights.com


Reconhecimento facial - uma tendência para condomínios e empresas

A pandemia alavancou muitas tecnologias que auxiliam no distanciamento social e para prédios e condomínios uma que vem se destacando é a de reconhecimento facial, uma tendência que vem para ficar, aumentando a segurança das pessoas. A tecnologia muitas vezes lembra os filmes de ficção científica, entretanto, o futuro distante virou o hoje. Essas tecnologias já são utilizadas por empresas em quase todo o mundo e também no Brasil.

"Reconhecimento facial é uma das principais tendências de segurança para o futuro e presente. Para muitas pessoas essa tecnologia remete a filmes futuristas, mas ela é mais real do que se imagina. Esse sistema controla o acesso de um determinado local por meio de leitores faciais, logo na entrada do estabelecimento, tudo gerenciado por um software que reconhece o indivíduo e libera e controla a sua entrada", explica Gabriel Borba da GB Serviços, que fornece esse serviço no país.

Um destaque é que esse sistema de acesso é mais eficiente e moderno do que a biometria, reconhecendo as medidas do nosso rosto, que são como uma impressão digital. Com isso também é possível criar limitações no acesso, podendo ser essa de local ou horário.

O sistema de reconhecimento facial, porém não funciona de forma isolada. "É preciso que esses sistemas estejam alinhados juntamente com as barreiras físicas disponibilizadas no local, com isso controla todo o acesso a um local, permitindo 100% de controle de quem acessou o ambiente, com data, hora, tempo de permanência e local acessado", explica Gabriel Borba.

Não há invasão de privacidade, é apenas um cadastro comum, uma foto, como já é feito quando se visita prédios comerciais. Mas com muito mais facilidade e agilidade para todos. Isso mostra como o mundo está mudando e é preciso se adequar a essa nova realidade, com uma maior proteção que possibilita a segurança que os negócios e as famílias merecem, para o desenvolvimento e crescimento em harmonia.


Para empresas

Se essa tecnologia funciona para segurança de espaços físicos, o resultado também é muito positivo para marcação de ponto dos trabalhadores, principalmente em um mundo com forte experiência de home office pós coronavírus

Exemplo é a parceria fechada entre o Confirp Digital e a Let´s Work, que traz uma tecnologia com Reconhecimento Facial e Geolocalização com interação automática com o Confirp Digital. O objetivo é trazer uma solução de marcação de ponto aos nossos clientes, mas com um objetivo ainda maior de eliminar trabalhos repetitivos e duplicados da área de Recursos Humanos

As vantagens são diversas, como por exemplo:

• Através de dispositivo móvel ou tablet a marcação é realizada por reconhecimento facial e geolocalização;

• No relógio atual você precisa fazer a troca de bobina de papel, nessa ferramenta o comprovante é enviado para e-mail do colaborador;

• As marcações são atualizadas em tempo real e tanto RH como o gestor de equipe podem realizar as consultas de marcações pela internet;

• O gestor pode receber notificações diárias e semanais em relação a faltas, atrasos, horas extras e inconsistências;

• Através de app o funcionário tem o controle das suas batidas, solicitações de correção, abono e horas extras. Além de ter todos os espelhos fechados e assinados via reconhecimento facial na palma de sua mão.

Como pode ver o reconhecimento facial é um sistema desenvolvido para identificar uma pessoa por meio de imagem ou vídeo. Essa tecnologia já existia, mas seu uso se tornou mais perceptível e acessível nos últimos anos, pois agora ela é usada em soluções inovadoras, como aplicativos pessoais de foto e autenticação secundária para dispositivos móveis. Isso tudo proporciona grande segurança para todos, sociedade, empresas e trabalhadores. 


Mês das Crianças: 24% da carteira de previdência privada individual da Porto Seguro já é voltada para o público infantil

 A preocupação com o planejamento financeiro dos pequenos acontece cada vez mais cedo. Reflexo disso é que 24% da carteira de previdência privada individual da Porto Seguro já é voltada para o público infantil, e 45% dos planos contratados para crianças em 2019 foi para crianças de até três anos de idade. 

A previdência privada para crianças funciona da mesma maneira que um plano de previdência complementar individual, com a diferença de que as contribuições são iniciadas bem antes pelos pais, pelos responsáveis legais ou por qualquer pessoa – como tios e avós, por exemplo – que queira presentear os pequenos. Apesar de ser adquirido pelo responsável financeiro, o plano fica em nome da criança, desde que ela tenha um CPF.  

“O propósito de contratar um plano de previdência para os filhos é garantir que no futuro eles possam fazer uma faculdade, um intercâmbio, comprar o primeiro carro ou até mesmo empreender. Trata-se de um investimento, pois é na vida adulta que os sonhos deles pesam mais no bolso das famílias”, pontua Fernanda Pasquarelli, diretora de Vida e Previdência da Porto Seguro.  

É possível iniciar um plano de previdência para uma criança com contribuições de R$ 200 mensais, o que não impede o contratante de aumentar esse valor de acordo com sua renda e planejamento. Além disso, há possibilidade de fazer aportes adicionais sempre que desejar. Na tributação Regressiva, por exemplo, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado no plano, menor o imposto a pagar sobre cada contribuição feita na hora de retirar os recursos. É importante avaliar sua tolerância a risco, já que o dinheiro é aplicado em fundos de investimentos conservadores, moderados ou arrojados. Um Corretor de seguros pode auxiliar na contratação e na análise do plano ideal para cada perfil de cliente e cada objetivo. 



Porto Seguro

www.portoseguro.com.br/previdencia-privada

 

O registro de software e a transferência de tecnologia como ferramentas de proteção contra a pirataria no mundo globalizado

 Para o presidente do Grupo Marpa, Valdomiro Soares, a transferência de tecnologia é parte fundamental do desenvolvimento nacional e o registro de software é uma das ferramentas à disposição de seus criadores para combater a pirataria


A transferência de tecnologia é parte fundamental do desenvolvimento de uma nação no mundo globalizado, que permite maior fluxo de informações e demanda extremos cuidados para evitar que investimentos e pesquisas sejam pirateados. Nossa legislação traz mecanismos de proteção aos inovadores, como o registro de software e a averbação de contratos de transferência de tecnologia junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Para o presidente do Grupo Marpa – Marcas, patentes e Gestão Tributária, Valdomiro Soares, o registro de software é uma das ferramentas à disposição de seus criadores para combater a pirataria.

“Imagine o seguinte cenário: uma empresa passa anos desenvolvendo um novo software, com investimentos e dedicação, mas não se preocupa em registrá-lo, levando à circulação no mercado sem gerar os devidos retornos para a desenvolvedora, quem à míngua de registro ou averbação de um contrato de transferência de tecnologia deixará de dar a devida publicidade à autoria da tecnologia, dando brechas para seu uso indevido e longas discussões judiciais quanto à autoria para poder colher os frutos do seu trabalho inovador”, explicou Valdomiro. 

“O registro de software é protegido pela Lei de proteção da propriedade intelectual de programa de computador (Lei 9.609/1998), com validade de 50 anos, a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou da sua criação, mostrando-se como a melhor forma de se proteger da pirataria, e, para isso, o desenvolvedor deve valer-se da assessoria de empresas com expertise no ramo”, afirmou o presidente do Grupo Marpa, Valdomiro Soares.

 

Propaganda eleitoral nas redes sociais: limites, abusos e desafios da Justiça

As campanhas eleitorais já estão nas ruas e a Justiça Eleitoral enfrenta o desafio de julgar as impugnações ao registro de candidatura e os abusos do direito de campanha. Para os candidatos a dificuldade é acompanhar as mudanças legislativas e saber o que podem e o que não podem fazer durante as campanhas. 

Como sabemos o objetivo central de toda campanha é a captação, conquista ou atração dos votos. Porém, como salienta José Jairo Gomes, as buscas pelos votos deve ser “pautar pela licitude, cumprindo ao candidato e seus apoiadores se curvar às diretrizes ético-jurídicas”. 

A propaganda é instrumento fundamental em qualquer campanha eleitoral, sem ela é quase impossível atingir os eleitores e obter êxito no certame, na medida em que através dela os candidatos tornam público seus projetos, suas ideias e propostas. 

As legislações eleitorais trazem o regramento das propagandas durante o período de campanha, ou seja, o que pode ou não pode ser feito durante as eleições. O Código Eleitoral regula a matéria nos artigos 240 a 256 e a Lei das Eleições traz a matéria nos artigos 36 a 58. 

Nas eleições desse ano, tal como ocorreu em 2018, a utilização dos meios eletrônicos na campanha está a pleno vapor. As novas tecnologias alteraram substancialmente as relações em uma sociedade conectada globalmente, estabelecendo formas diferentes de interação entre as pessoas. As equipes de campanha dos candidatos percebendo a mudança se apropriaram desses processos de comunicação em massa e retiram as propagandas das ruas e concentraram nas redes sociais.

Mas uma questão tem que ser enfrentada: há plena liberdade no mundo virtual? 

Os que defendem a liberdade plena sustentam que no mundo virtual não há barreiras, é aberto a todos indistintamente, além disso, afirmam que seria impossível submeter a internet a rígido controle, uma vez que a sua gestão é descentralizada, não respeitando limites territoriais, já que muitos provedores se encontram estabelecidos no exterior. Destacam ainda, os defensores da internet livre, que as restrições privam os eleitores de terem acesso as informações para a formação de suas opiniões sobre o melhor candidato e prejudica os candidatos, que ficam limitados à propaganda feita em suas próprias páginas. 

Por outro lado, os que defendem a necessidade de regulamentação destacam ser a internet um espaço público, controlado por poucas sociedades empresárias e a ausência de regramentos deixa sem solução o problema de atribuição de responsabilidade jurídica pela prática de ilícitos, o que contribui, substancialmente, para a ocorrência de graves abusos, manipulação da opinião pública e a proliferação da famigeradas fake news (notícias falsas) nas redes sociais. Ressaltam que isso gera um desequilíbrio nas campanhas eleitorais, retirando a lisura das eleições, prejudicando, portanto, o normal funcionamento do regime democrático.

José Jairo Gomes, examinando a questão em sua obra “Direito Eleitoral”, editora Saraiva, 2020, salienta que por “variadas razões deve haver regulamentação estatal (e não apenas das próprias empresas que controlam plataformas) do uso da Internet e redes sociais nas eleições. Há a necessidade de se garantir a integridade, a normalidade e a legitimidade do pleito eleitoral, sendo mister evitar a manipulação do debate público, a disseminação de discursos de violência, preconceito, discriminação e ódio, a difusão de notícias falsas (fake news), de páginas e perfis espúrios. Isso para que as eleições sejam realmente democráticas, legítimas e sinceras.” 

Nas eleições de 2018, as redes sociais foram palco de disseminação de notícias mentirosas, impulsionados em grande escala por organizações bem estruturadas e orientadas para esse fim específico, por pessoas que objetivavam o êxito no certame a qualquer custo. 

O impulsionamento de conteúdo é um serviço pago oferecido pelas plataformas como facebook, instagram e whattsapp, bem como por sites de buscas como o google, com o objetivo de aumentar o alcance e visibilidade da mensagem, aumentando, assim, o impacto do conteúdo. 

Nos termos do artigo 57-C da Lei das Eleições (Lei 9504) a licitude do impulsionamento requer: “É vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes”. Além disso, nos termos do parágrafo terceiro do mesmo artigo, destaca que o impulsionamento “deverá ser contratado diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e foro no País, ou de sua filial, sucursal, escritório, estabelecimento ou representante legalmente estabelecido no País e apenas com o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações”. 

Essas restrições têm por objetivo prevenir os abusos de poder econômico e dos meios de comunicação social no processo eleitoral, preservando-se o princípio democrático e a igualdade entre os candidatos. Sem essas limitações legais, em especial a necessidade de a contratação ser realizada exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes, as redes sociais seriam palco de impulsionamento por apoiadores ocultos (robôs), o que impediria o controle dos gastos de campanha, bem como a imposição de responsabilidade pelos ilícitos praticados. 

No entanto, se aplicada a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nas campanhas eleitorais deste ano, os candidatos só poderão enviar material de campanha após prévia autorização por escrito do eleitor que receberá a propaganda em sua casa, por SMS de celular ou aplicativos de mensagens, pelas redes sociais ou em qualquer outro meio. Assim, como ficarão os impulsionamentos de mensagens eletrônicas? Teremos os robôs nas campanhas eleitorais como ocorreu em 2018? Havendo a disparada em massa sem o cumprimento da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) incidirão os faltosos em abuso de poder econômico ou dos meios de comunicação social? Desafios que a Justiça Eleitoral terá, inequivocamente, de enfrentar em 2020!

 



Marcelo Aith - advogado especialista em Direito Público e professor convidado da Escola Paulista de Direito

 

Reitor de universidade americana diz no que a educação brasileira tem que mudar muito para chegar ao nível dos Estados Unidos

Brasileiro e reitor de universidade nos Estados Unidos, Dr. Italu Colares faz comparação entre o sistema educacional brasileiro e o norte-americano. No entanto, é preciso entender que antes de chegar no padrão deles, é necessário compreender a história de como surgiram o formato das escolas como são conhecidas.

 

Voltando à Grécia antiga, é bom lembrar que havia escolas, mas não no modelo formal de universidades como é conhecido atualmente. No período das comunidades eclesiásticas, já existia um prenúncio da Educação à distância com a leitura das cartas apostólicas para essas comunidades. No período do poder da igreja nasceram as primeiras universidades na Europa. Sem as igrejas não teríamos o conceito de universidade que se conhece atualmente. Já na época do escolasticismo, muito foi debatido acerca de teologia e filosofia nas escolas escolásticas.

Nos Estados Unidos a Primeira universidade criada foi a Universidade de Harvard que nasceu em 1636 com o nome de New College. Posteriormente esse nome foi mudado inspirado no Teólogo John Harvard.  Enquanto isso, o Brasil foi colonizado pelos portugueses a educação dos índios se deu com a companhia de Jesus liderada por Inácio de Loyola para a catequese dos mesmos. Os padres ensinavam os índios com ressalvas.

Segundo o professor Dr. Italu Colares, apenas os filhos dos senhores feudais tinham condições de estudar em Portugal, pois no Brasil não existiam universidades: “Por isso, quem desejasse ir para a universidade tinha que ir para Portugal e ter dinheiro para isso”. Até o início do século XIX, não existiam cursos superiores no Brasil. “O país era colônia portuguesa e as graduações eram proibidas nas terras brasileiras. Quem tinha oportunidade financeira ia estudar nas já tradicionais universidades de Portugal, principalmente para a Universidade de Coimbra, a mais antiga portuguesa, fundada em 1290”, detalha.

 

Chegada dos portugueses ao brasil gera criação de escolas 

A chegada da família real portuguesa ao Brasil é um marco importante para que o país começasse a escrever sua história no Ensino Superior. A corte desembarcou no Brasil no dia 22 de janeiro de 1808. Nesse mesmo ano, surgiram as duas primeiras escolas brasileiras de Medicina. Conforme detalha Dr. Italu, “nem um mês após a chegada de Dom João VI,  ele assinou o documento para a criação da Escola de Cirurgia da Bahia, em 18 de fevereiro, em Salvador. Pouco depois, em 2 de abril, outro decreto criou a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, que era abrigada no Hospital da Misericórdia”.

Vale lembrar que, apesar do preconceito contra a educação a distância, o EAD surgiu com cursos de qualificação profissional no Brasil. Dr. Italu destaca que “o registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de escrever) por correspondência. Posteriormente com a criação do rádio e da TV foram implementados nessa modalidade novos recursos que seriam o início da educação eletrônica. Deve-se ter em mente que o EAD nasceu na Europa. Foi aos Estados Unidos até chegar em 1904 ao Brasil. Ambos tinham uma educação mais avançada do que a educação brasileira”, explica.

 

Mudanças após a criação do MEC 

Uma curiosidade, conta Dr. Italu: “O MEC somente nasceu em 14 de novembro de 1930. Isso quer dizer que não havia o tal para regulamentar o ensino brasileiro”. Depois da criação deste, aconteceram os Acordos entre o MEC e a USAID que foram implementados no Brasil com a lei 5.540/68. “Foram negociados secretamente e só se tornaram públicos em Novembro de 1966 após intensa pressão política e popular. Foram estabelecidos entre o Ministério da Educação (MEC) do Brasil e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) para reformar o ensino brasileiro de acordo com padrões impostos pelos EUA. Apesar da ampla discussão anterior sobre a educação, iniciada ainda em 1961, essas reformas foram implantadas pelos militares no período do regime militar em 1964”, sintetiza o professor.

A reforma mais visível ocorreu na re-nomeação dos cursos. Os antigos cursos primário (5 anos) e ginasial (4 anos) foram fundidos e renomeados como primeiro grau, com oito anos de duração. Já o antigo curso científico foi fundido com o clássico e passou a ser denominado segundo grau, com três anos de duração. O curso universitário passou a ser denominado terceiro grau. Essa reforma eliminou um ano de estudos, fazendo com que o Brasil tivesse apenas 11 níveis até chegar ao fim do segundo grau enquanto países europeus e o Canadá possuem um mínimo de 12 níveis. O professor recorda que “a repressão então gerou assim uma violenta oposição liderada por diversos setores contra os acordos MEC-USAID, o que chamou a atenção da opinião pública mundial. Pressionado, o governo militar acabou criando em 1968 um grupo de estudos encarregado de trabalhar na reforma com uma proposta abrasileirada”. Logo, “Infelizmente o acordo foi rompido”, lamenta.

Dr. Italu enfatiza que com essa ruptura é importante analisar os três principais sistemas de ensino: Francês, americano e alemão. “Analisando a risca, por mais que os Estados Unidos tenham influenciado a educação brasileiro, o modelo predominante no Brasil é o sistema francês de ensino. Esse sistema para ser claro possui 3 pilares: submissão ao estado, qualificação de mão de obra para trabalhar para esse mesmo estado e o ensino é principal sendo executado desatrelado da pesquisa. Mesmo as universidades que alegaram um enamoramento com o sistema alemão de ensino (ensino e pesquisa caminham juntos indiferente aos interesses estatais) hoje a realidade não se mostra o intento inicial”, completa.  Na América a ênfase se dá na criação de conhecimento onde todos os alunos participam e podem expor suas ideias. “Nos Estados Unidos, o aluno deverá vencer sua timidez e se expressar”, conta Dr. Italu.

 

Diferenças entre os sistemas brasileiro e norte-americano 

Nos seminários presenciais não há tanta participação do aluno, porém nos grupos de discussão a participação deste é uma constante. “Enquanto os alunos são mais passivos no Brasil, os estudantes devem ser bastante ativos na educação americana. As aulas presenciais são mais curtas, porém existem mais trabalhos e exigência de produção técnica por parte da universidade para com o aluno. Durante o programa inteiro cursado, o estudante deverá escrever textos acadêmicos, resenhas e resumos de cada uma das disciplinas cursadas para que possa concluir seu programa de estudos”, compara.

Além disso, Dr. Italu pondera que “no Brasil a maior parte das disciplinas é obrigatória. Nos Estados Unidos existem as obrigatórias e as eletivas. A grade na América é aberta e flexível. Você pode fazer uma mesma aula onde acadêmicos de cursos diferentes estão presentes”.

Outro detalhe importante é que “nos Estados Unidos, as universidades funcionam com uma grande autonomia estando submetida unicamente as normas estatutárias. As mesmas se vinculam aos órgãos reguladores de educação (departamentos de educação de cada estado) não por imposição, mas por vontade própria além de fazer o mesmo com agências acreditadoras. Essas nasceram muito posterior ao nascimento das primeiras universidades”.

A modalidade de educação a Distância já em tempos remotos era utilizada nos Estados Unidos e na Europa. Logo, Dr. Italu lembra que “então é bastante comum a metodologia da auto aprendizagem. Isso evolui mais ainda com a disseminação da internet arrobando as portas de vez para a educação eletrônica.  Os Estados Unidos hoje ocupam a quinta melhor educação do planeta enquanto o Brasil está muito aquém do ideal”.

 

Uma análise do que poderia ter sido feito 

Diante de tantas diferenças entre a educação brasileira e americana, Dr. Italu Colares pensa que o Brasil rompeu o acordo com a USAID cedo demais: “o Brasil deveria aprender com a América. Somente dois séculos depois dos Estados Unidos o Brasil teve sua primeira escola. Além disso, o Brasil deu muita ênfase a formar trabalhadores para o estado e por causa disso se tem poucos pesquisadores, muitos trabalhadores e poucos trabalhando gerando assim um alto grau de desemprego no país tropical. Gera pessoas cada vez menos competentes e isso faz com que estejamos de mal a pior na educação. Uma parceria novamente com os Estados Unidos cairia muito bem para avançarmos na educação. Também uma maior autonomia das universidades brasileiras, além de uma reforma completa na legislação educacional brasileira”, finaliza.

 

A Arte de Ensinar a Aprender

No dia 15 de outubro, é comemorado o Dia do Professor, data em que se homenageiam os responsáveis pelo desenvolvimento da educação e do conhecimento no país, abrangendo um grupo de profissionais que trabalham desde a educação infantil até o ensino superior. Trata-se de uma das mais importantes profissões praticadas no mundo. Neuropsicóloga mostra que, sem ela, a transmissão de conhecimentos e a correta apreensão destes pelas pessoas seriam praticamente impossíveis.

 

A origem do Dia do Professor se deve ao fato de, na data de 15 de outubro de 1827, o imperador Dom Pedro I ter instituído um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a instituição das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Além disso, o decreto estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores. Tempos depois, mais precisamente no ano de 1947, o professor paulista Salomão Becker, em conjunto com três outros profissionais da área, teve a ideia de criar nessa data um dia de confraternização em homenagem aos professores e também em razão da necessidade de uma pausa no segundo semestre, até então muito sobrecarregado de aulas.

 

Mais tarde, em 1963, a data foi oficializada pelo decreto federal nº 52.682, que, em seu art. 3º, diz que “para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”. O responsável por aprovar esse decreto foi o presidente João Goulart.

 

Nesse cenário pandêmico, a neuropsicóloga Leninha Wagner explica que os professores se deparam com desafios “não só da ordem pedagógica, no sentido de mediar saberes e conhecimentos através de plataformas digitais, mas, principalmente, necessitaram usar da compreensão da afetividade que se estabelece na relação professor-aluno, para manter a ‘conexão’, entre esse par, de quem ensina e de quem aprende”. Assim, é possível “continuar a transmitir uma educação de excelência, em momentos de dúvidas e tantas instabilidades e completa vulnerabilidade social”, completa.

 

A transferência é um dos conceitos utilizados pelos psicanalistas e que, detalha Leninha, consiste na “atualização de desejos inconscientes originalmente experimentados, nas primeiras relações, geralmente com pais, e outros membros da família”. Além disso, a transferência pode estabelecer-se em outros contextos intersubjetivos, ela ressalta: “a relação professor-aluno – por sua proximidade histórica com as primeiras relações, pela duração do processo de ensino-aprendizagem que vai da infância até a fase adulta e pela função de transmissão do conhecimento de que são investidos a instituição escolar e os educadores”.

 

A transferência psicanalítica nos remete a ideia de "transporte", ou seja, transportar o saber de um mestre para seu pupilo. Sendo assim, Leninha Wagner lembra que “a transferência ocorre com todos os sujeitos, partindo do desejo reprimido à uma lembrança ou experiência vivida no passado. Já a que ocorre na relação professor–aluno é despertada por um desejo, é por isso que o aluno atribui ao professor algo especial, o que determina o seu desejo. O professor é depositário de algo que foi lhe direcionado pelo desejo do aluno. Quando o aluno se encontra revestido por esta transferência ele é marcado no seu percurso intelectual por seu professor, não esquecendo que é o próprio desejo que torna o seu professor excelente”. 

 

Vale lembrar que essa transição, detalha Leninha, “não é apenas uma repetição do passado, consiste em um papel dado ao professor pelo aluno onde ele cria um cenário na sua imaginação, é a sua própria verdade. É dessa relação que o aluno desperta inúmeras capacidades, desde referentes ao conhecimento até principalmente potencialidade de vivência como ser social”. Feita a transferência, o professor assume, do ponto de vista afetivo, um poder de influir no seu aluno. Nesse contexto, ela salienta, “o aluno encontra no professoro seu amparo, é a partir daí que a transferência será colocada em prática, a admiração, o desejo, o afeto que o aluno tem para com o professor se passa através da transferência”. 

Dentre todos os acontecimentos que fazem parte da relação professor-aluno, a neuropsicóloga reforça que “não podemos deixar de falar sobre o processo de ensino-aprendizagem, no qual estudos feitos por Freud mostraram que à medida que a criança aprende a desejar ela começa a querer saber. Portanto, cabe ao professor a responsabilidade de ‘ensinar a aprender’, a querer assimilar conhecimentos, articular pensamento e derivar saberes para a longa trajetória do ciclo vital”.

 

Além disso, professores necessitam ser reconhecidos e validados, como pessoas de importância primordial na vida dos nossos pequenos. “Não deve ser coincidência a proximidade do dia das crianças com o dia dos professores, é uma relação muito próxima, criança e professor”, comenta Leninha. Para celebrar o dia destes profissionais, Leninha deixa uma mensagem parabenizando pela data: “Que nossos mestres recebam todas as homenagens pelos seus esforços em inspirar e formar toda as outras profissões”, finaliza.


Saúde física e emocional dos professores precisa deixar de ser negligenciada

Neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu alerta que a saúde física destes profissionais vem definhando junto da saúde mental, cada vez mais afetada pela ansiedade e pelo estresse

 

O mês de setembro é marcado pelo Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre o suicídio, Dia de Combate ao Estresse (23/09) e o Dia do Coração (29/09). Logo em seguida, no dia 15 de Outubro, vem o Dia do Professor. A proximidade destas datas poder ser coincidência, mas são assuntos diretamente ligados. Estresse, depressão e falta de cuidados físicos, como boa alimentação e exercícios, são uma combinação fatal e frequente entre professores de todo o Brasil, em especial, os que trabalham com alunos da Educação Básica. O Brasil está no segundo lugar entre os países mais estressados do mundo, segundo a Associação Internacional de Controle do Estresse e da Tensão, sendo o Estresse uma das principais causas de afastamento da sala de aula. Apenas no estado de São Paulo, 30 mil professores faltam diariamente em decorrência deste problema, de acordo com reportagem publicada no Portal do Centro do Professorado Paulista, que ouviu o psicanalista, neurocientista e filósofo Fabiano de Abreu sobre o assunto. 

 

O pesquisador faz um alerta sobre a saúde destes profissionais destacando a relação entre ansiedade e saúde cardíaca. “O estresse pode afetar a vida trazendo desde sintomas psíquicos como físicos, podendo levar à depressão. Acne, dores de cabeça, dores crônicas, dores no estômago, alergias e problemas na pele, baixa imunidade facilitando doenças, fadiga, queda de cabelo, taquicardia, bruxismo, sudorese, tensão muscular e alguns outros sintomas que, em última análise, aumentam também os riscos de ataque cardíaco”, explica Abreu. O pesquisador destaca que a ansiedade e o estresse prejudicam o coração porque os neurotransmissores, que são mensageiros químicos no cérebro, sofrem um desequilíbrio quando estão em situações de ansiedade continuada. “A produção de adrenalina e noradrenalina, produzidas também nas glândulas suprarrenais, aumentam quando estamos ansiosos ou estressados, refletindo-se num aceleramento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, podendo levar ao ataque cardíaco”, explica. Ainda há o cortisol, hormônio regulador do estresse produzido nas glândulas suprarrenais, que pode causar a morte em pessoas que já tiverem doenças cardiovasculares.

 

Jornada de trabalho exaustiva, com aulas presenciais e online, somada à baixa remuneração, à falta de oportunidades para se capacitar, aos materiais de trabalho insuficientes e à indisciplina dos alunos, que em diverso casos chegam a agredir os profissionais de maneira verbal e até física, formam um quadro grave que desencadeia os males citados. “Hoje o professor não pode fazer nada que logo terá que responder pelos atos, por menores que sejam, mesmo que realizados na tentativa de educar. Os alunos não respeitam os professores como antigamente, agredindo-os com palavras e, em alguns casos, até fisicamente”, destaca Fabiano de Abreu. Junto a isso, a baixa remuneração obriga os docentes e procurarem atividades extras, o que os sobrecarrega.

 

A solução existe, de acordo com o psicanalista. São comportamentos simples: 

dormir oito horas à noite, fazer exercícios físicos, ter convívio social, boa alimentação, leituras, filmes e séries que melhorem o humor e evitem excesso de informações e pensamentos negativos. Mesmo que isso pareça impossível na correria do dia a dia, é necessário se forçar a parar em algum momento. “Resolver os problemas em ordem de prioridade e sem pressa, já que um problema bem resolvido e em mais tempo vale mais que um problema mal resolvido rapidamente”, aconselha.


O dia dos professores no bojo da pandemia

A educação é tema dos mais relevantes para a Sociologia, tanto que há todo um conjunto de teorias e autores dedicados à Sociologia da Educação. Certamente, as reflexões sociológicas nos darão, brevemente, contribuições acerca da educação no bojo desta pandemia que tomou o ano de 2020 de assalto.

A comemoração do "Dia dos Professores" reclama especial atenção a este profissional que, nas mais diversas escolas e nas mais distintas fases da educação formal, estão presentes nas vidas dos alunos. Ambos - alunos e professores - são cidadãos marcados pela sociedade em que vivem, pela situação econômica, política, social e cultural do país. Professores, junto aos seus alunos, mas, também, com os funcionários das escolas e universidades, daqueles que se dedicam à faxina até as secretarias, são parte deste dia de jubilo. A educação é um processo social, parte fundamental da socialização das crianças e jovens e, por isso, deixa marcas indeléveis em nossas vidas: positivas e algumas, infelizmente, negativas. O Brasil continua amargando posições muito ruins nos rankings internacionais que aferem a qualidade do ensino e do aprendizado. E isso só mudará com esforço coletivo, dos professores, dos alunos, da família e de toda a sociedade. Ainda não optamos pela educação como elemento de desenvolvimento de nossa nação. Já não bastassem todas as dificuldades cotidianas do processo educacional, cujas diferenças são evidentes entre o ensino público e o privado, fomos, todos, neste ano, forçados a repensar nossas estratégias de ensino por conta do coronavírus.

Professores, em muitos casos, tiveram que se adaptar, por conta e risco, ao ensino remoto, não presencial. Muitos outros nem sequer tiveram condições de dar continuidade às aulas, já que não possuem computadores, smartphones e acesso à Internet veloz e estável. As desigualdades - de renda, de oportunidades, regionais, entre outras - são estruturais em nossa sociedade e, na conjuntura pandêmica, se agudizaram. Professores, gestores das escolas, pais, crianças e jovens ficaram (ou ainda estão) perdidos nessa situação atípica, anormal, de atividades com aulas síncronas e assíncronas. Colegas professores - do Ensino Fundamental até o Ensino Superior - buscaram conhecer melhor as ferramentas e as plataformas que permitem uma aula não presencial, a partir de suas casas. Muitos professores, em seus computadores, dão aulas vendo apenas sua própria imagem, pois a grande parte dos alunos, por motivos diversos e muitas vezes justos, não se sentem à vontade para "abrir" sua câmera. Um parêntesis: leciono para seis turmas neste semestre e apenas dois alunos assistem as aulas com sua câmera aberta e isso já torna minha quarta e quinta-feira mais agradáveis! Nossas casas, o reduto da intimidade da família, foi "invadida". Não teve jeito. São aulas ministradas do escritório, das bibliotecas, da sala, da mesa da cozinha. E, desta forma, professores se esforçaram para não deixar "a peteca cair".

Quantos pais, hoje, conhecem melhor seus filhos? O comportamento em casa, durante a aula ou na realização das tarefas, é o mesmo na escola, na sala de aula? Eu, que decidi ser professor lá pelos 15 anos, fui colocado na berlinda pelo meu filho, com seis anos. Aqui, em casa, minha esposa e eu estamos em aula remota, muitas vezes em horários iguais e, ainda, com as lives, aulas e tarefas de nosso filho. Meus alunos, universitários, tem maior maturidade para encarar esse período que vivenciamos. Meu filho e, confesso, eu mesmo, talvez não tenhamos toda a maturidade necessária. Logo no começo da pandemia, terminei minha aula e fui ajudar nas tarefas do meu garoto. Estudamos o Egito Antigo, fizemos uma pirâmide de papelão, fizemos um desenho e construímos ferramentas. Foi tudo bem. Depois, veio a leitura de textos curtos. Aí, a coisa desandou. Não queria ler. E eu insistindo na importância da leitura. Não lia. Fazia provocação e queria ligar a televisão. Irritado dei um grito: "vai ler, sim, depois, televisão". Assustado, meu filho questionou: "Papai, você grita assim com seus alunos?". Fiquei sem reação, olhando para ele. Depois, respondi: "Não filho, meus alunos, na maioria das vezes, fazem o que peço e não ficam me provocando, choramingando, querendo ver televisão". E devolvi com uma pergunta: "Você também se comporta assim na sala de aula, com sua professora". E ele, calmamente, me respondeu: "Eu não. Tenho vergonha, da professora e dos meus amigos. De você e da mamãe eu não tenho vergonha, falo o que quero". Fui ler o que os psicólogos e especialistas em educação infantil estavam publicando. Desisti. Muitos estavam teorizando em abstrato e, concretamente, a coisa era bem mais complicada. Filho de um amigo me disse, dias atrás, que nas tarefas de matemática, o pai fica tão irritado que "a veia do olhos até pula"! Ensinar é um ofício, com elementos racionais de planejamento de uma aula, a forma mais pertinente de abordar o conteúdo, de relacioná-lo à vida do aluno, usando a didática apropriada à idade e à realidade social que estamos inseridos. No entanto, não há racionalidade pura, já que nossas emoções e nossos valores afloram e se fazem presentes.

Com tudo isso que estamos passando, será que os pais ou a sociedade, ao terminar a pandemia, vão rever - e valorizar - o papel do professor e da escola? Sairemos, coletivamente, fortalecidos desta pandemia? Doravante, os pais ou responsáveis pelas crianças e jovens estarão mais presentes neste processo, como indicam a Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente? Quero crer que sim. Quero acreditar que essa experiência nos ajudará a melhor compreender o papel do professor e da educação na vida das pessoas. Basta querermos. Que a educação seja, para todos, algo essencial e que seja uma bússola para seguirmos pelo caminho da formação cidadã e profissional. A todos os professores meu desejo de felicidade não pelo dia de hoje, mas pela escolha profissional e pela dedicação à causa da educação!

 


Rodrigo Augusto Prando - professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie, do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas. Graduado em Ciências Sociais, Mestre e Doutor em Sociologia, pela Unesp de Araraquara.

 

DIA DA MULHER TRABALHADORA RURAL: A NOSSA LUTA É PELA VIDA!

Hoje, 15 de outubro, é celebrado em todo o mundo o Dia da Mulher Trabalhadora Rural. Essa data faz, anualmente, a CONTAG, as Federações e Sindicatos refletirem mais sobre os grandes desafios colocados às mulheres, principalmente às trabalhadoras rurais agricultoras familiares.

O enorme corte no orçamento público e o consequente desmonte das políticas para o campo, por exemplo, impactaram principalmente as mulheres.

As trabalhadoras rurais representam 45% da força de trabalho e contribuem com mais da metade da produção de alimentos consumidos no País, segundo o Censo Agropecuário 2017 (IBGE).

A agricultura familiar é a fonte de renda de inúmeras famílias brasileiras e, além disso, alimenta uma cadeia econômica de grande complexidade. Os seus princípios estão em consonância com a agroecologia, valorizando a sustentabilidade ambiental, social e econômica, eixos que dialogam diretamente com a Plataforma da Marcha das Margaridas.

São as mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares que, na maioria dos casos, tomam a iniciativa e estimulam as suas famílias à transição de produções convencionais para o modelo agroecológico. Elas são responsáveis por grande parte da produção e são fundamentais para garantir a conservação e manejo da biodiversidade, com destaque para o resgate e multiplicação da diversidade das sementes crioulas e para a produção de alimentos saudáveis, desde os seus quintais produtivos.

Para a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, apesar dos grandes desafios, essa data é muito simbólica por reconhecer o trabalho e as conquistas das mulheres trabalhadoras rurais, resultado de muita luta por mais visibilidade e valorização. “Nesse ano, temos mais um motivo para celebrar, que são os 20 anos de Marcha das Margaridas, símbolo da nossa força e resultado da nossa organização, articulação e mobilização. Através dela, questionamos as bases da desigualdade de gênero e articulamos aspectos importantes da nossa vida, dentre os quais estão a agroecologia, a produção de alimentos saudáveis, a proteção da biodiversidade, o direito à terra e aos territórios e as políticas públicas. A nossa luta é pela vida!”, destacou Mazé.


Dia da Chefe: mulheres em cargos de liderança ganham, em média, 23% a menos que homens


Movimento Essa Cadeira É Minha, idealizado pela Catho, chama a atenção também para a diferença de tratamento dada às mulheres líderes

 

Celebrado por empresas e funcionários, o Dia do Chefe acontece no próximo dia 16 de outubro e é mais uma oportunidade para levantar a discussão sobre a importância da representatividade feminina em cargos de alta liderança. Embora o artigo feminino "a" esteja cada vez mais acompanhado da palavra chefe, graças aos avanços no debate sobre a equidade de gênero, o equilíbrio de espaços e direitos no mercado de trabalho ainda estão longe do ideal. É o que aponta levantamento da Catho com mais de 10 mil respondentes.

Segundo os dados da Catho, mulheres em cargos de liderança como gerentes e diretoras ganham, em média, 23% a menos do que homens. O salário desigual também é visto em outros cinco níveis hierárquicos, como coordenador (-15%), especialista graduado (-35%), analista (-34%), especialista técnico (-19%) e operacional (-13%). A exceção é a posição de assistente em que mulheres costumam receber 2% a mais.

"Os dados mostram que embora a disparidade tenha diminuído em alguns cargos em relação à última pesquisa divulgada pela Catho, a desigualdade salarial entre os gêneros ainda é muito latente e requer esforços genuínos das empresas. O caminho certamente começa pelo debate, mas precisamos de mais ações e políticas concretas de inserção e de igualdade de condições, para que efetivamente seja possível sanar esse grande problema social", destaca Patricia Suzuki, diretora de Gente e Gestão da Catho.


 

 Dia da Chefe | Essa Cadeira É Minha

Agora, neste Dia da Chefe, a Catho ativa uma campanha nas redes sociais a fim de chamar a atenção para a desigualdade de oportunidades e, também, de tratamento dado às mulheres que ocupam cargos de liderança. A campanha é mais um desdobramento do movimento Essa Cadeira É Minha que tem o objetivo de reivindicar a posição de mulheres em cargos de liderança.

No vídeo oficial da campanha Dia da Chefe é possível ver como a crítica direcionadas às mulheres costumam ser acompanhadas de ofensas machistas, que vão muito além da atuação profissional.

Considerando formação também há desigualdade

O levantamento ainda mostra que a remuneração também é desigual em todos os níveis de escolaridade. Profissionais do gênero feminino com maior grau, como pós-graduação, MBA ou especialização, chegam a receber 47% a menos em relação aos homens.

"Maioria da população brasileira, as mulheres são chefes e responsáveis pelos sustento de 45% das famílias no país, por isso que apoiar essa luta é contribuir positivamente para a sociedade como um todo. A Catho sabe disso e se posiciona como aliada das mulheres nessa caminhada por direitos", conclui Patricia Suzuki.



 

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