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segunda-feira, 4 de março de 2019

Dia Internacional da Mulher: hora de comemorar e também se reerguer


O Dia Internacional da Mulher foi, inegavelmente, uma conquista feminina. A luta por melhores condições de vida e trabalho, na virada do século 20, reflete até hoje em nossas vidas, gerou benefícios, mas as dificuldades persistem.  As mulheres ainda carregam a responsabilidade – muitas vezes sozinhas – de cuidar dos filhos, da casa e ter que trabalhar. 

E quando se fala na vida profissional, ainda há uma grande disparidade se comparado com a valorização masculina. Salários comprovadamente inferiores, maior dificuldade em alcançar cargos de chefia, falta de reconhecimento... Tudo isso exige da ala feminina um alto nível de resiliência. 

Com tamanha carga a ser administrada, as mulheres vivem em crise, inclusive pessoal. Mas esses momentos são verdadeiros amigos, pois nos obrigam a ser mais conscientes do tipo de vida que levamos, além de proporcionarem que nos conheçamos em profundidade.

As crises sempre nos ensinam muito. São imprescindíveis, inclusive, para nos mostrar a nossa impotência, confusão, dor... Precisamos aprender a vencer o medo de enfrentar as intempéries e as tempestades da vida, porque sabemos que, no final, seremos mais fortes.

Quando perdemos um trabalho, por exemplo, tendemos a entrar em crise. E, nesses períodos, vivemos quatro fases: euforia, depressão, impaciência e mudança. 

Na euforia, dizemos frases do tipo: “Finalmente consegui sair daquele lugar!”. Na realidade, trata-se de uma falsa ilusão. Vive-se uma hiperatividade que não gera grandes coisas. 

Depois de 4 ou 5 semanas, o vazio toma conta e a tendência é entrarmos em depressão. 

A partir do segundo mês, começamos a sentir a opressão de familiares. A impaciência vem à tona e, paralelamente, passamos a nos estruturar. 

Organizamos o tempo, a rede de contatos. Não se pode perder um minuto e os frutos começam a surgir.

A última etapa é a da transformação. Certos valores e algumas prioridades não são mais como antes. Ganhamos confiança, criatividade e vemos, de forma mais realista, as novas possibilidades.

As mudanças fornecem informações de nós mesmos, da nossa capacidade de resistência e do grau de aceitação. Se não conseguimos nos aceitar, significa que estamos nos sentindo perdidas. O importante é aceitar como somos.

Não existem pessoas com mais sorte que outras, mas, sim, pessoas que acreditam nas próprias forças para resistir e superar as adversidades.
Ser feliz significa rever aquilo que você ama, de fato, e entender quais seus sonhos, objetivos e valores nos quais acredita. 

Lembre-se sempre: você é uma grande mulher! E isso basta.






Bibianna Teodori - Executive e Master Coach, idealizadora e fundadora da Positive Transformation Coaching. Autora do livro “Coaching para pais e mães – Saiba como fazer a diferença no desenvolvimento de seus filhos” e coautora de “Coaching na Prática – Como o Coaching pode contribuir em todas as áreas da sua vida”. 

Mês da Conscientização da Endometriose


Em geral, a endometriose surge no fim da adolescência e início da vida adulta, entre os 17 e 19 anos, mas o diagnóstico costuma vir bem mais tarde, porque infelizmente, ainda não há um exame específico para detectar a doença.

O diagnóstico pode ser feito pela combinação dos sintomas aliado a exames de sangue, ultrassonografia transvaginal e ressonância pélvica, além da laparoscopia, que é capaz de detectar a doença e já tratá-la no mesmo procedimento. Em média, leva-se oito anos até que seja identificada a doença, em parte porque as pacientes não reconhecem as cólicas como um sintoma grave e que precisa ser investigado.

A endometriose pode ser encontrada no ligamento perto da vagina. A doença gera um processo inflamatório e durante a relação sexual, quando há o estímulo desta região, a mulher sente dor. Este sintoma é progressivo, chegando a impossibilitar a relação sexual em alguns casos.

As cólicas intensas e as dores durante a relação sexual acabam fazendo com que muitas mulheres apresentem irritabilidade, tristeza, angústia e depressão. Além disso, mulheres com endometriose infiltrativa profunda apresentam orgasmos menos satisfatórios e em geral se sentem menos relaxadas após uma relação sexual.

O tratamento hormonal feito com análogo de GnRH, que diminui os níveis circulantes de estrogênio e progesterona, é uma opção, especialmente nos casos mais graves da doença. Esses medicamentos interrompem o funcionamento dos ovários (produção hormonal e ovulação) produzindo um efeito semelhante ao que ocorre na menopausa natural. Durante o tratamento, que dura em média entre três e seis meses, a paciente fica sem ovular e sem menstruar. Os análogos do GnRH são extremamente eficazes na redução da atividade dos pontos de endometriose e seu efeito é reversível. Após o período de tratamento, os ovários retomam a atividade normal e a paciente volta a ovular normalmente.

Usado imediatamente após a laparoscopia, o hormônio ajuda no controle da doença e torna-se tratamento complementar à cirurgia. O tratamento combinado, nesses casos, diminui as dores e melhora a qualidade da vida sexual das pacientes.

A doença é a maior causa de infertilidade feminina, mas o tratamento adequado é capaz de reverter o quadro. 



Mês da Mulher: Cuidados com a saúde feminina vão além dos exames ginecológicos


Especialista explica a importância dos cuidados com a saúde emocional e também da alimentação para manter um bom funcionamento de todo o corpo


O conceito de saúde definido pela Organização Mundial da Saúde é: um estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidades. Muitas mulheres acreditam que o cuidado com a saúde envolve apenas a visita ao ginecologista uma vez por ano para realizar os exames preventivos, que são de suma importância, porém não garantem sozinhos longevidade ou qualidade de vida.

A maior parte das pessoas ao pensar em saúde e qualidade de vida se esquece, por exemplo, da saúde mental e emocional. Segundo Cíntia Pereira, ginecologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a visita ao ginecologista envolve aspectos que vão muito além da ginecologia em si e que se refletem na sua saúde física, emocional e em suas relações familiares, no trabalho e na sociedade como um todo. “Uma pessoa com saúde emocional debilitada pode comprometer vários setores da sua vida: tem dificuldade em manter relacionamentos, desempenhar funções no trabalho e, até mesmo, cuidar dos filhos. Esse abalo emocional pode também prejudicar a saúde física da mulher colaborando para o surgimento de doenças alérgicas, infecciosas, autoimunes e até o câncer, além de favorecer comportamentos de risco como o sedentarismo, a qualidade nutricional ruim, o abuso de álcool, cigarro e drogas”.

Um estudo sobre saúde mental divulgado pela OMS em 2011 apontou que depressão é uma questão grave de saúde pública em todas as regiões do mundo. O estudo, conduzido em 30 países revelou que a ocorrência de transtornos mentais é duas vezes maior em mulheres. No Brasil, a pesquisa foi realizada no estado de São Paulo e apontou que 20% das mulheres apresentam episódios depressivos pelo menos uma vez ao longo da vida.  “Uma das justificativas para isso seria o acúmulo de responsabilidades sociais e expectativas no papel feminino que se intensificaram no último século, e embora representem conquistas importantes, trouxe ao universo feminino um desdobramento entre o passado e o contemporâneo num acúmulo de tarefas e expectativas que muitas vezes a levam a um colapso emocional”, explica a ginecologista. 

Já a ansiedade, segundo a OMS, atinge 1 a cada 3 pessoas no mundo, o que representa 4% da população global. Entre as mulheres, 42% sofrem desse transtorno, que é definido pela Organização como sentimento constante de preocupação, de incapacidade, frustração e medo, pode manifestar-se fisicamente com náuseas, taquicardia ou “aperto” no peito, dor no estômago, problemas no sono, dificuldade de manter a concentração, entre outros.
A especialista explica ainda que a observação desses transtornos de natureza mental também deve ser avaliada na conversa com o ginecologista, que muitas vezes é o único veículo de comunicação dessa mulher e que pode, assim, indicar cuidados que vão muito além dos exames periódicos.


Alimentação e Atividade Física

Outro aspecto de grande importância na abordagem da saúde da mulher é seu estado nutricional e a realização de atividades físicas. Em uma visita ao ginecologista, o médico pode fazer o diagnóstico de distúrbios alimentares, como obesidade, anorexia ou bulimia ou mesmo comportamentos nutricionais, que se refletem no perfil metabólico e agravam doenças como diabetes, cardiopatias, hipertensão e hipercolesterolemia.

Mais uma vez, cabe ao especialista um olhar atento. “As pacientes que passam no Hospital São Camilo com a equipe de ginecologista recebem não só a orientação para uma boa dieta rica em frutas, vegetais, leguminosos, peixes, fibras, vitaminas, sais minerais, antioxidantes, beber água, mas também são aconselhadas a mudar a atitude alimentar podendo receber um atendimento multidisciplinar com diversos especialistas, como nutricionista, nutrólogo, cardiologista, geriatra ou mesmo um psiquiatra”, explica Cíntia.

A atividade física também faz parte das atitudes que são necessárias para que a mulher mantenha sua saúde em dia como um todo garantindo uma melhor qualidade de vida e longevidade maior. No mundo contemporâneo onde desde muito jovens as mulheres assumem uma rede de compromissos entre trabalho, estudo, família e entretenimento, é comum ouvir o discurso que justifica a vida sedentária: “a falta de tempo”.  “Nos últimos anos, as pesquisas médicas apontam que boa parte da falta de saúde tem relação íntima com a falta de atividade física. Podemos observar que pessoas ativas são mais autoconfiantes, menos deprimidas e estressadas, apresentam maior vigor físico resistindo mais às doenças, mantém um peso dentro da normalidade e apresentam uma pressão arterial e frequência cardíaca em níveis mais baixos que uma pessoa sedentária. Além disso, pessoa ativa tem maior volume de oxigênio pulmonar, o que facilita suportar atividades de longa duração com mais facilidade, melhora a postura e combate os maus hábitos como cigarro, álcool e outras drogas”.


Março Amarelo: o tom que merece ser refletido


No mês da Mulher médico reforça a importância de dar voz à Endometriose



Março é o mês da mulher, que vem para reforçar a essência da sensibilidade, da feminilidade e do empoderamento feminino, e falando em poder, não podemos deixar de falar sobre uma realidade muito presente e pouco falada, a Endometriose. A doença acomete aproximadamente 180 milhões de mulheres em todo o mundo, fazendo com que a força feminina seja enaltecida, já que suas portadoras são verdadeiras guerreiras. Pensando nisso, o mês também foi escolhido para representar o mês de conscientização desta realidade, visando a transmissão de informações, aumentando os índices de diagnósticos precoces e reduzindo as questões de preconceito e estigmatização.

A Endometriose é uma doença inflamatória crônica que acomete o sistema reprodutor feminino. De acordo com o Dr. Patrick Bellelis, especialista no assunto, a causa da doença ainda é incerta, a teoria mais aceita é sobre a menstruação retrógrada, onde o endométrio, tecido que reveste o interior do útero, sofre alterações durante o ciclo menstrual para que o óvulo fertilizado possa se implantar. Caso não ocorra a fecundação, o endométrio descama e o óvulo é eliminado através da menstruação. Em alguns casos, as células endometriais podem migrar pelo sentido oposto e cair em outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestino e bexiga, permitindo a implantação deste endométrio e levando à formação de focos de Endometriose.

É muito comum que pessoas e profissionais leigos sobre o assunto não compreendam a doença como deveriam, não dando devida atenção e importância para as dores físicas e emocionais que são causadas às mulheres. O diagnóstico da Endometriose muitas vezes é tardio, quando a esta apresenta-se em grau avançado. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, estima-se que em média leva-se 7 anos para a detecção da doença, quando esta já comprometeu a qualidade de vida da mulher.

Para o médico especialista Dr. Patrick Bellelis, a conscientização sobre a Endometriose é essencial para que os diagnósticos sejam cada vez mais precoces, minimizando os impactos da doença na vida da mulher e de todos ao seu redor. "Já vivenciei histórias de muitas pacientes que já se sentiram prejudicadas, seja na escola, no trabalho ou nas relações pessoais, por isso, ressalto a importância dos médicos valorizarem as queixas dessas mulheres, principalmente os sintomas que se destacam, a investigação do quadro clínico apresentado é mandatória" ressalta o ginecologista.

A mulher não se torna menos mulher ao conviver com a Endometriose, pelo contrário, esta se torna um exemplo a ser seguido. "O que acontece, é que por causa dos fortes sintomas da doença, a mulher acaba perdendo a qualidade de vida, o que pode desencadear o abalo emocional e da autoestima, por este motivo, quero encorajar as mulheres que passam por isso a vencerem essa situação, ao contrário do que muitos pensam, a Endometriose NÃO é uma doença maligna, existem tratamentos eficazes e que devolvem a leveza para a vida dessas mulheres. Fora isso, exames ginecológicos e a observação de sinais que o corpo manifesta são fatores essenciais para a garantia da saúde da mulher" destaca o profissional.

Cólicas intensas não são normais e merecem reconhecimento, a mulher portadora da Endometriose não precisa sentir dor, ela precisa de tratamento adequado. Portanto, não deixe de realizar exames periodicamente e caso seu corpo manifeste sinais além dos habituais, consulte seu médico Ginecologista e relate todos os sintomas apresentados. Preze por sua saúde!






Dr. Patrick Bellelis - graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Residência médica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação e, atualmente, é Diretor de Sede da sociedade. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva – Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012. Atualmente Dr. Patrick é membro da CNE (Comissão Nacional Especializada) de Endometriose da FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia


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