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domingo, 7 de janeiro de 2018

QUEM QUER SER MINISTRO?

Não importa se com “O”, com “A”, o critério para nomear quem comanda as áreas do governo é parecido a ficar lá debaixo de uma goiabeira, esperando as goiabas caírem de maduras. Tanto faz, como tanto fez. Impressionante, parece programa de mau humor


E as goiabas estão caindo, todas, bichadas. Deus do céu, nem bem o ano começou e a gente já tem de enfrentar essa gastura de ver a pobreza da política nacional na enésima potência. Fica difícil ter esperança, planejar, que dirá então apoiar.

Não dá mais nem para fazer qualquer análise política séria, ter imparcialidade – já é quase provocação substituírem os ruins pelos péssimos, piores ainda, como foi, por exemplo, o caso agora do Ministério do Trabalho, só o caso mais recente. Sai um ministro nada e foi nomeada uma moça, olha que legal! Mulher! Já na primeira declaração pública, Cristiane Brasil, que vem a ser eternamente apenas a filha de Roberto Jefferson entre as vírgulas, correu para se autodeclarar feliz e “empoderada”.

Não passaram algumas horas para aparecerem condenações dela na área trabalhista, e lembranças. Eu imediatamente lembrei que em 2015 essa mesma moça queria fazer lei e proibir as mulheres de andar com minissaias e decotes no interior do Congresso Nacional. Quis criar um dresscode, uma regra de vestimenta.

Escrevi sobre o caso (“Deputada, faça-me o favor”) à época.
Ela foi capaz de defender a ideia assim: “Queremos corrigir um erro histórico. A gente sempre luta por equidade com os homens. O regimento já determina o que os homens devem vestir mas não fala nada em relação às mulheres”. Sim, ela disse isso.

Mas como tudo pode piorar, como a nova ministra era deputada federal, sua saída abriu uma vaga no Congresso que vai ser preenchida pelo deputado Nelson Nahin (PSD-RJ). Você não o conhecia?

Vou apresentá-lo.

Não, ele (ainda) não é acusado de corrupção. É pior, muito pior. Foi preso, acusado de estupro e de participar de uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes, em Campos de Goytacazes (RJ). Para completar, mais familiaridade: é irmão de Anthony Garotinho, ex-governador do Rio, aquele que tem feito voos rasantes e sempre bem escandalosos nas penitenciárias. O adesivo de família feliz dessa turma deve ser uns desenhinhos de todos atados entre si com algemas e tornozeleiras.

Nessa semana houve mais um ministro que aproveitou a leva e pediu demissão, o Marcos Pereira, o Pastor Marcos Pereira, como faz questão, Bispo da Universal, que talvez vocês não tenham se dado conta: era o Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Cada um desses seres representa um partido que, por sua vez, infelizmente não representa nada para nós, mas para o governo pode dar votos na hora em que eles pretendem aprovar mudanças e reformas; tão boas, mas tão boas, que precisam dessas moedas de troca para passar, como se fossem reféns, apostas, e às vezes nem com isso. Só pagando.

Toda essa roda é comandada pelo tal Carlos Marun, Ministro da Secretaria de Governo faz um mês, responsável pelas negociações políticas entre o Palácio do Planalto e o Congresso. Um troglodita, vamos definir basicamente assim. Você o verá diariamente nos telejornais – todo dia apronta, ameaça, ou fala alguma bobagem -  e haverá de concordar comigo. Temeremos os próximos meses desse ano eleitoral. Há possibilidades de trocas lindas como estas em 13 outros ministérios! Barganhas de todos os tipos, cores, tamanhos e valores.

Imagina os substitutos? Um tem de se abaixar e beijar a mão de algum tipo de Sarney, outros terão de se submeter a ser atropelados todos os dias, outro tem de ser mulher, para aumentar a cota feminina além de Luislinda, aquela que se achava escrava com ganhos de mais de 30 mil reais, e agora também a que leva Brasil no nome. Outros, ainda, deverão ser do Nordeste, ou jurar que vão fazer sua turma votar a favor do governo, ou – ao que parece ser um item bem importante – ter um passado com alguma ficha corrida. Nem que seja uma citaçãozinha nas delações, um Caixa 2 aqui, ali, um processo, uma escorregada, algo para explicar melhor.

Como pouco se sabe sobre os atuais, nem sobre os próximos que ocuparão cadeiras e continuarão sem importância alguma e com inação total, indico o endereço: http://www2.planalto.gov.br/presidencia/ministros.

O governo está muito ocupado. Eles não se preocupam nem em atualizar os retratinhos e as fichas. Deve ser por causa da alta rotatividade na pensão.




Marli Gonçalves - jornalista – No Leilão Brasil, leva quem dá mais para bater o martelo na mesa. Ainda bem que é só o martelo.

Brasil, primeiros dias, 2018






sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Em qual horário você é mais produtivo?



Com bastante frequência, recebo perguntas sobre produtividade e em qual período do dia ela é maior. E, geralmente, as pessoas acreditam que são mais produtivas durante a manhã, pois é o que muitos especialistas dizem. Mas será que é verdade? Como eles podem afirmar que é preciso, por exemplo, acordar cedo para ser mais produtivo? 

“Padronizar” as pessoas dessa maneira e dizer que um hábito é o melhor para todas é um grande engano. Afinal, somos diferentes uns dos outros. Quando a gente analisa – seja por meio de pesquisas ou softwares – como a produtividade das pessoas varia ao longo do dia, percebemos que elas têm picos de desempenho em momentos diferentes. Algumas realmente produzem mais de manhã, acordam bem cedo cheias de energia e conseguem, nesse tempo, realizar diversas tarefas. Por outro lado, muitas não conseguem acordar antes das 10h e só começam a render a partir das 14h, enquanto outras têm pico de performance e trabalham melhor à noite. 

Você é mais produtivo no momento em que aprende a ter mais desempenho, e isso pode variar muito ao longo da sua vida. Você pode já ter sido muito produtivo de manhã e, hoje, performar melhor à noite. Cada indivíduo tem um ritmo, e isso precisa ser respeitado. Eu acredito muito, inclusive, que no futuro o trabalho será condicionado à performance individual. Chega a ser injusto cobrar, por exemplo, que um profissional chegue às 8h no escritório se ele só começa a render às 10h. Ele e a empresa perdem. 

Existem diversos estudos sobre o “ciclio cardiano” ou “ciclo biológico”, que regula o sono, os hábitos alimentares e como funcionamos ao longo do dia. Esse conceito divide opiniões, mas, particularmente, acredito que faça todo o sentido, até para os animais irracionais. No ciclo cardiano, os momentos do nascer e do pôr-do-sol são muito importantes: quando o sol nasce, os animais se levantam e começam a caçar; e, quando ele se põe, os bichos se recolhem. É interessante observar que até no reino animal algumas espécies “fogem à regra” e só começam a funcionar à noite, quando caçam e socializam. Nos seres humanos é similar.  

O que a gente pode perceber, portanto, é que nem todo mundo é mais produtivo pela manhã. Quer um conselho? Observe sua rotina, perceba qual é o horário de maior produtividade para você e tente realizar o máximo possível de tarefas nesse período. E lembre-se de duas coisas: cuidado com as regras que você ouve por aí e respeite o seu ciclo. 





Christian Barbosa - maior especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade e CEO da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo.



Quatro tendências para as empresas ficarem de olho em 2018



O conhecimento, a tecnologia, confiança na intuição e a multuculturalidade impactarão a forma de consumir


A WGSN, autoridade global em análises e previsões de tendências, indica as quatro principais tendências para as empresas ficarem de olho em 2018. Identificadas por especialistas espalhados ao redor do mundo, por meio delas é possível antecipar os principais rumos que guiarão o comportamento e consumo no ano que se inicia.

Julia Curan, Consultora WGSN Minset, explica que a tecnologia é irreversível, mas a valorização do fator humano está cada vez mais presente: "Quando mapeamos essas tendências, sempre partimos de um ponto em comum e, para os próximos anos, o fio condutor é a valorização do humano, o que questiona também como vemos o futuro. Querendo ou não, quando falamos do que virá, ainda o associamos muito à tecnologia, e é claro que não podemos excluí-la, mas todas as tendências possuem esse caráter humano embutido".

A especialista em previsão de tendências dá um exemplo de como é possível já identificar alguns desses movimentos: "No Brasil, algumas dessas tendências já começam a aparecer, um exemplo cultural que demonstra essa questão do multilocal é Francisco El Hombre, que é um som eletrônico, mas ao mesmo tempo regional e com características brasileiras. Esse tipo de influência terá impacto no mercado como um todo, nas referências que consumidores irão se basear na hora de tomar decisões".


1ª macrotendência: O PENSADOR – A valorização do aprendizado e da criatividade
 
Graças à conectividade digital, nunca tantos países tiveram acesso à educação como hoje. E na evolução desses novos caminhos do conhecimento, nasce um desejo das pessoas por aprender em novos lugares. Com menos trabalho braçal e mais tempo livre, no futuro a busca para o preenchimento destes "novos espaços" se dará com educação e lazer, onde as escolas e bibliotecas – online e físicas – serão meios para proliferar o pensamento criativo e, também, propiciar momentos de entretenimento.

As viagens de "bleisure" – em que há a mistura negócios (business) e lazer (leisure) – transformarão a força de trabalho. As empresas não só fornecerão vantagens para estender as viagens a negócios, mas, também, encontrarão formas de manter seus resultados, testando semanas de expediente mais curtas com intuito de facilitar o equilíbrio vida profissional e pessoal para seus colaboradores.

No mundo saturado pela mesmice dos produtos, as artes serão ainda mais inspiracionais: o conceito de artesanato irá evoluir para uma mistura elegante de produtos artesanais e produzidos em série, e os produtos, terão seu próprio conhecimento, além de uma comunicação mais clara com relação aos seus projetos e as histórias referentes ao seu design.

As marcas irão contratar mais "acadêmicos", como filósofos, historiadores e estudiosos para trabalhar de casa e, consequentemente, acrescentarão novas dimensões de inteligência ao comércio. Por fim, os intelectuais digitais adotarão as mídias sociais, a tecnologia inovadora e as práticas modernas de bem-estar, com intuito de abrir suas mentes e aguçar as ideias.


2ª macrotendência: NATUREZA HUMANA – O valor da intuição e das emoções
 
Ao contrário do movimento que retrata que o mundo está sendo movido por dados, para os próximos anos, a tendência será a de voltar a confiar em nossa intuição. Para validar que essa linha de movimento já dá sinais de vida, de acordo com a Economist Intelligence Unit, 87% dos executivos irão questionar em dados em geral, caso estes forem contrários ao que o seu "instinto diz". 

Tendo em vista também que a economia global sofrerá um desaquecimento, o uso do instinto, para muitos, será pensar a longo prazo, desenvolver recursos sustentáveis e buscar soluções na natureza e em outras espécies. Com a desaceleração da economia, as marcas inteligentes e os consumidores antenados investirão em sistemas de longo prazo para sustentar os negócios e o planeta. 

Atualmente, acredita-se que o instinto, conhecido como "segundo cérebro", tem mais impacto na saúde do que o DNA. Diante disso, a saúde intestinal irá transformar a indústria do bem-estar. O mercado global de probióticos, por si só, deverá crescer para US$66 bilhões até 2024.

A diversidade emocional também vai estar em ascensão. O consumidor buscará novas sensações, emoções e palavras para expressá-las. A tecnologia de vestuário e sua experiência vão explorar novas nuances e, consequentemente, sensações, dando ao consumidor o senso físico de orientação e a conexão com a terra – tão comuns no passado. 

A importância da carne no hábito alimentar será mais questionada, devido ao aumento da conscientização sobre as questões de sustentabilidade e dos direitos dos animais. Por isso, a comida adotará um novo aspecto físico, em que seu ponto alto será a sensação do toque e textura, no qual caberão novas dimensões táteis para confrontar a cultura dos alimentos pré-preparados.


3ª macrotendência: ENCANTOS DA NOITE – a relação cada vez maior das pessoas com a tecnologia 

Essa tendência investiga nossa profunda fascinação pela tecnologia e experiências tecnológicas. Em um futuro próximo, ultrapassaremos nossa condição humana, acessando estados hiper-humanos. Vamos aproveitar os poderes dos dados e inteligência artificial para transformar nossas vidas para melhor, experimentando seus benefícios, e, ao mesmo tempo, investigar seus lados mais obscuros.

Aproveitando os sentimentos de fascínio e medo, experimentaremos sensações do "sublime digital". Já que a realidade aumentada (RA) e a virtual (RV) irão não só transformar nosso dia a dia, mas, também, propiciar momentos de diversão, sensualidade e prazer.

Os dados e estratégias da inteligência artificial serão os principais motivadores da inovação e do crescimento nas grandes empresas, assim como foram as estratégias de internet no passado. Os dados serão o novo "combustível da indústria", e a Inteligência Artificial será a nova eletricidade na era das utilidades digitais.

Os designs que trabalham com os cinco sentidos se tornarão um foco para produtos e espaços, à medida que a economia da experiência cresce: bem-vindo ao design dramático.

Como as preocupações em torno da tecnologia continuam a crescer, ela oferecerá um contrapeso: a experiência será cada vez mais qualificada. Ou seja, um tipo de inovação que traz sensações e proporciona interação com o consumidor, trazendo o lado mais humano também para revolução tecnológica. 


4ª macrotendência: CONEXÃO GLOCAL – o ser humano é globalizado, ao mesmo tempo que valoriza suas origens 

Haverá um aumento na multilocalidade. Desta forma, passaremos a nos sentirmos em casa nos mais diversos lugares e, também, seremos inspirados por diversas épocas. As tensões entre os países, o nacionalismo e uma visão mais global ainda estarão presentes, mas, mesmo assim, será possível observar um aumento com relação ao sentimento de que a cultura pode ser mais forte que a própria localidade. Além disso, uma maior consciência da compreensão do multilocal surge – sentimento de identidade formado por uma diversidade de lugares, experiências e culturas – e a cultura urbana exemplificam isto: ela é local, é global e suas influências vão além da cidade e da nação. 

Neste sentido, à medida que repensamos este movimento urbano dentro de uma era mais global, a cultura, a comunidade e a história se tornam mais abertas nas nações emergentes, especialmente locais onde a maioria da população é otimista, receptiva e está abaixo dos 25 anos. Este espírito causará a ascensão do design "totalmente inclusivo", ao modo que caminhamos para um período de design para todos e feito por todos. Nesta ótica, as indústrias irão se unir para criar este modelo. 

A nostalgia servirá como unificador cultural. Com a cultura e história sendo tão facilmente difundidas em escala global, o passado pode parecer mais seguro e convidativo que o presente. Para uma geração que cresceu ciente da escassez dos recursos, reutilizar o que vem do passado é algo que faz sentido.

Esgotados das cidades, a Geração Y, famosa millennials, optará por "subúrbios urbanos" – espaços suburbanos, mas com aspecto urbano, o que inclui comunidades abertas, vizinhanças multiculturais, áreas verdes e modelos de habitação flexíveis. Neste novo estilo de vida, os novos formatos de consumo serão voltados para as pessoas que fazem grandes trajetos para o trabalho. A ideia é que haja uma revolução em termos de transportes, com veículos automáticos e "estações fitness" móveis, além da inclusão de espaços de varejo.

Em relação ao mercado brasileiro, Luiz Arruda, Consultor Sênior WGSN Mindset, explica que dentro das tendências para os próximos anos, a maior defasagem ainda é em relação à tecnologia: "Talvez a maior dificuldade nas indústrias brasileiras seja em como elas se utilizam da tecnologia, de encontrar marcas que estão se beneficiando dessas ferramentas tecnológicas que já estão difundidas, em larga escala. Não considerar o que inevitavelmente está por vir, é o mesmo que ficar para trás".




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