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quarta-feira, 14 de julho de 2021

No 'Dia do Homem' é preciso refletir sobre os cuidados com a própria saúde, alertam urologistas

Resistência masculina aumenta a sobrecarga financeira da sociedade e o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família, segundo a Política Nacional do Ministério da Saúde

 

No dia 15 de julho é celebrado o ‘Dia do Homem’, data que busca chamar a atenção da sociedade para os cuidados com a saúde masculina. Por isso, a Astellas Farma Brasil se uniu à Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) para renovar a campanha ‘Trato Feito com a Saúde’, com o propósito de conscientizar o público sobre doenças e condições relacionadas ao sexo masculino, como o câncer de próstata e os sintomas urinários, além de desmistificar tabus sobre exames de prevenção, que são responsáveis por diagnosticar doenças em estágios iniciais, quando há maiores chances de recuperação e cura.

De acordo com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, definida pelo Ministério da Saúde, diversos estudos comparativos entre homens e mulheres têm comprovado o fato de que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às graves e crônicas¹. Isso porque os homens não buscam com frequência os serviços de atenção básica à saúde, principalmente por conta de estereótipos de gênero. Enraizadas há séculos em nossa cultura, essas ideias potencializam a visão de que o cuidado com a saúde pode ser visto como um sinal de fragilidade¹. Segundo o mesmo documento, a resistência masculina aumenta não somente a sobrecarga financeira da sociedade, mas também, o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família¹.

A pesquisa ‘Um Novo Olhar Para a Saúde do Homem’, realizada pelo Instituto Lado a Lado, em parceria da revista Veja Saúde e com o apoio da Astellas, corrobora com as informações levantadas pelo Ministério da Saúde. Os dados mostram que quase 37% dos homens até 39 anos, e 20% daqueles acima dos 40, admitem visitar um profissional apenas quando se sentem mal. Além disso, apesar de 37% dos entrevistados enxergarem o urologista como o médico do homem, 59% deles não costumam visitar esse profissional. De acordo com o diretor médico da Astellas Dr. Roberto Soler, esses dados demonstram a falta de conhecimento da população. “Infelizmente, há pouca informação acessível e que seja de fácil entendimento para o público. A própria Política de Atenção Integral à Saúde do Homem, do Ministério da Saúde, apesar de ainda ser útil, possui conteúdo desatualizado, já que foi publicada em 2008.”


Condições urológicas que atingem os homens

Entre as condições urológicas que podem acometer os homens, especialmente após os 50 anos de idade, estão o câncer de próstata e os sintomas do trato urinário inferior. É importante ressaltar que o câncer de próstata quando diagnosticado precocemente tem mais de 90% de chances de cura².

Já os sintomas do trato urinário inferior, apesar de geralmente serem relacionados a uma condição benigna da próstata ou da bexiga, afetam consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes, pois podem levar à necessidade frequente de urinar, à dificuldade de esvaziar completamente a bexiga e até à incontinência urinária (perda de urina), dificultando ou impossibilitando atividades diárias. No entanto, há tratamento simples, com poucos efeitos colaterais, disponíveis para o cuidado com a condição¹.

O câncer de próstata infelizmente não possui métodos de prevenção, já que ele se desenvolve devido a fatores genéticos e, principalmente, pelo envelhecimento. No entanto, é possível obter o diagnóstico precoce por meio de exames de rotina, como o PSA, que é realizado com uma coleta simples de sangue e com o toque retal, que podem indicar a necessidade de biópsia de próstata para a confirmação diagnóstica.

É indicado que os homens realizem os exames preventivos a partir dos 50 anos, no entanto, para aqueles com histórico familiar da doença e homens negros, que possuem incidência de duas a três vezes maior que o restante da população masculina, aconselha-se procurar um médico urologista a partir dos 45 anos ³. Importante mencionar que o câncer de próstata não apresenta sintomas em sua fase inicial, por isso o rastreamento é tão necessário.


Mitos e tabus em torno do tratamento

É fundamental, também, que os tabus que ainda existem em torno da doença e, principalmente, do exame de toque, sejam desmistificados. Segundo a pesquisa citada, 35% dos entrevistados nunca realizaram o toque retal. “O exame é muito simples e rápido, mas infelizmente há muito preconceito entre os homens, que ainda relacionam o toque com a perda da masculinidade ou da virilidade. Entretanto, este é um dos exames mais comuns e que possibilita ao médico sentir uma parte da próstata e notar se há alguma alteração no órgão que necessite de uma maior investigação”, esclarece Dr. Soler.

Além dos mitos envolvendo os exames preventivos, o Manual de Atenção Integral à Saúde do Homem também aponta que há ainda uma resistência com relação a tratamentos crônicos ou de longa duração, que acabam contando com menor adesão por parte dos homens.

Este é o caso, por exemplo, de homens que possuem câncer de próstata em estágio avançado. A terapia acaba exigindo um grande empenho do paciente e, normalmente, impacta na mudança de hábitos de vida e comportamentais. Portanto, não é raro que homens abandonem os cuidados com a saúde, mesmo no caso do câncer de próstata.

“Antigamente, as tecnologias disponíveis eram mais agressivas. Hoje, há muita inovação no mercado, tratamentos mais modernos e tecnológicos, como a quimioterapia oral, que pode ser realizada em casa, proporcionando mais conforto e melhor qualidade de vida ao paciente e à sua família”, comenta o diretor médico da Astellas.

Outro ponto crucial a ser discutido atualmente é a adaptação da área da saúde para o atendimento e tratamento do câncer de próstata em todos os tipos de pessoas, incluindo a comunidade LGBTQIA+. Devemos levar em conta a pluralidade, incluindo homens cisgênero homossexuais e mulheres trans. “Apesar do tratamento ser o mesmo para todos, o acolhimento dos médicos e da equipe durante consultas, exames e procedimentos é essencial para que essas pessoas se sintam à vontade para cuidar da própria saúde, sem medo de sofrer preconceito”, conclui Dr. Soler.

Para mais informações sobre a campanha ‘Trato Feito’ acesse: https://tratofeitocomasaude.com.br/

 



Dr. Roberto Soler - urologista e diretor médico da Astellas Farma Brasil (AFB). Ele possui o título de PhD, pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, e é pós-doutor em Medicina Regenerativa e Urofarmacologia pela Wake Forest University.

 

Astellas Farma Brasil

www.astellas.com/br

 

 

 Referências:

¹MINISTÉRIO DA SAÚDE (2008). Política Nacional de Atenção Integral ao Homem.

²¹Câncer de Próstata. Instituto Lado a Lado pela Vida. Disponível em: https://www.ladoaladopelavida.org.br/cancer-de-prostata Último acesso em 07.07.21

³  Novembro Azul orienta sobre o câncer de próstata Disponível em: https://portaldaurologia.org.br/publico/novembro-azul/novembro-azul-orienta-sobre-o-cancer-de-prostata/ Último acesso em 13.07.21


Rinite alérgica atinge 1⁄4 da população brasileira, afirmam especialistas do Hospital Paulista

No inverno, dias frios e secos podem ser um grande inimigo de pessoas que sofrem com esta alergia: veja como evitar o mal-estar


Certamente você já teve alguma reação alérgica ou conhece alguém que sofra de doenças respiratórias, como rinite e asma, por exemplo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge 25% da população mundial, além disso, as alergias afetam 30% dos brasileiros, um número ainda maior, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

As médicas Cristiane Passos Dias Levy e Sheila Cardinali Tamiso, ambas otorrinolaringologistas do Hospital Paulista, fazem um alerta para os riscos da rinite alérgica, que tem uma incidência em 25% dos brasileiros, e para a asma, presente em 20% das crianças e adolescentes.

"As alergias respiratórias prejudicam o dia a dia do paciente. No entanto, por meio de um tratamento apropriado, orientação e cuidados adequados, é possível controlá-las, aumentando a qualidade de vida dos pacientes", explica a Dra. Cristiane.


Diagnóstico

Assim como em grande parte das patologias, as crianças têm uma predisposição maior a desenvolver algum tipo de alergia. Segundo a American College of Allergy, Asthma and Immunology, 70% das alergias aparecem antes dos 20 anos.

Mas enganam-se os que acreditam que as pessoas não podem se tornar alérgicas depois de adultas. A Dra. Cristiane destaca que as alergias a cosméticos ou produtos sintéticos - conhecidas como dermatites de contato - ou ainda a alergia a medicamentos costumam aparecer já na vida adulta.

"Geralmente, as alergias respiratórias tendem a aparecer em pacientes que possuem maior sensibilidade imunológica a algumas substâncias ou àqueles que têm predisposição genética", ressalta.

O diagnóstico deste tipo de alergia é feito por meio da determinação específica de IgE, um anticorpo presente no sangue capaz de auxiliar na identificação de diversas doenças.


Rinite alérgica

Presente em 1⁄4 da população brasileira, a rinite alérgica também pode ser considerada o tipo mais comum de doença respiratória. Atópica, ela se caracteriza pela inflamação da mucosa nasal.

De acordo com a Dra. Sheila, a rinite pode surgir tanto na infância, a partir dos quatro anos, como na vida adulta, o que explica sua alta prevalência.

Entre os sintomas mais comuns da rinite estão coriza, espirros, congestão nasal e coceiras no nariz, garganta e nos ouvidos. As crises de rinite alérgica podem surgir também por meio de agentes alérgenos, como ácaros e fungos, poeira, pelos de animais, perfumes muito fortes, pólen das flores e tempo seco, entre outros.

"Em dias secos como os que estão fazendo, nossa mucosa nasal tende a ficar mais irritada, já que há um aumento de micropartículas de poeiras e substâncias tóxicas que ficam suspensas no ar, circulando pelo ambiente", complementa a médica.


Prevenção

A rinite alérgica pode ser evitada ou controlada com cuidados simples do dia a dia. Segundo a Dra. Sheila, a maioria das formas de prevenção diz respeito a evitar acúmulos de poeira.

"Seja para pacientes que já sofrem com a patologia ou para os que desejam evitá-la, indicamos que evitem quaisquer tipos de produtos e objetos que possam acumular pó dentro do lar. Cortinas, carpetes, bichinhos de pelúcia e usar o mesmo travesseiro por muito tempo são alguns exemplos", ressalta a especialista.

Para a limpeza de casa, o indicado é evitar o uso de aspiradores, vassouras e espanadores, já que estes objetos tendem a espalhar ainda mais a poeira. O recomendado é substituí-los pelo pano úmido, que deve ser passado nos ambientes e móveis ao menos duas vezes por semana.

"As roupas de cama e cobertores também devem ser trocadas e lavadas regularmente, de preferência com sabões neutros ou produtos que não tenham um aroma muito forte."

Os umidificadores de ar podem ajudar a manter o ambiente mais confortável, mas é necessário ter cautela ao utilizá-los. Quando o aparelho fica ligado por muito tempo pode haver um efeito contrário, já que excesso de umidade pode facilitar a proliferação de fungos e bactérias.


Tratamento

Todas as recomendações de higiene citadas podem ser consideradas formas de tratamento para as doenças respiratórias, principalmente à rinite alérgica. Já quando o assunto é medicamento, o melhor tratamento é definido após a avaliação médica.

Segundo a Dra. Sheila, é comum tratar rinites com anti-histamínicos, corticoide e descongestionante sistêmico e, em alguns casos, corticoides. Mas ela faz um alerta para a automedicação, que é contraindicada em qualquer sintoma ou doença.

"Para alguns pacientes, o tratamento com a imunoterapia pode ser uma opção para potencializar o sistema imunológico. Para todos os casos, a avaliação de um médico é sempre a solução mais indicada", finaliza.

 


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Síndrome de Sjögren, doença autoimune, é tema de mostra na Estação Paulista da Linha 4-Amarela de metrô

Dia 23 de julho é uma data voltada para conscientizar as pessoas sobre essa condição; painéis informativos ficam expostos até o final do mês


Painéis trazem histórias de pacientes


A síndrome de Sjögren é uma doença autoimune que atinge principalmente as glândulas lacrimais e salivares, causando secura nos olhos e na boca. Além disso, ela acomete outras partes do organismo, como pele, articulações, pulmões, rins e sistema nervoso.

Por ser pouco conhecida e, muitas vezes subdiagnosticada, vale conhecer melhor a síndrome, tema de uma mostra realizada em parceria com a ViaQuatro, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 4-Amarela de metrô, e a Associação Brasileira Superando o Lúpus, Doenças Reumáticas e Raras.

Nos painéis da exposição, pacientes contam como enfrentam a doença, que tem uma data - 23 de julho - destinada mundialmente à conscientização sobre seus sintomas e impacto na qualidade de vida. Cleonice Gallo da Silva, por exemplo, disse que demorou a ter o diagnóstico correto e sofreu preconceito por ter a síndrome. Atualmente, com o tratamento adequado, leva uma vida com poucas limitações.

O objetivo da mostra, que trata também da vasculite - inflamação dos vasos sanguíneos - é apresentar as histórias de superação dos pacientes e orientar sobre tratamentos.

"Além de oferecer um transporte seguro e confortável a todos, a concessionária busca sempre levar aos passageiros informações que possam colaborar com a qualidade de vida", diz Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaQuatro.

 

Sobre a Associação Brasileira SUPERANDO o Lúpus, Doenças Reumáticas e Raras:

A associação começou atendendo pessoas com lúpus e seus cuidadores. Com o passar do tempo passou a atender pessoas acometidas por doenças reumáticas e raras. Hoje atende desde o público infanto-juvenil até o idoso. O trabalho da SUPERANDO está embasado em 4 pilares: Apoiar, Informar, Orientar e Advocacy. A instituição tem como missão, informar e orientar as pessoas com doenças reumáticas e/ou raras, no âmbito nacional, por meio de informações precisas e seguras.

 

Serviço

Síndrome de Sjögren e Vasculite - Estação Paulista - Linha 4-Amarela

Até 31 de julho


4 problemas odontológicos que se alastraram durante a pandemia

Em tempos de pandemia, os cuidados com a higiene se tornaram ainda mais necessários e imprescindíveis para preservar a saúde individual e coletiva da população. Medidas como lavar bem as mãos e fazer uso do álcool em gel ao se expor a espaços públicos ou ao lidar com outras pessoas já viraram hábitos rotineiros.

No entanto, além da limpeza das mãos, é fundamental lembrar que a higiene bucal também precisa de atenção especial durante a atual crise sanitária. Isso porque a ausência de limpeza adequada na cavidade bucal, dentes e superfície da língua propicia a proliferação de bactérias na gengiva, o que acaba ocasionando o surgimento de inflamações e o aparecimento de doenças periodontais. Ainda é preciso destacar que esse mau hábito pode contribuir para que a boca se transforme em um reservatório para o vírus – processo que pode agravar bastante o quadro de um paciente já infectado.

Mas não é somente com a higiene que as pessoas devem se preocupar. O estresse e medo provenientes do contexto de pandemia produziram e intensificaram comportamentos, reações e sentimentos que têm favorecido o desenvolvimento de patologias e lesões nos dentes. Confira abaixo os principais problemas odontológicos que se agravaram durante a crise sanitária:


- Bruxismo: Diversas doenças e distúrbios foram desencadeados durante a pandemia. Grande parte dos casos está relacionada ao estresse e ansiedade. Um dos transtornos que se tornou mais recorrente foi o bruxismo. Caracterizada pelo ato de ranger ou apertar excessivo dos dentes, a condição pode ser provocada por muitos fatores. Normalmente, tensão, depressão, ansiedade e outros fatores emocionais contribuem para a sua origem ou agravamento. Hoje, a disfunção se faz presente em cerca de 84 milhões de brasileiros, equivalente a 40% da população.


- Gengivite: Causada pelo acúmulo de placa bacteriana nos dentes, a patologia promove a inflamação da gengiva e pode atingir um grau bem alarmante com a elevação do estresse. Isso porque a alta dos níveis do hormônio cortisol durante situações de tensão enfraquece o sistema imunológico, tornando o corpo mais propenso a adquirir doenças infecciosas.


- Periodontite: A doença periodontal é uma condição crônica, que causa sangramentos na gengiva e o desmantelamento do aparato que dá suporte aos dentes. Pode ser considerada uma evolução da gengivite, que ocorre em indivíduos susceptíveis. Se não for tratada, pode acarretar a perda dentária. “Um sistema imune saudável é o melhor escudo contra o problema. No entanto, sob estresse, as pessoas costumam liberar uma grande quantidade adrenalina e noradrenalina que não só podem levar a diminuição do fluxo sanguíneo, como interferir negativamente na ação de células de defesa e seus mediadores contra bactérias relacionadas à doença”, alerta o cirurgião-dentista André Pataro, doutor e mestre em Odontologia e especialista em Periodontia. Há diversos estudos na literatura científica que relatam a influência da periodontite no agravamento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, artrite reumatoide, obesidade e, inclusive, a covid-19.


- Cárie: Em situações de estresse, os nervos simpáticos do corpo sofrem grandes estímulos que acabam causando a vasoconstrição periférica. “O resultado disso é a redução do fluxo salivar e, consequentemente, a fragilização da resistência do organismo às bactérias, até mesmo aquelas que atuam na geração da cárie. Isso acaba favorecendo o aumento do número desses microrganismos na boca. Com a diminuição da saliva, eles permanecem por muito mais tempo nos dentes, dissolvendo minerais e destruindo suas estruturas”, ressalta.


Por fim, André Pataro alerta que todas essas condições levam ao envelhecimento precoce do sorriso, gerando interferências na saúde sistêmica do paciente. “Devemos ter em mente que o nosso organismo é um só e está todo interligado. Um indivíduo saudável não é somente aquele com ausência de doenças, mas sim aquele que se mantém em equilíbrio em todos os aspectos”, conclui.


Cirurgias de urgência e emergência crescem 64,3% no primeiro semestre deste ano

Dados, comparados ao mesmo período do ano passado, são de nove hospitais de Campinas, Valinhos e Vinhedo


O número de cirurgias de urgência e emergência foi 64,3% maior neste semestre se comparado com o mesmo período do ano passado. O aumento é, principalmente, um reflexo da pandemia, já que desde o início, muitas cirurgias eletivas foram canceladas e acabaram se agravando, transformando-se em procedimentos de urgência e emergência. O levantamento foi feito pelo Grupo Surgical, com dados de nove hospitais de Campinas, Valinhos e Vinhedo.

“No primeiro semestre do ano passado, as cirurgias eletivas praticamente pararam. Primeiro, porque os hospitais não tinham estrutura para atender os pacientes de covid-19 e as cirurgias eletivas. Segundo, porque muitos pacientes ficaram com medo de ir a um hospital e se contaminar”, explica o CEO o Grupo Surgical, Bruno Pereira, que também é cirurgião geral, de urgência e emergência e de trauma.

Se levarmos em conta a proporção de cirurgias eletivas e de urgência e emergência realizadas pelo Grupo, no primeiro semestre de 2019, os procedimentos de urgência e emergência foram 52,3% maior que os letivos; no ano passado, este índice saltou para 128,6% e, neste ano, 125%.  “Na prática, percebemos que muitas das cirurgias eletivas que não foram feitas, independentemente do motivo, acabaram se agravando e se transformaram em de urgência e emergência”, afirma Pereira.

O cirurgião destaca, ainda, que as pessoas não devem deixar de procurar o hospital quando algo não está bem. “Lógico que não é para ir por qualquer motivo, mas se algum sintoma diferente ficar persistente, é necessário procurar um médico. Alguns problemas evoluem para formas graves muito rápido e só o médico terá condições de avaliar se é necessário fazer a cirurgia naquele momento ou esperar”, orienta. “Também é fundamental que as pessoas mantenham suas rotinas de consultas e exames, só assim conseguimos trabalhar preventivamente”, reforça.

Entre os sintomas que devem ser considerados sinais de alerta, estão mudança no hábito intestinal, que pode ser tanto constipação quanto diarreia, dor abdominal insistente, cólica forte, sangramento ou escurecimento das fezes, vômito com sangue, falta de apetite, náusea e dor abdominal migratória.

Mudança no hábito intestinal, por exemplo, pode ser sinal de câncer colorretal e, nesse caso, quanto antes fizer o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de cura. Pacientes com sangramento do trato gastrointestinal, ou seja, nas fezes ou no vômito, também precisam ser avaliados porque pode ser hemorragia digestiva. Pode ser algo simples, mas de 2% a 10% dos pacientes com Hemorragia Digestiva acabam morrendo, então, é um sintoma que realmente precisa ser investigado. Há várias causas para o sangramento, como úlceras pépticas, gastrite hemorrágica, esofagite, neoplasias (câncer), varizes esofágicas, uso de anticoagulantes, entre outras.

Outro problema muito comum é a apendicite. Os sintomas mais frequentes são dor abdominal e falta de apetite, que atingem 100% dos pacientes, seguido por náuseas (90%), vômitos (75%) e dor migratória (50%). Quanto mais cedo houver o diagnóstico, melhor, já que complicações da doença podem causar perfuração do órgão e até infecção na corrente sanguínea (sepse ou septicemia). O quadro do paciente costuma mudar a cada 12 ou 24 horas e a demora também pode resultar em dificuldades cirúrgicas, complicações pós-operatórias, longos períodos de internação e até a morte.

Já as crises de dor intensa podem ser sinal de colecistite, que é a inflamação da vesícula biliar. Nos casos agudos, a cólica biliar costuma ser mais forte e duradoura, podendo durar até mais de 12 horas, com pico entre 15 e 60 minutos após o início. Os pacientes relatam que, muitas vezes, a dor é insuportável e vem acompanhada de enjoos e vômitos.  É importante lembrar que cerca de 30% dos pacientes com colecistite aguda também apresentam febre e, em alguns casos, calafrios.

O paciente com colecistite aguda precisa ser operado logo após o aparecimento dos primeiros sintomas porque o quadro pode ser agravar e causar outros problemas, que podem até levar à morte. Entre as complicações mais comuns, estão a peritonite (inflamação do peritônio), formação de fístula para o intestino, septicemia (infecção generalizada), formação de abcessos causados pela necrose provocada pelas bactérias e pancreatite. Essas complicações costumam ser muito graves. Por isso, é importante agir rapidamente.

 


Grupo Surgical


Como cuidar das crianças diante de um diagnóstico médico difícil na família?

Para Cláudia Barroso, que há mais de 10 anos ajuda famílias a lidarem com diagnósticos médicos difíceis, incluir as crianças nessa abordagem é fundamental. Muitas vezes, elas são subestimadas em sua capacidade de entendimento e podem sofrer com isso.


Todo diagnóstico médico difícil, seja de uma doença terminal, uma síndrome ou uma questão física do paciente gera uma mudança na dinâmica familiar. E, muitas vezes, as crianças são deixadas de lado na hora de olhar para essa mudança, o que pode gerar consequências futuras ou imediatas, persistentes ou passageiras. Segundo Cláudia Barroso, à frente do programa Bem me Care, criado para ajudar famílias que estão vivendo um momento como esse, incluir as crianças no processo de readequação é fundamental.

“Há quem acredite que retirar a criança do ambiente durante o processo de acolhimento e adaptação do diagnóstico, deixar com um parente ou vizinho, por exemplo, seja a melhor solução, o que pode não ser verdade”, explica Cláudia. “A criança não possui ainda todos os elementos necessários para interpretar o que está acontecendo e se utiliza de fantasias para simbolizar aquilo que não compreende. Isso pode levar a criar um cenário às vezes pior do que a própria realidade”, enfatiza.

Cláudia lembra que o programa leva em consideração, antes de tudo, a idade, tanto a cronológica quanto a psicológica da criança, para entender como ajudar: “tem famílias que infantilizam e outras que exigem das crianças que tenham uma reação mais madura do que podem, e esse olhar é fundamental para entender como abordar a doença e as consequências dela para a própria criança”.

“A criança nem sempre é vista, mas ela faz parte do núcleo que é diretamente atingido pelo diagnóstico, daí a importância da sua participação no processo”, complementa a psicanalista. O Bem me Care foi criado para atender às demandas emocionais e práticas de famílias que estão lidando com um diagnóstico médico grave. Utiliza como base teórica a psicanálise, através de uma abordagem inovadora que privilegia as dores e medos da família que está impactada com um diagnóstico médico difícil. O objeto de interesse não é o paciente, mas, sim, sua família.

O tratamento do Bem me Care tem foco e tempo pré-determinados. Pode variar de um a até sete encontros, contando com um membro ou vários membros da família, incluindo, é claro, as crianças, e de uma forma bem importante: “tudo vai sempre depender de como o diagnóstico impactou esses personagens e como o núcleo familiar foi afetado em sua função organizadora de papeis e sentimentos”.

 


Cláudia Barroso - Psicóloga Clínica formada pela Fundação Mineira de Educação e Cultura – FUMEC, com especialização em Psicoterapia Breve Psicanalítica pelo Instituto Sedes Sapientiae e Psicoterapia de Casal e Família. É Terapeuta Sexual, formada pelo Isexp e Psicanalista formada através de processo particular. Além de fundadora e idealizadora do projeto Bem me Care e co-autora do livro “O impacto da má notícia médica na família. Uma visão psicanalítica”, é também gestora do Falhei & Disse - Reflexões Psicanalíticas com Entretenimento. Hoje atende crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias em seu consultório em São Paulo, atuando também de forma on-line.


A ampliação do teste do pezinho e os tratamentos não contemplados no SUS

Em 2021, foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o projeto de lei que amplia o número de doenças detectadas pelo teste do pezinho no SUS. O exame que é feito por meio da coleta de gotas de sangue dos pés de recém-nascidos e pode identificar mais de 50 doenças raras, as quais afetam o desenvolvimento neurológico, físico e motor. No Brasil, estima-se que 13 milhões de pessoas tenham alguma doença rara, sendo 75% delas crianças, por isso, identificar precocemente e utilizar os tratamentos adequados desde o início é essencial para se manter a qualidade de vida dos pequenos.

A ampliação da cobertura do teste do pezinho poderá ajudar diversas crianças no tratamento e controle de doenças, porém, o SUS neste momento, não apresenta terapia disponível para todas as enfermidades contempladas e, para as que há, as terapias são obsoletas e não mais praticadas no mundo todo. Um exemplo disso é a fenilcetonúria, também conhecida como PKU, caracterizada por ausência ou falha da enzima responsável pelo processamento do aminoácido fenilalanina. Com isso, ocorre o acúmulo dessa substância, que é tóxica ao sistema nervoso e pode causar lesões permanentes, tais como deficiência intelectual, sintomas comportamentais ou convulsões. Pacientes com fenilcetonúria necessitam de significativa restrição dietética, devendo evitar o consumo de leite e derivados, carnes, peixes, ovos, aves e grãos com elevado teor proteico, dieta que nem sempre é fácil de se seguir tanto pela aderência como pelo valor de compra dos alimentos. Embora a fenilcetonúria esteja contemplada no teste do pezinho há mais de vinte anos, o tratamento utilizado no Brasil é o mesmo de três décadas atrás.

Recentemente, a CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) analisou o pedido de expansão de utilização do dicloridrato de sapropterina para pacientes com fenilcetonúiria acima de 5 anos. Esta medicação, ajuda no controle da doença em aproximadamente 30%, quando bem indicada, e evita comprometimento das funções executivas que vem sendo observado mesmo nos pacientes tratados com a única terapia existente no Brasil, a restrição dietética. Tem sido observado que o uso da medicação pode também regredir o déficit de atenção, muito comum na população fenilcetonúrica, como estabilizar as alterações de humor e reduzir os quadros de depressão altamente incidente nesses pacientes, além de facilitar a restrição dietética, tendo grande impacto na qualidade de vida. Este tratamento já foi disponibilizado em 2018 no SUS; porém, exclusivamente para mulheres grávidas ou em período periconcepcional. Essa submissão da sapropterina para o tratamento da PKU na CONITEC teve parecer negativo para a incorporação no Sistema Único de Saúde, sendo esse resultado contraintuitivo, pois quando se descobre uma doença, o tratamento é o primeiro passo a se pensar, sendo incoerente disponibilizar um diagnóstico sem um recurso terapêutico eficiente.

A diretora da Associação Mães Metabólicas, Simone Arede, explica que o tratamento para fenilcetonúria embora recentemente submetido à CONITEC para revisão, não o atualizou no âmbito do SUS, rechaçando terapias mais modernas e eficazes para o controle da doença, como por exemplo, o uso do dicloridrato da sapropterina para pacientes responsivos à medicação, independentemente da idade, sexo ou outra condição.

Além disso, ela adverte sobre a falta do kit diagnóstico no teste do pezinho, pois em alguns estados do Brasil, os resultados dos exames estão sendo liberados muito além dos 30 dias de vida, período no qual já pode haver dano neurológico no bebê. Ela afirma ainda que a justificativa para não ter sido aprovada a incorporação do medicamento para os pacientes foi a falta de estudos e o seu custo elevado, porém, em se tratando de enfermidade rara, de forma geral, os estudos da literatura compreendem população pequena de pacientes, sendo impossível de se ter uma grande quantidade de evidências científicas como em outras doenças crônicas, tais como câncer ou diabetes que acometem grande parte da população.

Destaca ainda, que é um verdadeiro contrassenso o reconhecimento da eficácia do fármaco ao feto da gestante com fenilcetonúria, onde os estudos são mais escassos e o não reconhecimento das evidências nos demais pacientes que respondem ao dicloridrato de sapropterina. Simone conclui que, na verdade, a não incorporação do remédio não passa de uma opção política discriminatória e injusta com os demais afetados pela enfermidade, os quais para terem direito a terapia se vêm obrigados a recorrer ao sistema de justiça, o que impacta negativamente não só a vida da pessoa com fenilcetonúria e seus familiares como onera os cofres públicos com compras emergenciais e com custos às vezes estratosféricos, ao passo que com a incorporação o processo de compra passaria necessariamente pelo menor preço, como determina a lei de licitações.

A Covid-19 prejudicou ainda mais o seguimento dos pacientes com fenilcetonúria, conta Simone, pois com essa doença, as pessoas necessitam fazer exercícios físicos para diminuir a taxa da proteína circulante no sangue. Além do mais, o isolamento social corrobora com a falta de agendamento dos exames e consultas, além de comprometer a distribuição da fórmula metabólica fundamental para suprir as necessidades proteicas dos pacientes, que não podem consumir proteína natural.

Para Maitê Moreira, mãe da pequena Catarina, de 4 anos e portadora da fenilcetonúria, a utilização da medicação sapropterina, adquirida através de processo judicial, foi um divisor de águas e mudou totalmente a qualidade de vida da sua filha. Antes da medicação, toda alimentação era sempre minuciosamente calculada, principalmente para ela não se sentir diferente ou excluída socialmente. Maitê recebia o cardápio da escola e tentava fazer o uso de alimentos parecidos com os dos amigos, apesar do esforço, tinha momentos que não sabia o que seria oferecido, já que uma característica marcante da dieta desses pacientes é a monotonia. Quando Maitê conseguiu a medicação, a qualidade de vida da Catarina mudou totalmente. A tolerância à proteína de sua filha dobrou em 6 meses do uso da medicação, ela conseguiu introduzir farinha de trigo, ovos, leite, macarrão e pão e, principalmente, ainda mantendo o bom controle da fenilcetonúria, o que é importante para se evitar o dano neurológico ou manifestações psiquiátricas ao longo da vida. Todavia, Catarina é uma exceção, pois a maioria dos pacientes não consegue o acesso à esta medicação e nem mesmo a alimentação hipoproteica, a qual consiste em alimentos médicos específicos sem proteína, que são muito caros e precisam ser importados, pois não existe fabricação no Brasil.

Outro ponto que Simone nos informa que corroborou para a não aprovação da incorporação do medicamento para fenilcetonúria no SUS foi o seu preço elevado. Contudo, conversamos com a Dra. Tania Bachega, Presidente da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), que trabalha com o diagnóstico precoce de doenças endocrinológicas que resultam em graves complicações, nas quais, em fases iniciais, os sinais e sintomas não são francamente perceptíveis ao se examinar o bebê nos primeiros dias de vida. Ela nos cita o caso da Hiperplasia Adrenal Congênita, incorporada no Programa Nacional de Triagem Neonatal em 2012. Esta doença é caracterizada pela produção deficiente de hormônios essenciais à vida, o cortisol e a aldosterona. Bebês afetados com a forma mais grave apresentaram desidratação no primeiro mês de vida e aproximadamente 20 a 25% destes evoluirão para o óbito nas primeiras semanas de vida. Embora possa causar risco de vida, a maioria das pessoas com essa enfermidade pode levar uma vida normal com a utilização da medicação adequada. O tratamento necessário não é caro, porém, a hidrocortisona por ter baixo custo não é atrativa para a indústria produzir no Brasil. Por isso, os pacientes são obrigados a usarem medicamentos similares, que em longo prazo pode causar reações adversas. A Deficiência da Biotinidase é outra doença que foi inserida no Programa Nacional de Triagem Neonatal em 2012, que sem tratamento, pode evoluir para deficiência intelectual, convulsões, surdez, alterações neurológicas, dentre outras complicações. O tratamento desta doença é efetivo na prevenção das complicações e envolve a reposição de biotina, que também tem baixo custo; porém, até hoje a biotina não está sendo distribuída para todos os pacientes do SUS em todo o Brasil.

Dra. Tânia explica que o custo da inserção de uma medicação no SUS não deve ser avaliado de forma isolada, mas sim em conjunto ao custo do tratamento de complicações em pacientes sem o uso da medicação, o que frequentemente é ainda mais elevado, mesmo sem se avaliar o impacto na qualidade de vida dos pacientes, cujo valor é imensurável.

Em conversa com Denise, mãe do Gustavo de 9 anos e portador de Hiperplasia Adrenal Congênita, ela conta que manipula o acetato de cortisona, que é um medicamento que tem ação similar ao hormônio deficiente cortisol, mas que se ele tivesse remédio correto para a doença evitaria muitas preocupações futuras com a saúde. Ainda nos conta que alguns pacientes com melhor condição social e financeira importam do Uruguai, Argentina e Estados Unidos. Porém, na pandemia a exportação ficou suspensa e esses pacientes também precisaram recorrer a manipulação dos medicamentos.

Mesmo sem a medicação correta, Denise conta que o remédio similar proporcionou a vida para o filho dela, porque após o diagnóstico e a administração correta, ele ganhou peso, saiu do quadro de desidratação extrema com choque e teve reestabelecido seu desenvolvimento neuropsicomotor, o que permite ter a mesma qualidade de vida das crianças sem a doença. Com o teste do pezinho ampliado, diagnóstico precoce e garantido o uso das medicações corretas no tempo certo, não teremos história trágicas de bebês que perdem a vida por falta de tratamento adequado.


Adiamento de consultas oftalmológicas pode causar danos irreversíveis na visão

Pesquisa britânica mostra que 1 em cada 5 pessoas deixou de cuidar da saúde ocular durante a pandemia


Desde o início da pandemia, o comportamento da população em relação aos cuidados com a saúde mudou. Muitas pessoas adiaram consultas e tratamentos, principalmente, por medo de se contaminar. Outro motivo é que muitos procedimentos cirúrgicos eletivos foram cancelados durantes os lockdowns.  
 
Entretanto, esse adiamento de exames e consultas pode ser potencialmente grave para a saúde. Em relação às doenças oftalmológicas, por exemplo, postergar consultas ou tratamentos cirúrgicos, pode significar a perda definitiva da visão.
 
Segundo a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, especialista em glaucoma, a saúde ocular não deve ser negligenciada, especialmente quando já existe um diagnóstico como o do glaucoma.  
 
“O glaucoma é uma doença potencialmente grave e silenciosa, que pode levar à cegueira irreversível. O acompanhamento médico de um paciente com a doença deve ser frequente. Infelizmente, tivemos muitos casos de atrasos na rotina das consultas no último ano”.  
 
Uma pesquisa realizada pela
Fight for Sight, organização britânica dedicada à pesquisa oftalmológica, revelou que 1 em cada 5 pessoas no Reino Unido deixou de visitar um oftalmologista durante a pandemia. Além disso, o estudo mostrou que um terço dos adultos relatou deterioração da visão desde o início da pandemia.
 


Posso deixar de lado minha saúde ocular?


“Os cuidados com a visão são importantes desde cedo. Contudo, merecem mais atenção a partir dos 40 anos. A consulta de rotina nessa faixa etária é capaz de detectar, de forma precoce, condições que podem causar a perda da visão, como glaucoma, catarata, degeneração macular relaciona à idade (DMRI) e patologias da retina”.
 
Sem os devidos tratamentos para essas doenças, as consequências podem ser devastadoras. Isso porque são doenças crônicas, degenerativas e progressivas.

Ou seja, podem causar uma perda importante da visão. Apenas a catarata é reversível. O glaucoma, a DMRI e a retinopatia diabética, por exemplo, causam danos visuais irreversíveis.  


 
Quais condições oculares não podem esperar?

Embora uma consulta de rotina, quando não há nenhuma doença ocular pré-existente, possa ser adiada, é preciso ficar atento a sintomas oculares que demandam procurar um oftalmologista precocemente, ou até em um serviço de emergência, como:
 

  • Lesão ou trauma ocular
  • Dor aguda nos olhos
  • Sintomas de conjuntivite viral ou bacteriana
  • Mudança repentina no campo visual
  • Ardência e vermelhidão que não melhoram

 
Vale ressaltar que pacientes com diagnóstico de glaucoma, DMRI e retinopatia diabética, devem seguir, rigorosamente, suas rotinas de acompanhamento oftalmológico.


 
Telemedicina na oftalmologia
 
A telemedicina se tornou uma realidade desde o início da pandemia. Entretanto, nem todas as especialidades podem atender integralmente por telemedicina.
 
“Temos estudado uma forma de realizar os atendimentos de forma online. Para isso, é preciso que o paciente esteja conectado a um computador ou celular, com uma câmera de vídeo. Mas, nem todos dispõem desses equipamentos. Aliado a esse fato, o glaucoma costuma afetar, mais comumente, pessoas acima dos 50 ou 60 anos, muitas vezes menos adaptados à tecnologia”, cita Dra. Maria Beatriz.
 
“Nas consultas por telemedicina podemos avaliar exames de imagens, verificar se o paciente tem usado a medicação corretamente, se tem alguma dúvida em relação à horários e se apresenta algum efeito colateral relacionado aos medicamentos prescritos”, explica a oftalmologista”,


 
Autocontrole da pressão intraocular
 
O exame mais importante para prevenir o glaucoma, bem como para seu acompanhamento, é a medição da pressão intraocular (PIO). Embora existam equipamentos para o autocontrole dessa pressão, é uma tecnologia que ainda não chegou ao Brasil.
 
“Portanto, a PIO só pode ser aferida na consulta presencial. A detecção precoce e o tratamento do glaucoma não podem esperar”, reforça Dra. Maria Beatriz.


 
Consulta domiciliar

Uma outra forma de ajudar os pacientes é realizar a consulta médica domiciliar. Nesses casos, o oftalmologista leva um aparelho portátil para medir a pressão intraocular e examinar o fundo do olho.

“O desafio, aqui, é ampliar o acesso a esse tipo de serviço para mais pessoas”, comenta Dra. Maria Beatriz.


 
Boas perspectivas

Os profissionais da saúde foram os primeiros a serem vacinados no Brasil. Além disso, a população acima dos 50 anos também já recebeu, pelo menos, uma dose da vacina. Outro ponto positivo é que as cirurgias eletivas foram liberadas.
 
“Todos esses fatores são favoráveis à retomada das consultas presenciais de rotina, bem como dos tratamentos cirúrgicos para o glaucoma e outras doenças oftalmológicas mais graves.
 
“A recomendação é que a população retome a rotina de cuidados com a saúde em geral, inclusive a ocular”, finaliza Dra. Maria Beatriz.

 

5 dicas para aliviar os sintomas da rinite alérgica no inverno

É só o tempo esfriar que quem sofre com doenças respiratórias, como a rinite alérgica, percebe que as crises se intensificam. E isso não ocorre por acaso.


No inverno é comum passar mais tempo em ambientes fechados, o que deixa o organismo mais exposto ao contato de vários agentes alergênicos. Além disso, muitas vezes, existe uma diminuição considerável na umidade relativa do ar, aumentando os sintomas de alergia de uma maneira geral, explica a Dra. Brianna Nicoletti, médica alergista e imunologista pela USP.

Segundo a médica, crianças com alergias respiratórias, nesta época do ano, exatamente por piorarem da rinite, têm uma maior incidência de infecções de vias aéreas superiores (como as virais), e podem acarretar complicações como crises de asma. O mesmo acontece com os idosos.

"Os idosos com rinite alérgica persistente pioram principalmente pelo que chamamos de "hiperreatividade nasal" a fatores como mudanças bruscas de temperaturas, por exemplo. E assim como as crianças, também estão mais sujeitos nesta época do ano a infecções de vias aéreas superiores e até inferiores", acrescenta a Dra Brianna Nicoletti.

O que são alergias respiratórias e como acontecem?

De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), a rinite atinge 30% das pessoas. As principais alergias respiratórias são rinite e asma, seguida da conjuntivite alérgica.

A rinite é a inflamação crônica da mucosa de revestimento nasal, caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorreia, espirros, prurido e hiposmia.

"Os alérgenos inaláveis (mofo, poeira, ácaros, pelos de animais etc.) são uma das principais causas de desenvolvimento e agravamento destas doenças. Estas formas de alergia são hipersensibilidades que adquirimos por herança genética e questões ambientais, e as reações que provocam no nosso corpo são mediadas por uma imunoglobulina (anticorpo) chamada de IgE", explica a médica.

Para reduzir os sintomas da rinite alérgica nesta época do ano, a médica listou algumas dicas valiosas:

1 - Mantenha o organismo hidratado

O inverno costuma ser mais seco. Por isso, as pessoas com alergias respiratórias, como a rinite, devem aumentar o consumo de água e, também, usar soro fisiológico para hidratar o nariz.

2 - Limpe o ambiente, mas aposente a vassoura

Evitar o contato com ácaro e poeira é uma medida fundamental para reduzir as crises de rinite alérgica. Por isso, evite o uso de vassouras na hora da limpeza, pois elas ajudam a espalhar os fatores alergênicos na superfície. O ideal é usar panos úmidos e aspiradores de pó com filtro HEPA (Hight Efficiency Particulate Air).

3 - Use umidificadores com moderação

Para evitar a secura do clima, o uso de umidificadores é uma boa solução. Porém, quando em excesso, ele pode provocar o surgimento de mofos no ambiente. Para que isso não ocorra, recorra ao uso de bacias ou baldes com água nos cômodos.

4 - Lave as roupas de frio

Os casacos, blusas de lã e edredons passam a maior parte do ano guardados dentro de armários, por conta do nosso clima tropical. Porém, quando o frio chega, eles são os primeiros a serem usados. Para evitar contato com ácaros e poeira, fatores que podem desencadear a rinite alérgica, o ideal é lavar estas peças antes da chegada do inverno e guardá-las em sacos plásticos.

5 - Deixe o ar circular

Quando o tempo esfria, a tendência é fechar as janelas para aquecer o ambiente, certo? Embora a maioria das pessoas recorra a esta prática, o ideal é manter as janelas abertas, deixando o ar circular e diminuindo as crises de rinite alérgica. Faça isso pelo menos por um período do dia.

Prevenir ainda é a melhor maneira de tratar a rinite alérgica e outros tipos de alergias respiratórias. Mas ao sinal do aparecimento de sintomas, busque auxílio de um especialista.


8 coisas que o Médico de Família faz por você e talvez você não saiba

Pré-natal, tratamento distúrbios do sono e rastreio de câncer são algumas das atribuições dos especialistas que atuam com atenção primária à saúde

 

Tradicionalmente utilizada nos melhores sistemas de saúde mundo afora, mas ainda pouco valorizada no Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel fundamental na prevenção e promoção à saúde ao ter a equipe de saúde da família como figura central. Isso permite que o paciente seja avaliado de forma integral, sem a necessidade de ser acompanhado por demais especialistas. 

Adotar ações voltadas à APS não apenas reduz os gastos excessivos com consultas e exames, como garante um acompanhamento médico personalizado, permanente e favorece melhores desfechos clínicos. Na Amparo Saúde, healthtech pioneira em APS presencial e remota no Brasil, seus médicos acompanham os pacientes e resolvem, em média, 90% dos casos sem necessidade de encaminhamento para outro especialista. 

Mas o que de fato um médico de família pode fazer por você? Abaixo, estão algumas atribuições dos especialistas que atuam com atenção primária à saúde e que talvez você não conheça. 

 

  • Pré-Natal e acompanhamento do primeiro ano de vida do bebê 

Com a especialização em medicina de família, o profissional passa a ter propriedade para resolver cerca de 80% das demandas de ginecologia e obstetrícia, pré-natal e pediatria. “Na Amparo, fazemos orientação quanto ao planejamento familiar, acompanhamos o pré-natal e o primeiro ano da criança, colocamos DIU, rastreamos câncer de colo de útero e de mama. Quando nos deparamos com casos que necessitam de cuidados mais específicos, como endometriose, mioma uterino e doença pélvica inflamatória, encaminhamos para um especialista dar continuidade no caso, mas não deixamos de acompanhar também”, explica a Dra. Naiana Melo, Médica de Família da Amparo Saúde. 

 

  • Acompanhamento e controle de pacientes hipertensos 

A hipertensão é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que se tornaram ainda mais presentes no dia-a-dia devido ao sedentarismo e ao estresse causados pelo isolamento social. “Diversos outros fatores presentes na vida das pessoas, como má alimentação e tabagismo, colocam a saúde em risco e também podem levar a casos de AVC ou infarto. O médico de família, por conhecer todo o histórico do paciente e acompanhá-lo de perto, pode influenciar positivamente na decisão da mudança de rotina antes das complicações surgirem”, explica o Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Tabagismo 

O uso do tabaco continua sendo líder global entre as causas de mortes evitáveis, segundo inúmeras publicações recentes da Organização Mundial da Saúde - OMS. Dados da própria Organização mostram que, por ano, cerca de 6 milhões de adultos com idades a partir de 30 anos morrem no mundo em decorrência da exposição ao tabaco (fumantes e não fumantes). No Brasil, o tabagismo é responsável por cerca de 200 mil mortes por ano. “Se pensarmos na saúde, parar de fumar é muito importante. É necessário mudar hábitos e um médico de família, por acompanhar todo o seu histórico, consegue auxiliar o paciente nesse desafio”, explica Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Obesidade 

A causa da obesidade é o consumo calórico maior que o gasto calórico. Os fatores associados a esse desequilíbrio de energia incluem predisposição genética, dinâmicas comportamentais, distúrbios hormonais, influências culturais e circunstâncias ambientais. O Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde, diz que “a minoria dos indivíduos apresenta obesidade como resultado de uma doença ou síndrome endocrinológica, que pode variar de assintomática a uma apresentação complicada por múltiplas comorbidades clínicas. Além disso, a obesidade é um importante fator de risco cardiovascular, sendo essencial sua abordagem clínica com a finalidade de avaliação de riscos, prevenção e promoção de saúde.” 

 

  • Asma 

A asma é a principal causa de doença respiratória crônica no mundo. Estima-se que a asma seja responsável, no mundo, por cerca de 250.000 mortes por ano. No Brasil, apresenta uma alta taxa de mortalidade: cerca de 2 mil mortes anuais.

“A identificação correta e precoce de pacientes portadores de asma, bem como a implementação de tratamento adequado na atenção primária, pode reduzir muito a morbidade e mortalidade por asma no Brasil”, alerta o Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Prevenção e tratamento de Diabetes 

A Diabetes é uma doença crônica cada vez mais frequente na sociedade. O médico de família pode - e deve - cuidar do manejo da doença. “Quem tem Diabetes precisa de autocuidado diário para evitar complicações. E ter um médico de família e uma equipe de enfermagem que já conheçam todo o seu histórico de saúde, auxilia com um cuidado personalizado e oferece mais segurança no atendimento, pois há um vínculo maior entre paciente e profissional”, conta Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Distúrbios do Sono     

A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns, assim como apneia do sono, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas. O Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde, explica que “avaliar as causas e indicar o tratamento correto é uma das premissas da medicina de família.” 

 

  • Aliado na identificação e na prevenção de Câncer 

A atenção primária, via equipe de saúde de família, é o primeiro contato do paciente com o sistema de saúde. “Em suas consultas, essa equipe consegue orientar sobre ações preventivas, assim como identificar fatores de risco, como histórico familiar e atividades laborais de risco, de maneira a ajudar no diagnóstico precoce", finaliza o Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde.

 

 

Amparo Saúde


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