Pesquisar no Blog

terça-feira, 13 de julho de 2021

EM QUANTO TEMPO UM PROFISSIONAL DEVE SE TORNAR LÍDER?

Levantamento realizado pelo Nube revela percepção dos jovens sobre curva de aprendizado nas organizações


Qual é o tempo esperado para se conquistar uma posição de gerência em uma companhia? Se antes o desenvolvimento e os planos de carreira eram mais longos, hoje, com a rapidez das novas gerações, a realidade mudou. Para entender melhor sobre isso, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios fez uma pesquisa com jovens entre 15 e 29 anos e perguntou: “você se considera apto a exercer um cargo de liderança em quanto tempo depois de ser contratado por uma  empresa?”. O estudo ficou no ar entre 17 e 28 de maio e contou com a participação de 26.551 respondentes. 

Para 10.446, ou 39,3% dos participantes, em até um ano essa promoção já é bem vinda. Para Thatiane Rogai, analista de treinamentos do Nube, isso é possível. “Se a postura do colaborador estiver ajustada com a sua expectativa, ou seja, com o desejo de se tornar um líder rapidamente, é necessário estar engajado com a sua meta. O esforço deverá iniciar desde o seu primeiro dia de trabalho, mostrando toda a sua responsabilidade, competência e iniciativa para a credibilidade ser construída a todo momento”, explica. Ainda de acordo com a especialista, é importante manter-se alinhado com os valores e expectativas da corporação. “Dessa forma, será notado e lembrado pelos atuais gestores ao surgir oportunidades”. 

Entretanto, a paciência também deve se fazer presente em toda a jornada de um indivíduo no contexto empresarial. “Aproveitar cada etapa do desenvolvimento poderá contribuir na jornada, pois é necessário vivenciar situações diferentes para se adquirir experiências e saber como agir em distintas situações. De modo geral, todos aqueles promovidos, seja para cargos de comando ou não, recebem esse reconhecimento não apenas porque possuem o perfil para a vaga futura, mas também porque desempenham muito bem as suas funções atuais”, complementa. 

Outros 28,4% (7.541) imaginam um período ideal entre um e três anos. Nesse intervalo, a dedicação deve ser o foco. “Conhecer a organização, a política interna, os serviços e a cultura é crucial para se manter alinhado com o almejado. É importante cuidar dos detalhes, ser comprometido com as atividades assumidas, os horários, se mostrar proativo e disposto a contribuir. A ética deve estar presente em todos os momentos, na relação com o supervisor e os colegas. Portanto, ser transparente sobre dúvidas, dificuldades e expectativas é indispensável. Dessa forma, é possível obter ajuda sobre como traçar um planejamento associado ao tempo, com competências a se desenvolver para chegar nesse cargo”. 

Já 16,4% (4.352) estimam passar por diversas fases e experiências, algo possível entre três e cinco anos de atuação em um quadro. Além das dicas já citadas pela especialista, Thatiane destaca como aproveitar o trabalho em equipe pode ser essencial. “Pedir ajuda quando necessário não faz alguém ser visto como inadequado ou incapaz. Pelo contrário, quem solicita auxílio demonstra interesse e percepção de como determinada tarefa é importante e exige responsabilidade. Portanto, contar com o outro poderá ajudar nesse processo. Oferecer a mão quando estiver disponível também é uma atitude de destaque, pois demonstra iniciativa”, defende.  

Cerca de 8,9% (2.372) disseram: para conhecer bem um departamento e as atividades, leva tempo e maturidade e isso só se consegue depois de cinco anos. “Apesar de importante, o tempo é relativo para cada um. Alguns podem levar mais, outros menos. Para quem encara as etapas de desenvolvimento como chances para aprender, adquirir novos conhecimentos e habilidades e colocar em prática os aprendizados, a chefia poderá chegar mais rápido. Além desse quesito, é a forma como a pessoa se comporta e o interesse demonstrado no seu dia a dia, independentemente de sua função”.  

Por fim, apenas 6,9% (1.840) dos participantes afirmaram não ter interesse em uma posição de coordenação, tendo preferência por gerenciar apenas suas próprias tarefas. Segundo Thatiane, nem sempre o êxito na carreira está atrelado a se tornar um gestor. “O sucesso é subjetivo e frente a interpretação de cada um, os objetivos são estabelecidos. É importante estar sempre em busca do crescimento, se mantendo atualizado e estudando para atingir seus escopos, podendo ou não se tornar líder. Isso dependerá do perfil de cada um e de suas aspirações”, explica.  

Assim, a analista orienta quem tem o desejo de crescer na trajetória pelo mercado de trabalho e conquistar as metas estabelecidas. “Aproveite desde o início da sua carreira para conhecer, aprender, se desenvolver e amadurecer profissionalmente. O autoconhecimento é muito importante para saber onde você quer chegar e quais aspectos valoriza, os quais podem ser diferentes da maioria. Busque se destacar seja qual for sua atividade atual, assim poderá construir sua credibilidade por meio das responsabilidades e da segurança transmitidas. Seja gentil, encante o seu cliente, peça feedback para o seu coordenador, estude e se mantenha atualizado. Um colaborador assim será lembrado quando uma oportunidade aparecer”, finaliza Thatiane.

 


Fonte: Thatiane Reis Rogai, analista de treinamentos do Nube

www.nube.com.br


Pós-pandemia, as escolas estão preparadas para a implementação do Novo Ensino Médio?

Às vésperas da implementação do Novo Ensino Médio e lidando com os impactos negativos que a pandemia causou à educação, gestores de escolas públicas e privadas têm que lidar com a complexidade das mudanças educacionais. Na análise de Claudio Sassaki - mestre em Educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie -, enfrentar o desafio vale a pena. Um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) defende que entre os avanços educacionais da nação nas últimas três décadas estão a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Novo Ensino Médio e a expansão da Educação Profissional e Tecnológica.


Menos de seis meses para a implementação do Novo Ensino Médio, as escolas de educação básica do Brasil, públicas e particulares, vivem o desafio de programar as mudanças e adaptações em meio aos danos causados pela pandemia à rotina educacional. Aprovado em 2017, o Novo Ensino Médio se desdobrou na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – homologada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), em 2018 – e na definição dos itinerários formativos: conjunto de unidades curriculares que possibilitam que o estudante aprofunde os conhecimentos e se prepare para dar prosseguimento aos estudos ou para atuar no mundo do trabalho, de forma a contribuir com a construção de soluções para problemas específicos da sociedade. Até o início do ano letivo de 2022, a reformulação deve estar implementada em todo o país. Mas, será que as escolas estão preparadas diante dos impactos negativos provocados pela crise sanitária?

Segundo Claudio Sassaki, mestre em Educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie, a demanda pela implementação é legítima e a motivação do grande debate que se estabeleceu para a Reforma do Ensino Médio tem base em análises do desempenho dos estudantes conduzidas por organizações como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Os resultados – no Brasil, 43% dos estudantes ficaram abaixo do nível básico de proficiência em três áreas avaliadas, sendo 55% em Ciências, 68% em Matemática e 50% em Leitura – reforçam a necessidade de questionar o ensino e criar arranjos novos para gerar experiências de aprendizagem capazes de elevar esses resultados de aprendizado e de endereçar soluções para os danos causados pela pandemia na educação.

“Esses números – em um contexto anterior à pandemia – mostram que 50% dos nossos jovens não conseguem identificar a ideia principal em um texto de extensão moderada; mais da metade não dá conta de interpretar e reconhecer a explicação correta de fenômenos científicos familiares. Então, a nossa forma de ensinar não está endereçando os desafios da aprendizagem. Essa reflexão explica a necessidade de repensar e remodelar a educação no Brasil”, detalha, acrescentando que a iniciativa do Novo Ensino Médio tem sido apontada pelos especialistas como um grande avanço educacional.

Lançado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e apoio técnico do Todos pela Educação, o estudo A Educação no Brasil: uma Perspectiva Internacional explora os principais desafios de qualidade e equidade, além de indicar os 10 passos para melhorar os resultados educacionais na nação. “Interessante notar que na análise dos avanços obtidos nas últimas três décadas – que endereçam a necessidade de reparar a dívida histórica que temos em relação à educação pública, principalmente – estão a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Novo Ensino Médio e a expansão da Educação Profissional e Tecnológica”, destaca Sassaki.  

Na análise da OCDE dos 10 passos, o oitavo se refere à necessidade de aumentar a relevância da educação para os alunos – que dialoga diretamente com a reestruturação do Ensino Médio e o respectivo aumento de itinerários disponíveis para os estudantes, com a oferta de formação prática e opções profissionais nessa etapa do ensino. “A publicação traz que as reformas educacionais atuais, incluindo a do Ensino Médio, têm como um dos objetivos aumentar a motivação, o engajamento e o sucesso dos alunos fora das escolas. Uma opção apresentada pelo estudo é o desenvolvimento de programas em nível local, em colaboração com empregadores para responder ao engajamento e à demanda pelas habilidades envolvidas, além do desenvolvimento de itinerários profissionais que possam alimentar essa vivência do aluno”, analisa Sassaki.


Novo Ensino Médio e o combate à evasão escolar

Em uma perspectiva complementar, Sassaki aponta que há um quadro grave de evasão escolar no Brasil, problema que aumentou com a pandemia. “O desafio tem sido superar a barreira da falta de interesse e de engajamento dos estudantes, tornando a escola mais significativa do ponto de vista do aluno. A elaboração de itinerários formativos que unam as demandas do mercado e da vida aos interesses dos estudantes tem como uma das justificativas a troca de um currículo engessado por novas possibilidades de estudo”, afirma. De acordo com o especialista, se antes o aluno percorria três séries do Ensino Médio com um currículo fechado e sem opções, com a reforma, esse aluno tem a possibilidade de criar diversos ambientes de aprendizagem, ou seja, ele pode escolher algumas disciplinas. “É importante que pais e responsáveis saibam que a Reforma do Ensino Médio é o primeiro passo para transformar o processo de ensino e aprendizado; ela tem o potencial, real, de tornar a escola – na percepção do aluno – mais significativa”, reflete.

Na percepção de Claudio Sassaki, há três alterações que ele considera como as principais mudanças na Reforma do Ensino Médio; todas elas estão atreladas ao objetivo de trazer mais protagonismo aos jovens, garantindo o exercício dos direitos de aprendizagem. A primeira é a ampliação da carga horária de 2.400 para 3.000 horas até o início do ano letivo de 2022; a segunda, a elaboração dos currículos com conteúdos norteados pela Base Nacional Comum Curricular; e, por último, os estudantes podem selecionar caminhos distintos de formação, optando pelos que estão mais em sintonia com os projetos de vida deles.

“Quando falamos do alinhamento dos currículos à BNCC, o cerne da questão é que eles darão as diretrizes para repensar o aprendizado. Há muito tempo, acompanhamos o desinteresse dos jovens pela escola; as taxas de evasão escolar são a prova viva dessa desconexão. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a Pnad Contínua e avaliação de Todos pela Educação, no período de 2012 a 2019, um em cada três estudantes de 19 anos – idade considerada ideal para a conclusão dessa etapa de ensino – não concluiu o Ensino Médio. Com a pandemia há uma preocupação muito grande que esse processo de abandono da sala de aula se acentue. Nesse sentido, a Reforma do Ensino Médio – que oferece ao aluno a possibilidade de escolher disciplinas em sintonia como o plano de vida desse estudante – pode transformar essa relação com a escola; acredito que aumentará a percepção de valor e sentido no aprender”, avalia o especialista. Segundo Sassaki, esse estudo mostra que, no Pará, a cada dois alunos, um não conclui essa importante etapa na idade considerada adequada. A taxa de conclusão é de apenas 45,6%.

Como mensagem aos pais e responsáveis que estão preocupados com o impacto da pandemia no cronograma de implementação da Reforma do Ensino Médio, Claudio Sassaki salienta que este é um processo benéfico para o futuro dessa geração. “Os alunos que estão na escola, hoje, têm necessidades e perspectivas de vida muito diferentes das registradas nas gerações anteriores. O modelo do Novo Ensino Médio, no entanto, há muito tempo não era adaptado à luz das mudanças geracionais; agora houve um redesenho para fazer frente a dados tão preocupantes quanto à conclusão da educação básica e à qualidade da aprendizagem ofertada neste segmento”, afirma o especialista.

O mestre em educação ressalta, também, a importância de incluir as famílias neste processo de adaptação do Novo Ensino Médio: “Os pais precisam ser corresponsáveis pela aprendizagem dos estudantes. Essa fase é um momento de muitas definições para a vida futura do adolescente. Portanto, a partir de 2022, com o novo formato do segmento, esses jovens poderão ter perspectivas mais concretas, experimentar as áreas de conhecimento pelas quais se sentem atraídos antes de decidir definitivamente o curso superior que irão fazer. Já os pais devem acompanhar essas escolhas e definições do projeto de vida de seus filhos para apoiá-los e dar o suporte necessário para que o futuro de cada estudante seja pautado pelas possibilidades e pelos sonhos reais e concretos formados durante essa trajetória do final da educação básica”, finaliza.



GEEKIE 

Governo Federal lança Programa de Estímulo ao Crédito para pequenos empreendedores

Na última quarta-feira (07/07), o Diário Oficial da União publicou a Medida Provisória 1.057/2021, que cria o Programa de Estímulo ao Crédito (PEC).


A Medida Provisória 1.057/2021, que cria o Programa de Estímulo ao Crédito para microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas e produtores rurais foi publicada na última quarta-feira (07).

Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, o PEC visa criar incentivos para bancos oferecerem um financiamento com capital mais vantajoso para micro e pequenas empresas, além de MEIs. “A esperança é que o programa gere até R$ 48 bilhões em créditos”, explica João Esposito, economista e CEO da Express CTB – accountech de contabilidade.

Operacionalizado por bancos e instituições autorizadas pelo Banco Central – que não incluem cooperativas de crédito e administradoras de consórcios, o Programa de Estímulo ao Crédito atenderá empresas com receita bruta anual de até R$ 4,8 milhões, e poderá ser contratado até 31 de dezembro de 2021. “Caso a organização tenha sido aberta há menos de um ano, o limite do valor da receita será proporcional aos meses de funcionamento. Ainda, nesses casos, cada banco poderá agir conforme seus critérios e políticas pré-estabelecidos, considerando o faturamento equivalente ao período de 12 meses”, destaca o CEO.

A Medida Provisória permite que o Conselho Monetário Nacional (CMN) defina condições, prazos e regras para a disponibilização de créditos no âmbito do PEC. O Conselho também fica responsável pela distribuição de créditos de acordo com áreas de atuação e porte das empresas.

“Vale ressaltar que nenhum órgão público terá ligação com a garantia e riscos de créditos concedidos. As ameaças serão de responsabilidade dos bancos que aderirem ao programa. A União também não aplicará taxa de juros”, diz Lisiane Queiroga, coordenadora fiscal da Express CTB.

As instituições que adotarem o Programa de Estímulo ao Crédito poderão apurar crédito definido com base na fórmula definida na MP 1.057/2021 até dia 31 de dezembro de 2026.

 


Express CTB

www.expressctb.com.br


5 dicas para investir em ações de forma segura

O número de pessoas que buscam por opções para investir o seu dinheiro não para de crescer. Para se ter ideia, em 2021 a Bolsa de Valores ultrapassou a marca de 3,5 milhões de CPFs cadastrados, número ainda tímido se comparado a economias desenvolvidas, onde quase metade da população investe no mercado de ações. No entanto, iniciar no mercado de investimentos pode não ser tão simples quanto parece, é necessário conhecimento e cuidado para garantir um retorno positivo e não cair em golpes.

Para auxiliar aqueles que pretendem investir, o economista e especialista em gestão financeira Vinícius Machado separou algumas 5 dicas valiosas, são elas:

  1. Nunca pegue empréstimo para fazer investimentos - especialmente para investimentos que envolvem riscos, que tenham variação de preços, nunca opte por pegar dinheiro emprestado para apostar no investimento. Isso costuma dobrar o risco e causar grandes prejuízos a qualquer tipo de variação. Além disso poderá gerar muito mais estresse e preocupação com o dinheiro;
  2. Quanto investir? - o valor investido é bem importante, algumas vezes as pessoas separam os seus primeiros R$ 1 mil ou R$ 2 mil e compram ações. Isso, de modo prático, não é muito eficaz, porque se essa pessoa tem um valor pequeno para investir, o potencial em uma Renda Fixa x Ação é de ganhar 5% ou 6% a mais no ano. Então, 5% ou 6 % a mais em uma quantia pequena de dinheiro não será representativo e não vai pagar o tempo e o custo despendido para abrir uma conta em uma corretora. Por isso, seja muito objetivo, procure investimentos até R$ 30 mil reais em renda fixa ou outras opções que rendam próximo ao CDI e, depois de ter juntado um capital maior, vá para outros investimentos, busque diversificação, especialmente em fundos;
  3. Fundos são as melhores opções - fundos de investimentos, especialmente para quem está começando ou não para quem não tem muito tempo, geram uma grande facilidade em especial porque tem um gestor profissional cuidando do seu dinheiro. Além disso, se você investir fundos em um banco e esse banco quebrar, você não perderá o seu dinheiro, porque é um CNPJ separado. Os fundos ainda têm uma facilidade em relação a questão tributária, sendo muito mais fáceis de declarar.
  4. Tenha ressalvas ao preencher o perfil suitability - não é porque o formulário suitability demonstrou que você é um perfil agressivo como investidor, que você irá investir tudo em ações, e não é porque demonstrou que você é conservador que você não poderá investir nada em ações. Se tem intenção de investir em fundos de ações ou em ações diretamente, sinta o mercado, vá aos poucos. Comece com 5%, depois coloque mais 5% e vá aumentando mês a mês essa quantidade, dê chance para as coisas acontecerem. A pressa é inimiga dos bons investimentos;
  5. Tenha cuidado com as promessas mirabolantes - promessas de grandes retornos em investimentos, dos 10% ao mês, não existe. Os melhores investidores do mundo ganham cerca de 15% ao ano. Então pense que um investimento que promete 5% ou 10% ao mês tem algum problema muito sério. Sempre procure por profissionais e empresas que estejam registrados na CVM, no Banco Central. Invista de maneira segura. Não faça investimentos com pessoas que não têm esse tipo de certificação, porque depois, caso tenha algum problema, você ficará com ele e não terá a quem recorrer. Além disso, em nenhuma hipótese, invista em um lugar que não seja o seu CPF. Não envie dinheiro para uma pessoa fazer o investimento pela conta dela, isso não existe e é proibido. Na maior parte das vezes, são esquemas de pirâmide e esquemas relacionados a investimentos fraudulentos.

 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Com queda nos bancos de sangue, aplicativo busca auxiliar e incentivar doações

Hemogram está disponível para download gratuitamente na Play Store
Divulgação


Hemepar aponta queda de 44% na doação de bolsas diárias de sangue durante pandemia; app disponibiliza notificações e lembretes aos usuários


A agilidade e a praticidade dos aplicativos podem ajudar também na coleta de doações de sangue em um momento de estoques preocupantes nos centros de coleta. Lembretes das datas das próximas doações, acesso a informações sobre doadores, abertura de solicitação, lista de pedidos de doações e dúvidas frequentes são algumas das funcionalidades do Hemogram, aplicativo desenvolvido pelo Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar). Seu principal objetivo é facilitar o acesso da população ao serviço, incentivando novas doações.

Com a pandemia da Covid-19, o Hemepar, órgão responsável pela coleta e distribuição de sangue no Paraná, percebeu uma queda de aproximadamente 44% nas bolsas de sangue diárias. Em Curitiba e Região Metropolitana, a demanda necessária para atender as instituições é de cerca de 180 bolsas por dia. Entretanto, segundo informações do Hemepar, o número de coletas caiu para 100 bolsas diárias. O que torna as estratégias para incentivar a doação ainda mais essenciais e levou à remodelação do aplicativo para atender às necessidades durante a pandemia.

Segundo a assistente social Roberta Juliana Rossi, do setor de captação do Hemepar, o aplicativo é uma ferramenta de acesso importante e de fácil navegação ao alcance das mãos. “A expectativa é aproximar e fidelizar os doadores, mantendo nossos estoques em alta, possibilitando o atendimento aos 384 hospitais públicos e filantrópicos que recebem bolsas de sangue e dependem da Hemorrede”, diz.

De acordo com o analista Jean Christian de Lima Ribeiro, da Coordenação de Portais e Tecnologia do ICI, o acesso ao software ficou mais prático e dinâmico com a nova versão do app. “A tecnologia que envolvia o projeto foi atualizada e nós redesenvolvemos as principais funcionalidades já existentes do aplicativo anterior com o objetivo de torná-lo mais leve e intuitivo”, comenta. 

O analista explica que nessa nova versão foi implementada a notificação com aviso de agendamentos para o usuário. “A intenção foi inserir a possibilidade de lembretes, para que o usuário não perca a data das próximas coletas. Além disso, incluímos hiperlinks clicáveis, que deixam possível, por exemplo, a utilização do mapa para selecionar a opção de local em que quer realizar a doação e traçar uma rota até o destino”, acrescenta. 

No aplicativo, também é possível verificar informações sobre como ser um doador de sangue e de medula óssea. O Hemepar pode cadastrar solicitações de doação de sangue em um painel na plataforma web e, então, disponibilizá-las aos usuários do app.

O Hemogram é uma iniciativa de responsabilidade social do ICI e está disponível para download gratuitamente na Play Store.

 


ICI – Instituto das Cidades Inteligentes

 www.ici.curitiba.org.br


Prematuros e grupos especiais de todo o Brasil podem se vacinar gratuitamente contra até seis doenças

Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais

(CRIE) disponibilizam vacinas combinadas acelulares pentavalente e hexavalente; prematuridade está presente em 11% dos nascimentos no Brasil1


 

A cada ano, mais de 15 milhões de bebês nascem prematuros no mundo1, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)1. No Brasil, este índice chega a 300 mil recém-nascidos, o equivalente a 11% dos nascimentos registrados anualmente2, exigindo cuidados ainda mais especiais nos primeiros dias de vida3. A vacinação é uma das medidas mais eficientes para reduzir a morbidade e mortalidade nesse grupo3. Pensando na prevenção e na proteção à saúde dessas crianças, pela primeira vez os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), órgão vinculado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), passarão a disponibilizar gratuitamente as vacinas Penta acelular (DTPa/VIP/Hib) e a Hexa acelular (DTPa/VIP/Hib/HB), indicadas para prematuros extremos (menor de 1.000 g ou 31 semanas de gestação) e pacientes em outras condições especiais de morbidade4

 

“Além da facilidade de administração, a disponibilização da vacina hexavalente para prematuros nos CRIE contribui ainda mais para elevar a cobertura vacinal no país, uma vez que diminui o número de  injeções e os deslocamentos aos serviços de saúde”, afirma Sônia Maria de Faria, médica responsável pelo CRIE de Santa Catarina.

 

A coadministração de múltiplos antígenos em uma única injeção maximiza a eficiência nos programas de vacinação. Neste sentido, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem buscando adotar esta estratégia e em 2021 distribuirá para todos os CRIE as vacinas Penta acelular (Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis acelular, VIP (inativada) e Haemophilus influenzae tipo b (conjugada) e Hexa acelular (Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis acelular,VIP (inativada), Haemophilus influenzae tipo b (conjugada) e a Hepatite B (recombinante)4, contribuindo, dessa forma, para o fortalecimento dos princípios de universalidade e equidade do SUS.

 

Os esquemas vacinais da Penta acelular (DTPa/VIP/Hib) e Hexa acelular (DTPa/VIP/Hib/HB) nos CRIE consistem na aplicação de três doses, com intervalo de 60 dias, a partir dos 2 meses de idade. O primeiro reforço aos 15 meses de idade também poderá ser realizado com essas vacinas4.  A OMS estima que, por ano, entre 2 e 3 milhões de mortes são evitadas pela imunização contra difteria, tétano, coqueluche, gripe e sarampo6. Mesmo assim, dados da própria OMSapontam que, em 2018, 20 milhões de crianças no mundo não foram vacinadas contra essas doenças6. Esse dado corresponde a cerca de 1 em cada 10 crianças, público mais suscetível às enfermidades por suas defesas imunológicas serem menores  por suas defesas imunológicas serem menores6. Os números vão na contramão do legado da imunização no Brasil. É o caso de doenças como o tétano neonatal, que chegou a ser  eliminadodas Américas por meio da vacinação7, em 2017, e as hepatites virais, cujas filas de tratamento foram zeradas no Brasil em 2020, segundo o Ministério da Saúde8.

 

Mais proteção aos imunossuprimidos

 

Criados em 1993, os CRIE são centros com infraestrutura e logística específicas destinados a facilitar o acesso de pessoas com sistema imunológico comprometido, de maneira congênita ou adquirida, com necessidades específicas de imunização e que precisam redobrar a atenção para manter o cartão de vacinação atualizado. Atualmente, existem 51 unidades localizadas em todo o território nacional5. Entre os beneficiados, estão pacientes que tiveram reações adversas graves após vacinação,  bebês prematuros ou com baixo peso e pessoas com imunodeficiências congênitas ou adquiridas devido ao câncer5.

 

Para conferir os endereços das unidades dos CRIE, basta acessar o portal do Ministério da Saúde ou da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Caso não exista uma unidade na cidade onde o paciente reside, o mesmo pode procurar o posto de saúde / Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência para que sua solicitação de imunobiológico especial seja encaminhada virtualmente   ao CRIE  ou a secretaria de vigilância epidemiológica municipal.

 


Sanofi


Sanofi Pasteur 

 


Referências

1.           

                                                                                                                                                       WHO. Preterm birth. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/preterm-birth#:~:text=Preterm%20is%20defined%20as%20babies,preterm%20(28%20to%2032%20weeks) Acesso em 05/02/2021            

2.           

                                                                                                                                                       Sociedade de Pediatria de São Paulo. Campanha Março Lilás – Atenção Ao Cuidado Do Bebê Prematuro. Disponível em: https://www.spsp.org.br/campanhas/marco-lilas/ Acesso em 05/02/2021                                               

3                                                                                                                                           

                                                                                                                                                       Sociedade de Pediatria de São Paulo. Campanha Março Lilás – Atenção Ao Cuidado Do Bebê Prematuro. Disponível em: https://www.spsp.org.br/campanhas/marco-lilas/ Acesso em 26/10/2020

 

                                                                                                       

3.           

                                                                                                                                                       Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde – Informe Técnico. Disponível em: https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/informe-incorporacao-penta-hexa-acelulares-210104.pdf Acesso em 05/02/2021                                                                                                    

4.           

                                                                                                                                                       Manual dos Centros de Referência Imunobiológicos Especiais. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/manual-centros-referencia_imunobiologicos-especiais-5ed-web.pdf Acesso em 05/02/2021                                                                                                              

5.           

                                                                                                                                WHO. Vaccines and Immunization. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/vaccines-and-immunization#tab=tab_1. Acesso em 05/02/2021                       

6.           

                                                                                                                                                       Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5500:regiao-das-americas-elimina-o-tetano-materno-e-neonatal&Itemid=820 Acesso em 08/02/2021                                                                                                                 

7.           

                                                                                                                                                       Ministério da Saúde, 2020. Disponível em https://antigo.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/47263-brasil-zera-fila-de-tratamento-de-hepatites-virais-e-garante-estoque-ate-2021. Acesso em 08/60/2020


Por que preciso tomar a 2ª dose da vacina?

br.freepik.com
Estudo diz que única dose pode tornar o vírus mais agressivo


        O assunto do momento é, sem sombra de dúvida, a vacina. De repente todos se tornaram especialistas nos tipos disponíveis e um debate constante sobre porcentagens de imunização, efeitos colaterais e laboratórios produtores, vem impactando a vida do brasileiro, seja em casa, na mídia ou pelas redes sociais.

         Por causa das milhares de informações disponíveis, que variam de marca para marca e fake news, temos hoje grupos que vão desde os antivacinas até os chamados ‘sommeliers’ dos imunizantes, que querem escolher qual vacina tomar. Nesse espectro ainda encontramos um novo problema, as pessoas que foram até o posto receber a primeira dose, mas não voltaram para a segunda.

         Da baixa contagem de imunizados no Brasil, até junho cerca de 90 milhões de vacinas aplicadas, temos 4,4 milhões que não voltaram para a segunda dose. Só no Estado de São Paulo, foram mais de 500 mil.

         Segundo Malek Imad, médico especialista em gestão de saúde, coordenador de um dos hospitais de campanha e responsável pela criação do primeiro ambulatório pós-Covid, ambos no Estado de São Paulo, “a falta de informação correta dificilmente chega às pessoas. Mesmo com tantos estudos e números sendo divulgados a todo momento, muito pouco disso é compreendido e absorvido pelos brasileiros.”

         Exemplo disso é a questão da segunda dose. Muita gente acha que, por ter a imunidade com um grau alto na primeira vacinação, como a AstraZeneca que gera 76%, já estão garantidos e protegidos. Mas essa disparidade entre doses num país tão populoso como o Brasil, com apenas 11% dos habitantes totalmente imunizados, pode ter consequências graves.

         De acordo com estudo da faculdade de Princeton nos Estados Unidos, publicado na renomada revista Science, uma única dose das vacinas da Pfizer e AstraZeneca, faz com que o vírus se torne mais agressivo e aumenta ainda mais a probabilidade de sua mutação e por consequência, a existência de uma nova variante.

         O vírus, assim como todo ser vivo, se adapta para sobreviver. “A combinação de muitas contaminações com a vacina incompleta, vai fazer com que ele conviva com essa vacina e tenha mais espaço e tempo para evoluir e se sobrepor ao imunizante,” esclarece o especialista.

         Um dos grandes medos da comunidade médica mundial é que o coronavírus se torne mais forte do que as proteções que desenvolvemos contra ele até o momento, o que é uma possibilidade, principalmente na condição atual.

         Imad frisa o quanto é importante que as pessoas se dediquem às campanhas de vacinação em seus estados e pensem a longo prazo e na saúde de suas famílias. “Todas as vacinas que temos foram testadas muitas vezes, por cientistas no mundo todo, e essas duas doses foram pensadas e estudadas. Falo por toda a comunidade médica quando peço que escutem à ciência e tomem a vacina, não importa qual,” finaliza.

 

 

Dr. Malek Imad - médico especialista de Gestão em Saúde, com pós-graduação em Medicina de Urgência e Emergência, e também pediatria. Passou o último ano administrando o hospital de campanha de Ribeirão Pires, SP, durante a pandemia. Criador de um dos primeiros ambulatórios de atendimento pós-covid 19 do estado de São Paulo.


Dia do Homem: 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de ir ao médico por conta da pandemia

Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia aponta que 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de fazer alguma consulta ou tratamento médico em função da pandemia da COVID-19. Ainda, 57% desse grupo acima dos 40 anos afirmaram ter percebido um impacto negativo na saúde, incluindo 9% que consideravam que a sua saúde estaria pior do que antes.

Outra pesquisa, realizada pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, aponta que 70% das pessoas do sexo masculino vão a consultas médicas acompanhados das mulheres ou dos filhos e mais de 50% dos homens só procuram tratamento quando algum sintoma atrapalha muito a rotina.

Um corpo em equilíbrio, junto a uma dieta balanceada, contribui para o controle de doenças crônicas, melhora da capacidade cognitiva e saúde em geral. “O público masculino não está acostumado a fazer consultas de rotina. Doenças cardiovasculares, que afetam mais esse público, além de diabetes, hipertensão, hipotireoidismo, ansiedade, obesidade e outros problemas podem ser evitados com um corpo em harmonia”, afirma a médica, clínica geral da Higia Clinic, Marcia Simões. Ela dá algumas dicas para manter a saúde dos homens em dia:

- Realize um check-up a partir dos 25 anos! Para avaliar e acompanhar o bom funcionamento do organismo;

- Mantenha o estresse sob controle! Ele faz a liberação acelerada de cortisol, adrenalina e noradrenalina, que reduzem o calibre dos vasos e, em longo prazo, potencializa o risco de hipertensão e arritmias cardíacas;

- Pratique exercícios físicos regularmente! Além do bem-estar físico e mental, a prática regular contribuir para o bom funcionamento do coração, da circulação sanguínea, da respiração e até da produção de hormônios;

- Tenha uma alimentação equilibrada! Reduza o consumo de açúcares e evite as bebidas alcoólicas. Uma boa alimentação traz inúmeros benefícios, como aumento da imunidade, melhora do humor e redução do cansaço, melhor qualidade de sono, prevenção do envelhecimento precoce e garante mais disposição para as atividades do dia a dia;

- Mantenha a testosterona em níveis adequados! A falta desse hormônio contribui para o aumento da depressão, além de ocasionar um aumento progressivo da gordura abdominal e diminuição da massa muscular.

“Cuidar da saúde é um ato de amor com a própria vida. É importante visitar o médico com frequência, ou sempre que sentir algum sintoma diferente do habitual por mais de três dias”, alerta Marcia.


Medicina só existe com médico

Toda a vez em que se inicia um novo atendimento em saúde, o sucesso terapêutico depende em boa parte da capacidade de conquistar a confiança do paciente. Atenção, respeito, sensibilidade, humanismo são base determinantes para o bom resultado de todos e quaisquer tratamentos.

A tecnologia pode apoiar (e apoia) certos diagnósticos de forma relevante. No entanto, é instrumento de retaguarda, jamais ocupará o papel da boa anamnese na relação entre médico e paciente.


O fator humano é tudo em Medicina. Não existe Medicina sem médico, embora alguns preferissem que existisse. Soluções avançadíssimas como a Inteligência Artificial, Cirurgia Robótica, entre outras, realmente são maravilhosas e grande contribuição podem ar em situações pontuais. Aliás, contribuições inestimáveis.

Elas devem ser encaradas apenas como o que são: mais uma ferramenta do trabalho médico, como o estetoscópio ou o esfigmomanômetro, também conhecido como medidor de pressão arterial.


Pode parecer simplista a comparação; bem provável que seja mesmo. Mas não quando guardadas as devidas proporções e analisado o quão foram essenciais à época de suas aparições.


Peguemos o estetoscópio e sua história, para ter ideia de sua relevância, do que representou como salto da Ciência. Ele surgiu em 1816. O médico francês René Laennec inventou a primeira versão utilizando um longo tubo de papel laminado para canalizar o som do tórax do paciente ao ouvido.


Adotou o nome "estetoscópio" a partir de duas palavras gregas: stethos (peito) e skopein (para visualizar ou ver). Também batizou o método de usá-lo de "auscultação"; vêm de "auscultare" (ouvir).


George P. Camman, de Nova York, desenvolveu o primeiro tipo com um fone de ouvido para cada orelha, por volta de 1840. Este projeto foi revolucionário e permaneceu como top de linha por mais de mais de 100 anos. Hoje, percorridos dois séculos, os estetoscópios seguem como instrumentos de diagnóstico de milhões de profissionais médicos, em todo o mundo.


Registre-se que há todo um conhecimento na arte de praticar a auscultação que o médico adquire com estudo e dedicação para ter apoio do estetoscópio para diagnosticar e a monitorar seus pacientes.


Agora, volto ao ponto de partida de minha coluna dessa semana para firmar minha convicção publicamente: é o médico a essência da Medicina. Demais, tudo que está aí em termos tecnológicos cabe a ele utilizar com parcimônia e sabedoria.


Desde a Inteligência Artificial passando pela cirurgia robótica, estetoscópio, medidor de pressão e tudo mais que pudermos acrescentar à lista de descobertas notáveis e indispensáveis. 


Nada é mais valioso do que a boa anamnese na relação com o paciente, repito. Assim, cabe ao médico proporcionar ambiente agradável e favorável para receber o paciente e com ele manter uma interação frutífera.


Uma consulta bem realizada, com tempo, atenção e humanismo, é o segredo do cuidado à saúde e à vida.

 


 

Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Julho amarelo alerta para hepatites virais

As hepatites virais são inflamações que aos poucos matam as células do fígado, podem causar cirrose e até câncer neste órgão
Divulgação


Doença é silenciosa e pode evoluir sem sintomas. Especialista ressalta importância de exames de rotina


Responsáveis por 1,3 milhão de mortes por ano no mundo, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais são inflamações que aos poucos matam as células do fígado e as transformam em cicatrizes que enrijecem o tecido, chamadas de fibrose. Sem apresentar sintomas, a evolução é, na maioria dos casos, silenciosa. Por isso, muitas vezes é descoberta quando está em estágio avançado, já com o comprometimento da função do fígado, cirrose ou mesmo o câncer. No ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde, foram notificados 37.773 casos da doença no Brasil. 

Por tudo isso, a campanha Julho Amarelo foi instituída no País pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. O hepatologista Rafael Ximenes (CRM-GO 18300), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, reforça que é difícil descobrir a doença cedo. “A maioria das pessoas não sabe que está contaminada, pois não apresenta sintomas ou eles são tardios, então nem imaginam que podem estar correndo risco”, ressalta ele. 

O especialista afirma que quando as pessoas forem consultar o médico devem pedir o exame para a doença. “A melhor maneira de ter um diagnóstico precoce é o paciente pedir para qualquer profissional com o qual se consultar para incluir o exame de sorologia de hepatite aos demais pedidos”, explica Rafael, detalhando que os sintomas das hepatites virais são febre, enjoo, dor nas juntas, desconforto no lado direito da barriga e, em alguns casos, olhos amarelados.

 

Hepatites virais


As hepatites virais se dividem em cinco: tipo A, B, C, D e E. A hepatite A é alimentar, e ocorre geralmente por falta de higienização de alimentos e condições sanitárias precárias. As hepatites B e C podem ser transmitidas sexualmente e pelo contato com sangue contaminado, o que pode ocorrer durante procedimentos estéticos ou de saúde sem os devidos cuidados, que utilizem seringas ou objetos cortantes-perfurantes, e o compartilhamento de objetos como alicates de unha e agulhas. A hepatite D ocorre apenas em pacientes infectados pela B e a do tipo E é transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral). 

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no país. O hepatologista Rafael Ximenes ressalta os grupos com maiores riscos para as formas mais comuns da doença, a B e C. “Pessoas que receberam doação de sangue antes de 1993, pois até então o sangue doado não era testado para hepatite. E ainda quem faz hemodiálise, transplantados, pessoas com doenças sexualmente transmissíveis ou mais de um parceiro, usuários de drogas injetáveis, quem faz tatuagem ou coloca piercing em locais não vistoriados e profissionais de saúde que tiveram acidente com material perfurocortantes”. 

Rafael reforça que a melhor prevenção para a hepatite B é a vacina, que é oferecida em três doses pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pode ser tomada desde o nascimento e não precisa de reforço com o passar dos anos. O tratamento também é disponibilizado na rede pública. “Para a hepatite C o tratamento é feito com comprimidos de oito a 24 semanas, com chance de cura acima de 90%, mas dependendo do grau da lesão no fígado (em especial cirrose) ela pode não reverter mesmo com a eliminação do vírus. Já para o tipo B, a medicação é de uso contínuo, para controlar o vírus, pois se parar ele pode voltar”, afirma. 

O hepatologista salienta que ambas as formas de hepatite possuem perfis diferentes, mas podem ter consequências em comum. “Tanto a hepatite B, quanto a C causam cirrose. Poucas pessoas sabem, mas a cirrose é causada mais frequentemente por hepatites virais do que por bebidas alcoólicas. Além disso, as duas hepatites podem progredir para o câncer de fígado, por isso a importância de sempre solicitar o exame quando for a um médico”, reforça Rafael Ximenes.

 

Posts mais acessados