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segunda-feira, 26 de março de 2018

Febre amarela, uma ameaça à saúde pública e uma tragédia ambiental


A febre amarela é provocada por um vírus que foi trazido da África há, pelo menos, três séculos. O vírus, adaptado a primatas (macacos e humanos) é transmitido exclusivamente por algumas espécies de mosquitos. A doença não é transmitida de um ser humano para o outro, do macaco para o homem, ou vice-versa.

A maioria das pessoas é resistente ao vírus e, se infectadas, apresentam eventualmente sintomas brandos. Entretanto, pessoas não resistentes podem adoecer gravemente e falecer em poucos dias. Por isso é considerada uma doença de alto risco.

Como o vírus se instala, principalmente, no fígado, provocando morte das células hepáticas, pacientes em estado grave desenvolvem uma hepatite, que se manifesta na cor amarelada da pele e olhos, donde vem o nome “febre amarela”.

No Brasil são conhecidos dois ciclos da febre amarela, o ciclo urbano e o ciclo silvestre. O vírus é o mesmo, mas o que difere são os vetores (mosquitos) e hospedeiros (humanos ou macacos). No ciclo urbano o vetor é o Aedes aegypti e o hospedeiro é o ser humano, enquanto no ciclo silvestre são conhecidos dois gêneros de mosquitos como vetores (Haemagogus e Sabethes) e a virose é, usualmente, transmitida dos mosquitos contaminados para os macacos. Chama-se ciclo silvestre (de selva) porque ocorre em áreas de matas onde existem os vetores e hospedeiros. Oficialmente a febre amarela urbana foi extinta no Brasil no ano de 1942, mas o vírus continuou circulando no ciclo silvestre, principalmente na região amazônica.

A partir da década de 2000 surtos extra-amazônicos da febre amarela começaram a se intensificar, alcançando estados do Centro-Oeste e oeste de Minas Gerais. Entre 2008 e 2009 um grande surto atingiu o sul do Brasil e países limítrofes, resultando na morte de, pelo menos, 2.000 macacos no Rio Grande do Sul, mas foi de baixo impacto para a população humana, com a morte de nove pessoas pela doença.

A partir da primavera de 2016 um surto de febre amarela silvestre alcançou a Mata Atlântica do sudeste brasileiro, provocando a morte de milhares de macacos, principalmente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com o registro de 717 casos e 135 mortes humanas pela doença nesses dois estados, até agosto de 2017. Amplamente noticiado pela imprensa nacional e estrangeira, este foi considerado o maior surto de febre amarela silvestre da história do Brasil.

Com a queda da temperatura em meados de 2017 e consequente declínio das populações de mosquitos, a virose permaneceu silenciosa por alguns meses, deixando dúvidas se retornaria à Mata Atlântica no verão seguinte. A resposta veio em dezembro, quando novas mortes de macacos por febre amarela foram confirmadas em São Paulo, Rio de janeiro e Minas Gerais. Este novo surto, a exemplo de 2017, também traz consigo o paradoxo de ser um ciclo silvestre que atinge regiões metropolitanas, inclusive as grandes capitais do Sudeste. Apesar disso, como a doença envolve macacos e, certamente, mosquitos que ocorrem em matas, consideramos tratar-se do ciclo silvestre.

Certamente estamos diante de um novo fenômeno epidemiológico que precisa ser mais bem estudado e compreendido. Uma doença que até recentemente era tratada como coisa do passado, isolada nos rincões do Brasil, hoje invade as metrópoles do Sudeste. Profissionais da saúde, virologistas, zoólogos e ecólogos precisam se unir para dissecar o fenômeno.

A população humana pode e deve ser protegida com a vacina, que é considerada de alta eficácia. Entretanto, o bloqueio vacinal chegou tarde, por exemplo, em alguns municípios de Minas Gerais, considerando que a virose encontra-se no leste de Minas desde 2016. Não se justifica que, nessa região, pessoas ainda estejam adoecendo e morrendo de febre amarela.

Quanto aos macacos, infelizmente, uma vez que o surto é instalado, quase nada se pode fazer. Mesmo se tivéssemos uma produção de vacinas para esses animais, tecnicamente é inviável capturar e vacinar milhares de macacos Brasil afora. Uma vacinação poderia ser útil em casos muito específicos, ou seja, para uma pequena população isolada, de uma espécie criticamente em perigo de extinção.

Não bastasse a morte impiedosa de milhares de macacos pela febre amarela, agora temos testemunhado várias denúncias de que pessoas, por ignorância, estão matando esses inocentes animais. Além de ser crime ambiental e não ajudar na prevenção da doença, essa atitude pode agravar a situação, inclusive por confundir o sistema de vigilância epidemiológica, já que a morte epidêmica de macacos sinaliza por onde a febre amarela está passando. 

Nos estado do Espírito Santo e Minas Gerais temos pesquisado o impacto do surto da febre amarela sobre as populações de diferentes espécies de primatas, visando propor medidas que ajudem a restabelecer as populações dizimadas. Conforme esperado, já podemos constatar que em matas maiores há uma maior chance de sobreviverem alguns macacos, dando a esperança de que venham a se restabelecer.  Em matas pequenas e isoladas, entretanto, é comum sucumbir toda a população de macacos, provocando a extinção local.

Enquanto a vacinação é a melhor solução para prevenir a doença nos seres humanos, para a proteção dos macacos precisamos investir na educação da população humana e nas pesquisas que possam ajudar na compreensão desse fenômeno devastador. Com o conhecimento científico, poderemos nos preparar para possíveis surtos futuros e investir na recuperação das espécies da nossa fauna que estão sendo impactadas pela doença.






Sérgio Lucena - biólogo, diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza


Como inserir a leitura no universo das crianças?




 Os Pets e A Floresta
Divulgação

Catapulta Livros dá dicas para pequenos criarem hábito da leitura desde bebês

Nessa nova onda de tecnologia com fácil acesso a tablets e celulares, uma grande dúvida surgiu entre pais e professores: qual a melhor maneira de fazer com que a leitura se torne um hábito infantil? A Catapulta Editores preparou algumas dicas para ajudar nesse desafio, separando orientações por idades.

“A leitura, quando apresentada na infância, traz diversos benefícios no desenvolvimento dos pequenos: melhora o raciocínio, a coordenação motora, a imaginação, criatividade, amplia o vocabulário e auxilia no processo de aprendizagem da leitura... Nosso objetivo é inserir todos esses estímulos em livros lúdicos e interativos, que atraiam a atenção e a vontade de ler nas crianças”, explica a diretora da Catapulta Editores, Carmen Pareras.

Conforme os bebês vão crescendo, a tática para continuar incentivando a leitura deve mudar. No início os pais devem estar presentes todo o tempo, lendo e prendendo a atenção dos pequenos, porém, após alguns anos, os responsáveis devem pedir para que as crianças leiam para eles, expliquem ou interajam. Confira as dicas abaixo:


Como ler para bebês de 0 a 5 meses

Nesta fase, os bebês são muito pequenos para compreender o que as palavras dos livros querem dizer, mas é nessa idade que ela já pode ser introduzida. Use gestos, faça sons com a voz, imite sons que o bebê faz. A partir de três meses, o bebê já começa a reagir e tentar responder com os mesmos barulhos que escuta.

Dica: Dê preferência para os livros de pano, como Amigos da Natureza, da Catapulta Editores. Nesta idade o bebê tende a colocar tudo na boca, então para não machucar, livros moles são os indicados.


Como ler para bebês de 6 meses a 1 ano 

Aproveite da conexão que o bebê cria com a família nesta idade e interaja com ele. Durante a leitura, converse e faça perguntas simples, estimulando a tentativa de resposta. Por exemplo: Como faz o gatinho? “Miau”. Além de incentivar o processo de fala, o pequeno começa a associar os sons a objetos e animais.

Dica: Escolha livros que tenham sons, estimulem a curiosidade e iniciem o processo de associação entre sons, imagens e objetos. Os livros Pets e Safari da editora são indicados para aprimorar esta etapa.


Como ler para pequenos de 1 a 2 anos

Ao ler para os pequenos nesta fase, use de recursos para representar o que está lendo, como sua própria voz. Ao ler, imite sons e peça para que a criança faça também, insista até ela repetir da mesma maneira que foi reproduzido no livro. Assim que ela reagir ao pedido, interaja com ela, brinque e peça outros sons.

Dica: Prefira livros que tenham anexos para mover, emitam sons ou possuam texturas diferentes. Os Pets e A Floresta são livros que unem textura, sons e imagem, aprimorando três sentidos do bebê: visão, tato e audição.


Como ler para crianças de 2 a 4 anos 

Neste momento, talvez você precise de um pouco mais de paciência, pois as crianças vão pedir para você ler a mesma história diversas vezes. Use isso como ponto positivo. Peça para ela contar a sua própria versão, estimule na interpretação da história, ressaltando sentimentos e impressões escritas no texto. Além disso, peça para ela completar a história, comece contando e no meio incentive: “o que acontece agora?”.

Dica: Procure livros com atividades recreativas, em que as crianças possam desenhar, pintar, escrever e completar. Pode começar a inserir livros com histórias mais longas também, desta forma incentiva a memória do pequeno, que terá que lembrar o que acontece, interpretar os personagens, etc.

“A Catapulta possui a Coleção Desfile, com Desfile de Dinossauros e Desfile na Fazenda. Além de serem dobráveis, o que estimula a coordenação motora do pequeno ao desvirar a página, ele terá uma história para desenvolver e raciocinar”, explica Carmen.


Como ler para crianças de 4 a 6 anos

Chegou a grande fase de alfabetização. A presença dos responsáveis para inserir livros mais complexos é essencial. A criança terá que entender o sentido da história, das palavras e entender completamente o começo, o meio e o fim. No início da aprendizagem, foque em ler a história como ela realmente é, sem mudar palavras e expressões. Desta maneira, você ajuda o vocabulário da criança a se expandir.

Não ligue de ler várias vezes, nem pedir para que ela leia com você, seja uma frase, uma palavra ou até mesmo a página inteira. Comece devagar e, aos poucos, vá aumentando a dose de leitura. Quando você menos perceber, a criança estará lendo sem você ter que pedir.

Dica: Estimule a criatividade e curiosidade das crianças, criando uma vontade maior de ler. Opte por livros que ensinem como fazer e como funcionam as coisas.


Acima de 8 anos

Não é só porque aprendeu a ler que a tarefa acaba! Continue incentivando para que o crescidinho continuar no hábito da leitura. Converse sobre o livro com ele, ou seja, leia um capítulo e debata, veja o que ele achou da história, o que encontrou de mais interessante.

Dica: Procure livros que sejam do interesse da criança. Tomamos como exemplo a coleção O Mais Completo Guia, da Catapulta. Em três volumes, o guia traz assuntos para crianças mais aventureiras, que gostam de natureza e de explorar.






www.catapulta.net

 

MAIS DE 50% DAS CRIANÇAS ESTÃO EXPOSTAS ÀS AMEAÇAS DIGITAIS. COMO PODEMOS TORNAR A INTERNET MELHOR PARA ELAS


Neste ano, o relatório DQ Impact Report 2018, realizado em parceria com o Instituto DQ (Digital Intelligent Quotient) e o Fórum Social Mundial, mostrou que 56% das crianças entre 8 e 12 anos estão expostas às ameaças digitais. Além disso, o relatório de impacto revelou que 47% já foram vítimas de cyberbullying. Foram entrevistados 38 mil participantes em 29 países. 

O número de menores na internet aumenta progressivamente. Segundo dados da Unicef divulgados neste ano, a cada segundo, duas crianças entram na internet pela primeira vez. Estas informações comprovam que, apesar de estarem cada vez mais presentes no mundo digital, este meio não é pensado para as crianças. São necessárias opções que entretenham, mas que também colaborem para o desenvolvimento psicossocial delas, uma vez que passarão cada vez mais tempo conectadas.

Foi pensando nessa dor que existe nas famílias que em 2014 Fabiany Lima criou o Timokids, startup que leva entretenimento e conteúdo psicossocial seguro para famílias em 197 países. Abaixo, Fabiany elenca tópicos importantes para a formação de uma internet bem preparada para receber mais crianças, cada vez mais cedo: 
 

REGULAMENTAÇÃO – É certo que existem leis e normas de controle online, mas muitos conteúdos ainda passam imunes à estas vigilâncias. Personagens que têm grande apelo ao público infantil, por exemplo, estão na rede protagonizando situações desconfortáveis em vídeos amadores. Nestas redes sociais, crianças e adultos convivem no mesmo espaço, o que pode ser algo perigoso. Filtrar cada vez mais o que pode estar disponibilizado é necessário;

SUPERVISÃO PARENTAL – "É necessária uma aldeia para criar uma criança", já diz o provérbio africano. Além de, obviamente, os pais terem o dever de monitorar e dialogar com seus filhos sobre os riscos presentes no meio digital, uma rede de compartilhamento dos riscos também é importante e pode proteger outras crianças. Denunciar páginas, vídeos e conversar com pais e mães ao seu redor podem ter um grande impacto em outros lares ;

MAIS CONTEÚDO DE QUALIDADE – Os conteúdos de qualidade voltados para as crianças existem e devem ser estimulados e compartilhados. É necessário que o poder público enxergue a entrada das crianças no mundo digital como uma ação que pode ser proveitosa, para o bem. Um conteúdo seguro interativo permite que as crianças se desenvolvam e estejam protegidas de ameaças e comentários desnecessários. Com um canal democrático como a rede podemos, como sociedade, ter mais efetividade nas mensagens que passamos para as crianças. Isso deve ser prioridade; 
 

MAIS FILTROS- Apesar de toda a força humana aplicada à luta contra os conteúdos impróprios, filtros baseados em inteligência artificial e outros recursos automatizados podem ajudar famílias a se protegerem. Imagens impróprias, palavras indesejadas, entre outras formas perigosas que podem estar atreladas aos conteúdos acessados pelas crianças podem ser detectados e bloqueados.



Fabiany Lima - empreendedora, mãe de gêmeas, fundadora e CEO do Timokids, ferramenta multilíngue psicossocial utilizada em 197 países


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