Oncologista
alerta para a incidência significativa da doença e como lidar com a perda do desejo
sexual durante o tratamento
Estamos
no mês de outubro, mês de conscientização e prevenção do câncer de mama. Ao se
falar em câncer já vem à mente os efeitos colaterais do tratamento contra a
doença, causados pela quimioterapia como perda dos cabelos, enjoos, cansaço,
ente outros, mas um sintoma pouco abordado que acomete a maioria dos
tratamentos de tumores ginecológicos é a diminuição do interesse sexual ou a
perda de libido.
A
incidência de câncer tem aumentado de forma significativa em todo o mundo.
Estimam-se mais de 600 mil novos casos para o ano de 2015 só no Brasil e
destes, aproximadamente 57.120 casos novos são de câncer de
mama, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer).
As
razões pelas quais a incidência dessa doença tem aumentado não é bem clara,
porém o acesso ao diagnóstico (através da realização de exames e avaliações
médicas) e a exposição a fatores externos são, provavelmente, os principais
responsáveis por tais números.
Segundo
o oncologista clínico Dr.
Elge Werneck, membro titular da Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica, a primeira e mais importante questão é saber, se após o
tratamento a libido volta. "O paciente não deve se preocupar pensando que
o problema é permanente. Essa diminuição do interesse sexual e a perda de
libido é comum entre os pacientes, pouco abordada quando se fala em efeitos
colaterais e costuma afetar principalmente mulheres cujo tratamento da doença
gera mutilações, como os tumores ginecológicos e os de mama", relata o
oncologista.
Mas
para quem sofre com a diminuição na libido e perda do desejo sexual durante o
tratamento, a boa notícia é que existem alternativas como terapias que
possibilitam a melhora completa de tais sintomas após o término dessas terapias
alternativas.
"O diagnóstico e
o medo trazem uma certa insegurança em relação ao tratamento contra a doença e
são fatores que contribuem para a diminuição do desejo sexual. No
caso das mulheres, a quimioterapia pode ter efeitos colaterais
intenso que levam à perda de hormônios e à menopausa precoce. Uma
mudança acentuada de peso, cicatrizes, a própria perda dos cabelos
e outras alterações no corpo também podem impactar negativamente na
autoestima e, assim, comprometer a vida sexual. Mas converse com seu médico,
existem possibilidades de reversão desse quadro", conclui.
A
recuperação da libido depende de vários fatores, como idade e tratamento
realizado, porém grande parte das mulheres pré-menopausas, felizmente, retomam
completamente seu desejo sexual.
Dr. Elge Werneck - membro titular da Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica, atuando na prevenção, no diagnóstico e no tratamento do
câncer na Clínica de Oncologia e Hematologia de São Paulo, no Grupo Paulista de
Oncologia (GPOI) e Hospital Nove de Julho. Como médico, adota abordagem
integral na assistência aos pacientes oncológicos, observando suas necessidades
biopsicossociais. É coautor do livro "Câncer e Prevenção" - MG
Editora, 2013 - é Preceptor de Residência Médica em Oncologia. Sua sólida
formação inclui cursos em universidades americanas, entre elas a Universidade
de Yale e a Universidade da Filadélfia, além de imersões em centros
internacionais - incluindo o maior do mundo, o MD Anderson Cancer Center. É professor,
escritor, colunista/articulista e palestrante.