Após lançar livro-jogo na abertura da Rio + 20 e ganhar um dos
maiores prêmios de literatura infantil do País com a obra Labirintos - Parques
Nacionais, escritora e pesquisadora ambiental quer preencher lacuna deixada por
materiais didáticos infantis
Com a proposta de popularizar a Ciência e estimular a reflexão de
crianças e adolescentes para as questões socioambientais, a bióloga
brasiliense Nurit Bensusan aposta em um novo livro
infanto-juvenil que trata dos biomas brasileiros. A obra Dividir Para
Quê? - Biomas do Brasil, da editora Mil Folhas, será lançada no próximo
domingo (11/10), às vésperas do Dia das Crianças, no Ernesto Cafés Especiais,
em Brasília (DF). O evento é gratuito e contará com brincadeiras e atividades
lúdicas, como disputa de charadas, oficina de colorir e aula de yoga com
posições de animais.
Além das informações específicas sobre a Amazônia, a Caatinga, o
Cerrado, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Pampa, a obra, voltada para o público
de 10 a 14 anos, traz, em suas 56 páginas, curiosidades históricas e culturais,
como a origem do nome dos biomas, a influência destes na cultura da região e
até mesmo os dinossauros que já passaram por cada um desses lugares. No mês em
que é também comemorado o Dia Nacional do Livro (29 de outubro), a mestre em
Ecologia e doutora em Educação, Nurit Bensusan, explica que a inspiração para o
tema do novo livro surgiu com a procura de distribuidoras de livros que sentiam
necessidade de livros paradidáticos sobre o tema nas escolas. O convite, então,
partiu da editora Mil Folhas, que acaba de criar o selo Mil Folhas e Três
Joaninhas para se dedicar exclusivamente às publicações dirigidas a crianças e
adolescentes.
“Dei uma olhada no livro didático do meu filho sobre o conteúdo de
biomas, que estava no 6º ano, e fiquei alarmada quando vi que o livro, ao invés
dos seis biomas terrestres que são consolidados pelo IBGE, apresentava nove. A
partir daí comecei a achar que realmente faltava informação acessível para as
crianças e os adolescentes. Então nasceu a ideia de fazer o livro, que não é um
livro didático para escolas, mas que pode ser usado nas escolas.”, conta.
Dividir para quê?
Com um texto leve e descontraído, apoiado por ilustrações
divertidas e um projeto gráfico diferenciado assinado pelo coletivo de
designers Grande Circular, a proposta do livro é ligar elementos culturais com
as questões ambientais, como a necessidade da conservação. Dividir Para Quê? -
Biomas do Brasil também destaca o grau de desmatamento de cada uma dessas áreas
e propõe a reflexão da importância dessa classificação para a gestão sociopolítica,
a conservação e, respectivamente, manutenção da vida. Para Nurit Bensusan, que
também é engenheira florestal e especialista em História e Filosofia da
Ciência, toda classificação é arbitrária, mas necessária do ponto de vista
estratégico de gestão e atuação.
“Os espaços protegidos nunca foram suficientes para proteger de
fato a natureza porque eles não têm dimensão suficiente para comportar os
processos naturais. Mas eles ajudam, como parte de uma estratégia de
conservação da natureza, eles são fundamentais, mas agora eles estão
completamente em ‘xeque’”, avalia a bióloga.“São muitas as iniciativas para
limitar esses espaços, extinguir áreas protegidas que já existem e reduzir
espaços que estão consolidados. Mas isso tem relação com a maneira como a gente
vê a natureza: não a vemos como uma oportunidade, mas como uma maldição da qual
precisamos nos livrar como se tivéssemos que ultrapassar essa natureza para
chegar ao desenvolvimento, como se a possibilidade de ter um país mais justo e
desenvolvido, no sentido mais humano da palavra, não fosse possível junto com a
conservação. Como se tivéssemos que escolher uma coisa ou outra coisa”,
critica.
Conscientização
Segundo a autora, a forma equivocada de encarar a conservação da
natureza também parte da percepção visual dos biomas, com a tendência de se
preservar somente regiões florestais. No entanto, aponta Nurit em sua obra,
biomas de campo como o Pampa, onde foi registrado o primeiro dinossauro
brasileiro, tem justamente como uma de suas principais ameaças o plantio de
árvores.
“Isso é uma coisa muito interesse. Muitas vezes há a percepção de
que um bioma florestal é um bioma que vale a pena ser conservado em detrimento
de outros, como o Cerrado (que possui a savana com maior diversidade arbórea do
planeta) e o Pampa, que não têm a mesma exuberância visual que a Mata Atlântica
ou Amazônia têm. Mas os processos da natureza acontecem em todos esses biomas e
todos eles precisam ser conservados para assegurar a manutenção desses
processos que, em ultima instância, é o que garante a manutenção da vida na
Terra e da qualidade da vida humana também.”, alerta Bensusan, que também
destaca os ecossistemas marinhos e costeiros em seu sexto título infantil.
Autora de mais de 15 títulos técnicos sobre Ciência e meio
ambiente, Nurit Bensusan passou a investir no público infantil a partir de 2010
com a criação do kit livro + jogo O Mar em Verso. Na sequência, criou a
Biolúdica, uma oficina de criação de jogos com temas biológicos, e lançou, em
2011, outro kit: o Biobrazuca e, mais tarde, os jogos de cartas conhecidos como
"jogos biolúdicos", que deram origem ao Bioquê?, Tsunami, Protetores
da Existência na Terra (PET) e Meta Morfus. Em 2012, Bensusan lançou o
livro-jogo Rio + 20, +21, +22, +23... na abertura da conferência internacional
e seguiu com os títulos Quanto Dura Um Rinoceronte? (2012) e Labirintos -
Parques Nacionais (2012), conquistando o prêmio o Prêmio MalbaTahan da Fundação
Nacional do Livro Infanto-juvenil (FNLIJ), destacando-se também como finalista do
prêmio Jabuti, em 2013.
Novidade
A Mil Folhas é uma editora ligada ao Instituto
Internacional de Educação do Brasil (IEB), cujo objetivo é tornar público e
disponível para toda a sociedade o conhecimento gerado e acumulado pelas
diversas instituições que se dedicam às questões socioambientais. Com esse
livro, a Mil Follhas inaugura seu selo infanto-juvenil, o Mil Folhas e Três
Joaninhas, destinado a contribuir com a formação de crianças e adolescentes,
estimular sua reflexão e capturar seus corações e mentes para as questões
socioambientais.
Lançamento da obra Dividir
Para Quê? - Biomas do Brasil
Data: 11 de outubro de 2015 (domingo)
Hora: a partir das 16h
Local: Ernesto Cafés Especiais - SCLS 115, bloco C,
loja 14 (Asa Sul)
Classificação: a partir de 7 anos
Programação: jogo de charadas, oficina de colorir e aula de yoga com posições de animais
Programação: jogo de charadas, oficina de colorir e aula de yoga com posições de animais
Valor do livro: R$ 45,00
Pontos de vendas: Ernesto Cafés Especiais, livrarias
em geral e site da editora Mil Folhas
( http://livraria.iieb.org.br/ )
( http://livraria.iieb.org.br/ )
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