A relação entre médico e paciente é baseada na confiança, conhecimento técnico e ética profissional. Contudo, mesmo com toda a dedicação, podem ocorrer falhas que impactam a saúde do paciente. Para entender quando há responsabilidade médica, é fundamental diferenciar erro médico, complicação e efeito adverso, além de conhecer os direitos do paciente.
Segundo a Dra. Beatriz Guedes, advogada
especialista em direito médico do Social da Clínica Libria, “muitas pessoas
confundem complicações naturais de um procedimento com erros médicos, o que
pode gerar expectativas irreais ou ações judiciais indevidas”.
Como identificar erro médico
Erro médico ocorre quando o profissional age de forma negligente, imprudente ou imperita, causando danos ao paciente que poderiam ser evitados com cuidados adequados. Alguns sinais de alerta incluem:
* Diagnóstico incorreto ou atrasado que agrava a
doença;
* Procedimentos realizados de forma inadequada;
* Omissão de informações essenciais ao paciente
sobre riscos ou alternativas de tratamento;
* Falhas no acompanhamento pós-operatório ou tratamento contínuo.
A advogada ressalta que, “nem toda complicação é um
erro. O que caracteriza a responsabilidade civil do médico é a ação ou omissão
que foge do padrão esperado de cuidado e que resulta em dano ao paciente”.
Diferença entre erro médico, complicação e efeito adverso
1. Erro médico: ação ou omissão que contraria os
padrões de conduta profissional, causando dano previsível ao paciente.
2. Complicação: resultado inesperado que pode
ocorrer mesmo quando todos os cuidados são tomados. Nem sempre gera
responsabilidade.
3. Efeito adverso: reação indesejada a um tratamento ou medicamento, sem necessariamente indicar negligência do profissional.
Dessa forma, a avaliação detalhada de cada caso é
essencial para definir se há base legal para reivindicar indenização.
Casos recentes e jurisprudência no Brasil
O cenário jurídico brasileiro tem avançado na proteção do paciente, mas também na compreensão dos limites da responsabilidade médica. Recentemente, tribunais têm destacado:
* A importância do consentimento informado, em que
o paciente deve ser claramente informado sobre riscos e alternativas;
* A necessidade de provas robustas para comprovar
erro médico, como prontuários detalhados e laudos periciais;
* A diferenciação entre erro e complicação natural do procedimento, evitando decisões precipitadas.
Segundo Dra. Beatriz Guedes, “o acesso à justiça
permite que pacientes lesados busquem reparação, mas também protege médicos que
atuam de acordo com protocolos reconhecidos”.
Direitos do paciente
Todo paciente lesado por erro médico tem direito a:
* Receber informações claras sobre seu estado de
saúde e tratamentos;
* Solicitar cópia de seus prontuários médicos;
* Buscar indenização por danos morais, materiais ou
estéticos;
* Reclamar junto a conselhos profissionais ou órgãos de defesa do consumidor.
A advogada reforça que, “a informação e o registro
detalhado de todas as etapas do atendimento médico são ferramentas essenciais
para garantir direitos e prevenir conflitos judiciais”.
Conclusão
A responsabilidade médica é um tema delicado que
exige equilíbrio entre proteção ao paciente e respeito à atuação do
profissional de saúde. Diferenciar erro, complicação e efeito adverso é crucial
para evitar injustiças e litígios desnecessários. Com o devido cuidado jurídico
e médico, é possível garantir um atendimento seguro, ético e dentro da lei.
Dra. Beatriz Guedes - Advogada Especialista em Direito
Médico. Sócia da Clínica Libria – Sua Saúde, Nossa Missão

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