Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul alerta para os riscos das infecções respiratórias agudas durante o frio e destaca a importância da prevenção, diagnóstico precoce e vacinação
O inverno no Rio Grande do Sul acende o alerta para
o aumento de casos de infecções respiratórias em crianças, especialmente a
pneumonia e a bronquiolite, duas doenças que preocupam pediatras e famílias
pela gravidade e frequência com que atingem os pequenos. De acordo com a
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), o clima frio favorece a
circulação de vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório (VSR),
principal agente da bronquiolite, que acomete especialmente os bebês.
Segundo o diretor da SPRS, o médico pediatra Dr.
Benjamin Roitman, a bronquiolite é uma doença que acomete principalmente
lactentes pequenos e é causada por vírus — geralmente o VSR.
“A circulação desse vírus ocorre nos meses de
outono e inverno, e os casos mais graves atingem os bebês, que têm vias aéreas
menores e sistema imunológico imaturo. Prematuros e crianças com doenças
cardíacas ou pulmonares crônicas têm risco aumentado de complicações”, afirma.
A transmissão ocorre principalmente por secreções
respiratórias e contato direto, sendo ambientes fechados como creches um dos
principais focos de disseminação. A bronquiolite não tem tratamento específico,
mas medidas de suporte como higienização nasal, hidratação e amamentação são
fundamentais. Em casos mais graves, com dificuldade para respirar, respiração
acelerada ou baixa saturação de oxigênio, é necessária internação hospitalar.
Para prevenção, o especialista reforça a
importância da vacinação.
“Há vacinas contra o VSR para adultos e gestantes,
o que protege os bebês nos primeiros meses de vida. Também existem anticorpos
aplicados nos meses de outono e inverno em bebês com maior risco, disponíveis
no SUS para casos como prematuridade ou cardiopatia congênita. Além disso,
incentivar o aleitamento materno e evitar aglomerações são atitudes
importantes”, acrescenta o médico. Benjamin Roitman.
No caso da pneumonia, o cuidado também deve ser
ampliado. A doença costuma surgir como complicação de uma gripe e apresenta
sinais como febre persistente, tosse intensa, secreção e prostração.
“Se a criança estiver com dificuldade respiratória,
respiração rápida ou dor torácica, é indispensável procurar atendimento médico.
As formas mais graves são geralmente causadas por bactérias e podem ser
prevenidas com vacinas disponíveis no SUS, como a Penta (contra Haemophilus
tipo B) e a Pneumo 10V”, explica.
A SPRS lembra ainda que vacinas contra a gripe
(influenza) e a Covid-19 estão disponíveis a partir dos 6 meses de idade,
protegendo contra outras infecções virais que também podem evoluir com
complicações respiratórias.
Marcelo Matusiak

Nenhum comentário:
Postar um comentário