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sábado, 2 de agosto de 2025

Como identificar se seu filho está sofrendo violência na escola?

Quando a criança é orientada e também ouvida,
ela sente-se acolhida e segura para
relatar violência na escola.
 Shutterstock
Especialistas alertam para sinais sutis e reforçam a importância do diálogo com crianças e adolescentes

 

Casos recentes de violência escolar, como o que ocorreu em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, onde uma criança autista de 4 anos foi amarrada por uma professora, e outra foi presa em uma cadeira; chocaram o país. As situações levantaram um alerta fundamental para pais e responsáveis: como saber se meu filho está sofrendo violência na escola? 

Segundo a psicóloga Aline Gazzinelli, do Eco Medical Center, o primeiro passo é abrir espaço para esse diálogo dentro de casa. “Falar sobre violência contra crianças não é fácil, mas é necessário. Esses momentos servem como oportunidades para orientar, sem gerar pânico, mas com foco na prevenção e proteção”, afirma.

 

O que é violência escolar e como ela pode acontecer?

Violência na escola pode assumir várias formas: física, verbal, psicológica ou institucional, como negligência ou atitudes abusivas por parte de profissionais da educação. Em muitos casos, as vítimas são crianças pequenas ou com algum tipo de vulnerabilidade, como alunos com transtornos do espectro autista (TEA).

 

Quais são os sinais de violência escolar?

Nem sempre a criança verbaliza o que está acontecendo. Por isso, é importante observar mudanças sutis no comportamento, que podem indicar sofrimento:

  • Alterações repentinas de humor;
  • Medo ou recusa de ir à escola;
  • Mudanças nas amizades;
  • Isolamento, irritabilidade ou apatia;
  • Dificuldades para dormir ou comer;
  • Queda no desempenho escolar;
  • Relatos vagos sobre colegas, professores ou situações desconfortáveis.

“A confiança se constrói no dia a dia. Se a criança sentir que será ouvida com acolhimento, vai ter mais chances de relatar um problema”, destaca a psicóloga. 

Durante o crescimento, explica ela, a percepção dos filhos sobre os pais vai mudando. Na infância, há uma dependência física e prática: precisam de quem alimente, cuide e proteja. Com o tempo, essas necessidades evoluem, e a presença emocional e afetiva se torna ainda mais importante. Por isso, o investimento em uma relação afetuosa e segura deve ser contínuo. 

“Não precisamos estar prontos para resolver todos os problemas do mundo, mas é totalmente possível criar um vínculo no qual a criança ou o adolescente reconheça os pais como figuras confiáveis, disponíveis e protetoras. Pessoas a quem podem recorrer nos momentos de dúvida, medo ou dor”, ensina a profissional.

 

Como conversar com a criança sobre violência na escola?

Evite interrogações ou pressões, orienta Aline, muito menos seja alarmista ou crie pânico. Ao invés disso, crie espaços seguros para conversas espontâneas. Demonstrar interesse genuíno no dia a dia do seu filho, perguntar sobre a escola, os amigos, os professores e ouvir com atenção são atitudes simples que fazem toda a diferença. 

Boas práticas recomendadas por especialistas incluem:

  • Participar das reuniões e eventos escolares;
  • Manter diálogo com professores e coordenadores;
  • Conhecer os colegas e amigos do seu filho e incluí-los em momentos familiares;
  • Conversar com outros pais e trocar experiências;
  • Demonstrar interesse genuíno na vida do filho, sem invadir sua privacidade;
  • Manter rotina de conversas espontâneas;
  • Evitar julgamentos e incentivar a expressão de sentimentos.

 

O que fazer se suspeitar que seu filho sofreu abuso ou maus-tratos?

Caso identifique sinais ou receba um relato direto, acolha a criança com empatia. Em seguida, busque orientação com um psicólogo infantil e notifique a escola. Em casos mais graves, denuncie aos órgãos competentes, como a Polícia Civil, o Conselho Tutelar ou o Disque 100 (Direitos Humanos). 

“Mesmo que os pais não saibam como resolver, o mais importante é mostrar que estão ao lado da criança, disponíveis para protegê-la”, reforça Aline. Em um ambiente acolhedor, diz ela, a criança aprende a pedir ajuda, identificar abusos e se proteger. A escuta ativa e o cuidado diário são as ferramentas mais poderosas que os pais têm para enfrentar essa realidade. 



Eco Medical Center
Rua Goiás, 70, bairro Água Verde, em Curitiba.
Mais informações no site


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