Estudo global aponta que 45% dos trabalhadores de todo o mundo se engajaram em campanhas por melhores condições de trabalho
O mais recente estudo da Randstad, Workmonitor 2025, revela novos
padrões de comportamento e de prioridade no mercado de trabalho. A pesquisa
ouviu mais de 26.000 trabalhadores em 35 mercados na Europa, Ásia-Pacífico e
Américas e descobriu que, em âmbito global, o equilíbrio entre vida pessoal e
profissional é considerado mais importante do que o salário na hora de escolher
um empregador. No Brasil, os fatores se igualam e são importantes para 92% dos
trabalhadores.
O relatório mostra que os trabalhadores estão priorizando empregos
que oferecem personalização de benefícios, senso de comunidade e oportunidades
de capacitação para o futuro. Caso as expectativas não sejam atendidas, os
profissionais estão dispostos a deixar os empregos em busca de outros que
atendam às suas prioridades, seja em relação aos valores da empresa ou às
condições de trabalho. Além disso, 41% afirmam ter feito campanha por melhores
condições de trabalho em seus cargos atuais.
A nova reconfiguração do trabalho apurada pelo estudo aponta que os profissionais desejam que seu local de trabalho esteja alinhado com seus valores e preferências, com 42% afirmando que pediriam demissão de um emprego se não concordassem com os pontos de vista ou posicionamentos da liderança da organização em que atuam. Mais da metade dos entrevistados (58%) também deixaria o emprego se a empresa não compartilhasse seus valores sociais e ambientais. Uma proporção um pouco menor (42%) considerou sair devido ao posicionamento de seu empregador em questões políticas.
Os profissionais também desejam alinhamento em relação ao trabalho
flexível, outro requisito cada vez mais primordial para os trabalhadores. Mais
de um terço (39%) deixou um emprego porque ele não oferecia flexibilidade
suficiente. Os trabalhadores mais jovens são mais propensos a desfrutar disso
como um benefício, com 34% da Geração Z dizendo que recebeu mais flexibilidade
em termos de localização nos últimos seis meses, em comparação com apenas 22%
dos Baby Boomers.
Desenvolvendo um senso de comunidade
Ao longo das décadas, o aumento constante do individualismo levou
muitas pessoas a buscar um senso de propósito e conexão em suas vidas
profissionais. Agora se vê que a grande maioria (90%) dos talentos também
deseja que seu local de trabalho ofereça um senso de comunidade. Mais da metade
(54%) está disposta a deixar o trabalho caso não se sinta pertencente.
Em alguns casos, o salário é despriorizado em relação à comunidade
no trabalho, com um terço (33%) dos entrevistados afirmando que não se
importaria de ganhar menos dinheiro se tivesse amigos no trabalho. Além disso,
esse fator também tem influência na produtividade dos profissionais, já que a
grande maioria (87%) acredita que tem um melhor desempenho no trabalho se
sentir um senso de comunidade com seus colegas.
O Workmonitor destaca, ainda, que o aprendizado e o
desenvolvimento continuam sendo essenciais para os profissionais, mas existe
uma lacuna entre expectativa e realidade. O estudo apurou que 44% dos
profissionais brasileiros disseram que deixariam o emprego se não recebessem
oportunidades de desenvolvimento para preparar suas carreiras para o futuro.
Apesar dessa demanda, mais de um terço dos profissionais (36%) relata não
receber tais oportunidades de treinamento de seus empregadores.
Tendo isso em vista, o diretor de negócios da Randstad Enterprise e Randstad Professional, Diogo Forghieri, avalia que a chave para o sucesso reside, portanto, na valorização e no desenvolvimento do capital humano. “A concepção de trabalho para os profissionais contemporâneos é multifacetada e exige uma abordagem individualizada. Os próprios trabalhadores estão estabelecendo os critérios que definem suas prioridades, tanto em suas vidas pessoais quanto em suas interações com a sociedade. As empresas que prosperam neste novo cenário são aquelas que demonstram flexibilidade e se adaptam às novas exigências desses profissionais”, indica.
O relatório Workmonitor 2025 da Randstad pode ser acessado aqui.
Randstad
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