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Professora de Odontologia da Faculdade Una Sete Lagoas aponta sinais de alerta e a importância da prevenção
No
Brasil, 10,2% da população, cerca de 20,7 milhões de pessoas, têm diabetes. Os
dados são do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
pesquisa realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério
da Saúde, divulgada em setembro de 2023.
Entretanto,
a quantidade de indivíduos convivendo com a enfermidade pode ser ainda maior. A
Federação Internacional de Diabetes – IDF estima que um a cada três pessoas
diabéticas não sabe ter a doença, pois os sintomas - muita sede, urinar demais,
vista turva, emagrecimento -, podem demorar a aparecer.
Além
das complicações cardiovasculares, dos danos nos rins, nos vasos sanguíneos dos
olhos e nos nervos, dos problemas circulatórios e das complicações metabólicas,
o diabetes pode alterar a saúde da boca de várias maneiras, conforme explica
Carla Valente, professora do curso de Odontologia da Faculdade Una Sete Lagoas,
coordenadora da parte odontológica da Clínica de Saúde Integrada e especialista
em periodontia. “O indivíduo diabético fica mais suscetível a problemas
periodontais e a infecções causadas por fungos, como a candidíase. E ainda à
diminuição da saliva que pode deixar a boca seca, levando ao mau hálito e a uma
propensão maior à cárie”.
A
dentista destaca que a gengivite é a principal complicação periodontal
associada à patologia. “Quando ocorre essa inflamação, a gengiva fica vermelha,
com sangramento ao escovar e ao passar fio dental. Mas há também as
periodontites, condições mais graves, que vão afetar não só a gengiva, mas
também o tecido de suporte, o osso, o ligamento periodontal, e acabam levando a
perda dos dentes se não controladas”.
Carla
salienta que a saúde bucal é tão importante para o controle da glicemia no
sangue quanto as visitas regulares ao médico e a dieta. “É conjunto de fatores
que são comprovadamente interligados. As afecções da boca podem aumentar os
níveis de açúcar no sangue, dificultando o gerenciamento da enfermidade. Em
contrapartida, a gestão adequada reduz os riscos de complicações bucais”.
Sintomas e
prevenção
De
acordo com a especialista, existem alguns sinais que podem acender um alerta
quando o paciente não sabe que são diabéticos. “Gengivas inflamadas,
sangramento gengival, boca seca, aumento da incidência de cáries, mau hálito
persistente, cicatrização lenta de algum machucado na boca, seja de uma
extração, seja de um tratamento odontológico”.
A afecção periodontal é a sexta complicação mais frequente da doença, alerta a professora. “A glicemia alterada pode aumentar a gravidade dos problemas periodontais, pois todo o mecanismo de defesa do paciente está alterado. Tecidos inflamados são porta de entrada para microrganismos que causam a disseminação de infecções intravasculares. Por isso, diabéticos são mais susceptíveis e têm três vezes mais risco de periodontite do que as pessoas sem a patologia”.
Para Carla, a prevenção é sempre a maior arma contra qualquer distúrbio da boca. Por isso, é fundamental ter bons hábitos como “o uso rotineiro de fio dental, escovar os dentes de duas a três vezes por dia sempre com creme dental fluoretado, evitar o tabagismo, controlar os níveis de açúcar e fazer visitas regulares ao dentista”.
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