Você
tem o hábito de pensar positivo perante as dificuldades da vida? Se não, vale a
pena adotá-lo. Ser otimista não apenas melhora a qualidade de vida no dia a
dia, mas também contribui para um futuro mais saudável e satisfatório. E
estudos já comprovaram isso: de acordo com uma pesquisa publicada no Jornal da
Sociedade Americana de Geriatria, pessoas otimistas tendem a ter uma vida útil
mais longa e uma maior chance de viver além dos 90 anos. No entanto, hoje em
dia existe uma linha tênue entre otimismo e positividade tóxica. A especialista
em desenvolvimento humano, Gisele Hedler, explica que ambos são conceitos
relacionados, mas com diferenças importantes e ensina a diferenciá-los.
Gisele
explica que o otimismo é uma atitude mental positiva em que uma pessoa espera
bons resultados ou confia que algo positivo acontecerá no futuro. É o famoso
“no final tudo vai dar certo”. Por outro lado, a positividade tóxica é a
insistência em manter uma atitude positiva em todas as situações, mesmo quando
isso não é realista ou saudável.
Características do otimismo X positividade tóxica
As características do otimismo envolvem: esperança e confiança no futuro,
resiliência diante de desafios, enfrentamento das dificuldades com uma
perspectiva positiva e motivação para alcançar objetivos e superar obstáculos.
Já
entre as características da positividade tóxica estão: minimização ou negação
das emoções negativas, a pressão para ser sempre feliz e positivo
independentemente das circunstâncias, falta de empatia e compreensão para com
as dificuldades dos outros e ignorar as realidades e desafios da vida.
Para
Gisele, a positividade tóxica é prejudicial porque impede que as pessoas
processem emoções negativas de maneira saudável, o que pode causar danos
significativos à saúde mental, nas relações interpessoais e até mesmo no
desenvolvimento pessoal. Entenda mais sobre esses efeitos.
Efeitos na saúde mental
Suprimir as emoções negativas pode levar a problemas como ansiedade, depressão
e estresse acumulado. Além disso, quem enfrenta dificuldades pode sentir-se
isolado ou incompreendido se for constantemente incentivado a ser positivo,
levando até mesmo a um sentimento de desconexão e solidão.
Efeitos nas relações interpessoais
Insistir
em uma atitude sempre positiva pode afetar as relações interpessoais pois pode
levar à falta de empatia, fazendo com que as pessoas pareçam insensíveis ou
desinteressadas nos problemas dos outros.
“Pessoas
que praticam a positividade tóxica podem também acabar desvalorizando as
experiências e sentimentos dos outros, as vezes até mesmo sem quere, gerando
ressentimento e mágoas”, ressalta a especialista.
Efeitos no dia a dia
Segundo
Gisele, o reconhecimento e a análise das dificuldades e fracassos são
essenciais para o crescimento pessoal. A positividade tóxica pode impedir esse
processo de reflexão e aprendizado.
A
insistência na positividade pode ainda levar ao perfeccionismo, onde qualquer
falha ou emoção negativa é vista como inaceitável, criando um ciclo de
autojulgamento e frustração.
Efeitos no trabalho
Em
ambientes de trabalho, a positividade tóxica pode criar uma cultura onde os
funcionários se sentem obrigados a esconder suas dificuldades, resultando em
burnout e baixa satisfação no trabalho. Além disso, quando os problemas são
ignorados ou minimizados, as soluções eficazes não são implementadas, o que
pode afetar o desempenho de todos os membros da equipe.
Buscando o equilíbrio
Embora
manter uma atitude positiva possa ser benéfico, Gisele frisa a importância de
reconhecer e validar emoções negativas. A positividade tóxica, ao negar ou
minimizar essas emoções, pode causar danos significativos à saúde mental, às
relações interpessoais e ao desenvolvimento pessoal. Um equilíbrio saudável
envolve aceitar e processar tanto as emoções positivas quanto as negativas,
permitindo um crescimento pessoal e uma vida mais equilibrada.
Ela
também ressalta a importância de buscar o otimismo, pois ele ajuda a reduzir o
estresse, aumenta a longevidade, como já comprovado por meio de estudos
científicos, melhora a qualidade de vida.
(@giselehedler)
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