Como Funciona a Neuronutrição?
A neuronutrição é uma área específica da nutrição que foca em otimizar as funções cognitivas e, em última instância, aumentar nossa produtividade e melhorar nosso estado emocional através da alimentação. Essa abordagem utiliza as descobertas da neurociência para entender como o cérebro interage com diferentes alimentos, nutrientes e hábitos alimentares.
O cérebro, assim como qualquer outro órgão, precisa de energia e nutrição provenientes dos alimentos para funcionar corretamente. A diferença é que o cérebro humano é maior e mais complexo do que o de muitos outros animais, exigindo uma quantidade significativa de energia e uma variedade ampla de nutrientes para operar de maneira ideal.
O cérebro obtém sua nutrição por meio da corrente
sanguínea, mas é seletivo em relação aos nutrientes que recebe, devido à
barreira hematoencefálica, uma estrutura que protege o sistema nervoso central
de compostos potencialmente neurotóxicos. Compreender quais alimentos são
benéficos para o cérebro e quais podem ser prejudiciais é crucial para manter
sua saúde.
A Importância da Dieta na Saúde Cerebral
Desde o nascimento, a dieta desempenha um papel fundamental na construção e no funcionamento do cérebro. Os aminoácidos das proteínas ajudam a construir neurônios, as gorduras e ácidos graxos mantêm os neurônios flexíveis, e a glicose dos carboidratos fornece a energia necessária para as sinapses. Até mesmo as fibras alimentam a microbiota, que produz muitos neurotransmissores.
Infelizmente, o cérebro é um dos órgãos mais
vulneráveis aos danos causados por uma dieta inadequada. Muitos sintomas de
doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, surgem anos após danos contínuos
ao cérebro devido à má alimentação. Nos últimos anos, estudos têm mostrado que
a dieta pode influenciar a expressão genética relacionada a essas doenças,
levando à importância da epigenética na prevenção de condições como o
Alzheimer.
O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) é uma proteína essencial para a
sobrevivência e o crescimento dos neurônios, além de desempenhar um papel
crucial na plasticidade sináptica, que é fundamental para o aprendizado e a
memória. A nutrição pode influenciar diretamente os níveis de BDNF. Alimentos
ricos em ômega-3, como peixes gordurosos, e antioxidantes presentes em frutas
vermelhas e vegetais de folhas verdes, são conhecidos por aumentar a produção
de BDNF. Além disso, o consumo de alimentos integrais, como nozes e sementes,
também pode favorecer o aumento do BDNF, promovendo a saúde cerebral e
potencializando funções cognitivas.
Apesar das mudanças negativas na dieta moderna, que incluem o aumento de alimentos processados, essas descobertas nos dão poder para retomar a saúde cerebral através de escolhas alimentares inteligentes. A seguir, exploraremos sete alimentos que são benéficos para o cérebro.
7 Alimentos Bons para o Cérebro
- Chocolate
Meio Amargo ou Amargo
- O cacau é rico em polifenóis,
compostos antioxidantes que protegem os neurônios. Escolher chocolates com alta
concentração de cacau (meio amargo ou amargo) é ideal para aproveitar esses
benefícios. Limitar o consumo a 30-40 gramas por dia é uma boa prática para
evitar o aumento de peso.
- Abacate
- Rico em gorduras
monoinsaturadas, o abacate ajuda a proteger as artérias e melhora o fluxo
sanguíneo, beneficiando o cérebro. Ele também contém luteína, selênio e
vitaminas do complexo B, que são essenciais para a saúde cerebral.
- Frutas Cítricas e Vermelhas
- Frutas cítricas e
vermelhas, como laranja, acerola, limão, morango, framboesa e amora, são ricas
em vitamina C. Essa vitamina é crucial para um bom desempenho cognitivo e a
produção de neurotransmissores essenciais. Além disso, a vitamina C age como um
poderoso antioxidante, protegendo o cérebro contra danos oxidativos e
promovendo a saúde cerebral.
- Espinafre
e Outros Vegetais Verde-Escuros
- Vegetais como espinafre,
rúcula, couve e brócolis são ricos em ácido fólico e luteína, que ajudam a
proteger as células cerebrais e a manter uma mente afiada. Para preservar seus
nutrientes, é melhor consumi-los crus ou levemente cozidos.
- Pescados,
como o Salmão
- Peixes como salmão, atum e
sardinha são ricos em ômega-3, que melhora a conexão entre neurônios e tem
propriedades anti-inflamatórias, contribuindo para a regeneração celular. Preparar
o peixe com a pele preserva os ômega-3.
- Oleaginosas,
como as Nozes
- Castanhas, nozes e amêndoas são
ricas em selênio, vitamina E e gorduras saudáveis que protegem o cérebro e
ajudam nas funções cognitivas ligadas ao aprendizado.
- Cafeína,
mas com Moderação
- A cafeína presente no café, chá
verde e mate pode dar energia e proteger as células cerebrais. No entanto, deve
ser consumida com moderação para evitar ansiedade e insônia, que prejudicam a
saúde mental.
A suplementação com ingredientes naturais, como
cúrcuma e ômega-3, pode trazer benefícios significativos para a saúde cerebral.
A cúrcuma contém curcumina, um composto com propriedades anti-inflamatórias e
antioxidantes, que tem sido associado à melhora da função cognitiva e à redução
do risco de doenças neurodegenerativas. Já os ácidos graxos ômega-3,
encontrados em suplementos de óleo de peixe e óleo de linhaça, são essenciais
para a saúde do cérebro, pois contribuem para a formação de membranas celulares
saudáveis e promovem a neuroplasticidade. A combinação desses suplementos pode
oferecer uma abordagem eficaz para apoiar a função cerebral e melhorar o
bem-estar mental.
Conclusão:
O cérebro não armazena grandes reservas de nutrientes, portanto, é essencial manter uma dieta equilibrada para usufruir dos benefícios desses alimentos. Incluir comidas boas para o cérebro na sua dieta diária pode contribuir significativamente para a saúde mental e o desempenho cognitivo. Como afirma a nutricionista Cris Ribas Esperança, "Uma alimentação equilibrada deve ser composta por alimentos frescos, variados e coloridos. Quanto mais colorido o prato, mais nutrientes ele oferece ao corpo."
Com conhecimento e planejamento, é possível
melhorar a saúde cerebral e prevenir doenças neurodegenerativas através da
alimentação, finaliza Cris Ribas Esperança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário