Tema foi abordado em Simpósio de Alergia da
Sociedade Brasileira de Dermatologia
O Dia Nacional da Saúde, data que ressalta os cuidados com o paciente na sua
integralidade, é celebrado nesta segunda-feira (05/08). Diante deste contexto,
a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reuniu médicos de diferentes
partes do Brasil em um Simpósio de Alergia, que ocorreu de forma online no
último final de semana (03/08), para falar sobre as reações medicamentosas como
ponto de interface da Dermatologia com outras especialidades médicas.
“O
paciente não está isento de ter um efeito colateral após uma medicação
prescrita pelo médico e quando isso acontece temos o dermatologista como um dos
principais especialistas que vai gerenciar o problema. As reações
medicamentosas possuem possibilidades de ocasionar erupções na pele, que
chamamos de farmacodermias, cada vez mais vistas em função do uso muito grande
de medicamentos”, explica o médico dermatologista Dr. Renan Bonamigo,
coordenador do evento.
As
reações podem ser leves, moderadas e graves. Em muitas delas a retirada da
medicação já faz o paciente melhorar, mas existem reações que são necessárias
medidas como internação, uso de medicamentos apropriados e acompanhamentos
laboratoriais de exames. Em todo esse processo o dermatologista é geralmente o
responsável pelo cuidado do paciente.
“Essa
área das reações medicamentosas com repercussões na pele traduz muito bem a
atividade do dermatologista dentro de um conceito mais amplo de avaliação em
saúde e desdobramentos do próprio tratamento médico. Portanto, a dermatologia é
uma especialidade que se integra à saúde global do paciente”, diz Dr. Renan.
Outros
temas que visam melhorar a qualidade de vida de pacientes também foram
discutidos, como a Dermatite de Contato Ocupacional e as Fitodermatites.
A
Dermatite de Contato Ocupacional é um quadro de alergia relacionada a
substâncias/produtos com os quais os trabalhadores entram em contato nas suas
profissões. Por exemplo, alergia à luva de borracha em profissionais de saúde e
alergia ao cimento em trabalhadores da construção civil. Os sinais e sintomas
são coceira, vermelhidão, descamação, pequenas bolhas, secreção e crostas nas áreas
de contato com a substância.
“A
abordagem desse assunto no Simpósio ajudou a divulgar as causas de alergia de
contato na pele, como fazer o diagnóstico e os principais cuidados com os
trabalhadores em diversas profissões diferentes. Saber as principais causas
facilita o diagnóstico dos médicos e melhora a qualidade de vida dos pacientes,
explica o médico dermatologista Dr. Renato Shintani Hikawa, que palestrou sobre
o tema.
Já
as Fitodermatites são os quadros desencadeados diretamente pelas plantas ou
seus produtos, o que abrange cosméticos, fragrâncias, madeiras, produtos usados
na indústria, entre outros.
“Apesar
de ser um assunto relevante e amplo, não são muitos os artigos publicados
anualmente, por isso o diálogo entre dermatologistas de diferentes regiões se
torna ainda mais essencial. Há novidades em relação a reações cruzadas entre
alérgenos e até vacina que ainda estão sendo testadas em animais”, diz a médica
dermatologista Dra. Maria Antonieta Rios Scherrer, que abordou o assunto durante o evento.
Para o presidente da SBD, Dr. Heitor de Sá Gonçalves, dar luz a esses temas neste mês dedicado à saúde é importante para o aprimoramento de técnicas dos profissionais e conscientização dos pacientes. “A abordagem do evento fez com que os médicos dermatologistas pudessem compreender o paciente de forma integral, colaborando com outras especialidades quando necessário,” conclui Dr. Heitor.
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