Num mundo globalizado e capitalista, no qual o
imediatismo é premente, será que é tão significativo promover a amamentação?
Apesar de haver a licença-maternidade, sabemos que não reflete a necessidade
deste novo ciclo de vida das mulheres-mães-trabalhadoras e seus bebês, como
também não abraça as mulheres-mães-trabalhadoras informais, que não tem este
direito garantido.
É necessário trazer a discussão a ‘licença parental
ou universal’, onde pais e mães, parceiros, responsáveis ou cuidadores,
partilham igualmente a responsabilidade e o direito ao cuidado dos filhos de
maneira equânime. Isso implica unir elementos das licenças de maternidade e paternidade,
transformando-as em uma licença compartilhada e comum, que privilegia a
igualdade de gênero, apoio a família, saúde e bem-estar dos pais, redução do
estresse financeiro e não menos importante: o apoio a amamentação.
A Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA),
rede global de pessoas e organizações que promovem e apoiam o aleitamento
materno, coordena a campanha mundialmente e define um novo tema a cada ano e
celebra na primeira semana de agosto. Neste ano de 2024, a temática definida é ‘Amamentação
– Apoie em todas as situações’, a qual está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU), e que
segundo a própria WABA tem por objetivo mostrar a necessidade de melhorar o
apoio à amamentação para reduzir as desigualdades que existem em nossa
sociedade, com foco especial na amamentação em tempos de emergências e
crises.
Segundo a WABA,“a amamentação pode atuar como um
equalizador em nossa sociedade e esforços devem ser feitos para garantir que
todos tenham acesso ao apoio e oportunidades de amamentação. É essencial que
ninguém seja abandonado, especialmente mães vulneráveis que podem precisar de
apoio adicional para reduzir as desigualdades na amamentação”.
Afinal de contas, o leite materno é o padrão ouro
da alimentação. Não tem a ver somente com o amor que construímos pelos nossos
filhos, ele é o melhor alimento que seu filho pode receber, promovendo
crescimento e desenvolvimento do bebê e do seu sistema imunológico, protegendo
de diarreias, alergias e infecções respiratórias e diminuindo riscos de
hipertensão, diabetes e colesterol. Já os benefícios para as mulheres-mês,
incluem a redução na chance de desenvolver diabetes tipo 2, colesterol alto,
hipertensão, além de reduzir as chances de desenvolver câncer de mama, ovário e
endométrio.
Além disso, o aleitamento materno é um ato de
cuidado com o meio ambiente, uma vez que o leite materno é um meio sustentável,
não gera poluição, embalagens ou desperdícios e auxilia na redução dos custos
do sistema de saúde, minimizando o tratamento de doenças na infância e em
outras fases da vida.
Maria Caroline Waldrigues - Enfermeira, Mestre em Educação pela UFPR e Coordenadora de Cursos no Centro Universitário Internacional Uninter.
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