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Bad Homburg / Germany
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A alta taxa de turnover, ou rotatividade de
funcionários, é um desafio significativo para muitas empresas,
independentemente do porte. Dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED), em levantamento feito pela Robert Half, revelam que o
Brasil registrou 56% de aumento no turnover no final de 2022, colocando o país
com o maior índice de rotatividade de funcionários em todo o mundo.
A rotatividade frequente pode ser onerosa, disruptiva e
impactar negativamente a moral dos funcionários restantes. Reduzir a taxa de
turnover requer uma abordagem multifacetada - inclui desde a melhoria das
condições de trabalho, até a promoção de um ambiente positivo. Algumas
estratégias incluem:
- Contratação adequada: é importante que os novos contratados se ajustem bem à
cultura da empresa e possuam as habilidades necessárias para o trabalho;
- Programa de integração: se bem estruturado, ajuda os novos funcionários a se
adaptarem mais rapidamente e a se sentirem parte da equipe desde o início;
- Oportunidades de desenvolvimento: oferecer iniciativas de crescimento pode manter os
funcionários engajados e motivados;
- Reconhecimento:
isso pode incluir bônus, aumentos salariais ou até mesmo simples elogios;
- Promoção de cultura de trabalho positiva e
inclusiva: criar um ambiente em que os funcionários se sintam
valorizados e respeitados é essencial;
- Incentivo à comunicação aberta e transparente: facilitar a comunicação entre a liderança e os
funcionários pode promover um ambiente mais colaborativo;
- Apoio ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal: políticas de licença flexíveis e promoção da saúde
mental podem ajudar a manter um bom equilíbrio;
- Revisão e ajuste regular de pacotes de remuneração: garantir que os pacotes de remuneração estejam alinhados
com o mercado e recompensem adequadamente o desempenho é fundamental.
Para pequenas, médias e grandes empresas, as abordagens
podem variar. No caso de empresas pequenas, a oferta de horários de trabalho
flexíveis e opções de trabalho remoto, quando possível, pode ser interessante.
A cultura de trabalho acolhedora e colaborativa e o sistema de feedbacks
contínuos podem ser mais facilmente implementados em empresas com menor número
de colaboradores.
Quando falamos de médias empresas, uma sugestão é a oferta
de pacotes de benefícios que incluem seguro de saúde, programas de bem-estar e
outras vantagens. Além disso, o desenvolvimento de um plano de carreira é
essencial para que os funcionários consigam ver um futuro na empresa. Por fim,
é recomendável a realização contínua de pesquisas de satisfação dos
funcionários, para que se tomem medidas com base no feedback recebido.
A abordagem para grandes empresas inclui, principalmente,
o desenvolvimento da alta liderança. É essencial que os gestores estejam
preparados para liderar sua equipe de maneira eficaz. O fomento a oportunidades
de mobilidade interna também pode ser uma boa estratégia, para que os
funcionários tenham a chance de explorar diferentes carreiras dentro da
empresa. Políticas de diversidade e inclusão criam um ambiente de trabalho mais
equitativo e atraente.
Reduzir turnover é um processo contínuo; requer uma análise cuidadosa das causas subjacentes. As
empresas devem coletar dados por meio de entrevistas de saída e pesquisas de
clima organizacional para entender melhor os motivos pelos quais os
funcionários estão saindo. Com base nessas informações, é possível desenvolver
estratégias personalizadas para abordar esses problemas específicos.
Este desafio exige esforço e compromisso. Ao implementar as estratégias adequadas para o porte da empresa e focar na criação de um ambiente de trabalho positivo e de suporte, as organizações podem não apenas reter seus talentos, mas também construir equipes mais engajadas e produtivas.
Virgilio Marques dos Santos - sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria, gestor de carreiras, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
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