Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a partir de pesquisa realizada pela consultoria Ernst &Young (EY), R$ 34 bilhões dos gastos das operadoras médico-hospitalares com contas e exames, em 2022, foram consumidos indevidamente por fraudes, como, por exemplo, reembolso sem desembolso, além de desperdícios com procedimentos desnecessários no país.
No ano passado, a imprensa deu um bom
espaço para casos de empresas que demitiram colaboradores por justa causa.
Essas demissões foram fundamentadas juridicamente por práticas fraudulentas,
infração ética, quebra de confiança na relação de trabalho, violação das
políticas internas, entre outros pontos.
E um questionamento ganhou a cena: como
essas empresas tiveram conhecimento das ações envolvendo, inclusive, questões
de saúde de seus funcionários? A utilização de informações sensíveis precisa
acompanhar princípios legais defendidos pela Lei Geral de Proteção de Dados
(LGPD).
A legislação impõe que sejam
considerados elevados padrões de segurança de informações pessoais. Porém, embora
a LGPD imponha limitações ao acesso e ao uso de dados em saúde, existem métodos
legais que as organizações do setor e as companhias podem adotar para gerenciar
os planos de saúde e otimizar as suas operações.
As empresas contratantes de convênio médico,
por exemplo, podem monitorar a utilização dos seus colaboradores e dependentes,
é um método que passa pelo consentimento no uso dos dados. Porém, é importante
ter transparência e governança para implementar essa supervisão, é necessário
que todos saibam o momento que essas informações serão utilizadas e
compartilhadas.
Outro método que também pode ser
adotado é a parceria das organizações de saúde com entidades autorizadas para
acessar e processar determinadas informações dos beneficiários, sempre em
conformidade com a LGPD.
Hoje, mesmo com essas
possibilidades de gerenciamento do sistema, o setor da saúde está passando por
um momento turbulento, com a sua sustentabilidade fortemente ameaçada. Por
isso, o combate às fraudes tem que ganhar cada vez mais espaço. Afinal, temos
aí uma questão de bilhões de reais. As perdas prejudicam a sinistralidade, o
desempenho das operadoras e impactam diretamente as mensalidades dos planos de
saúde.
Entidades do setor, como a Associação
Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), têm divulgado amplamente informações sobre como utilizar
corretamente o convênio médico, apontando situações de violação que podem levar
o usuário a perder seu benefício ou responder a um processo criminal. Por
exemplo, emprestar carteirinhas, fraudar reembolsos, falsificar pedidos
médicos, entre outros.
Alegar desconhecimento das regras do
jogo já não cabe mais! Precisamos achar soluções para os desafios enfrentados
na gestão de colaboradores e benefícios empresariais perante a LGPD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário