O período
gestacional é um momento da vida da mulher, principalmente para as mães de
primeira viagem, que mais exige equilíbrio emocional. São muitas emoções, medos,
dúvidas e inseguranças associadas a alegria e expectativa do gestar.
Fato é que, a
saúde mental materna tem sido uma temática muito importante e também muito
discutida em pesquisas de estudos científicos nos últimos anos, devido à elevada
prevalência de depressão, estresse e ansiedade entre outros transtornos em
mulheres em idade fértil e suas consequências prejudiciais na relação mãe -
bebê.
O que se observa
é que essas alterações sejam hormonais, físicas, psicológicas vão impactar muito
na autoestima, no relacionamento e na própria libido dessa gestante. Mas como
identificar essas fragilidades? Quais os sinais e como tratar para que não
afete a criança?
Tanto as causas
ou sintomas da depressão gestacional, vão variar de mulher para mulher, afinal
cada uma irá reagir às situações de uma forma particular. No entanto, as
principais causas são: Falta de suporte emocional, familiar e
social; Eventos de vida negativos durante a gravidez ou próximos ao parto;
Problemas pessoais, emocionais da mãe com relação à maternidade; Dificuldades
pessoais, emocionais, financeiras, médicas da mulher ou do casal; Gravidez não
planejada ou não desejada; Dificuldades conjugais; Depressões anteriores;
Outras doenças psiquiátricas durante a gravidez; Existência de Depressão em
pessoas da família; Problemas da Tireoide ou alterações hormonais.
Os sinais e
sintomas do problema são diversos, como: desconexão
com o bebê e as pessoas ao redor; sono perturbado; pensamento confuso e
desorganizado; vontade extrema de prejudicar e fazer mal ao bebê, enquanto está
na barriga; transtorno de humor; irritabilidade, tensão e inadequação; perda de
interesse em atividades que antes eram prazerosas; falta de energia; ansiedade
constante; culpa; melancolia intensa e desmedida; desmotivação profunda da
vida; distanciamento de familiares e amigos antes próximos; mudanças nos
hábitos alimentares (comer muito ou pouco); dificuldades de concentração; choro
constante e humor instável; pensamentos negativos, delirantes e irreais e ideação
suicida.
O tratamento é
muito importante e dependendo da intensidade deve-se além de fazer terapia,
procurar um psiquiatra perinatal, profissional capaz de realizar o diagnóstico
correto, avaliando a gravidade do caso e seus riscos, além de traçar um plano terapêutico
junto com a paciente envolvendo ou não a introdução de medicamento que não
afete o bebê.
Pode-se recorrer a
consultas psicológicas online, auxílio nutricional e prática de exercícios
físicos remotamente, o que também contribui para uma evolução positiva do
quadro. É importante, ainda, que a mãe possa ter, na medida do possível,
momentos de individualidade e introspecção, usando esse tempo para dormir e
descansar ou dar uma volta, ler um livro, meditar, fazer yoga ou técnicas de
relaxamento. O objetivo é investir em atividades que lhe proporcionem prazer!
Enfim, infelizmente a depressão gestacional é real e está cada vez mais sendo identificada entre as gestantes. É necessário expressar e não ter medo de falar o que está sentindo. Verbalizar para encontrar ajuda dentro da rede de apoio, pois se não tratada, a depressão ou ansiedade gestacional, pode se tornar um distúrbio depressivo crônico.
Dra. Andréa Ladislau - Psicanalista
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