Veja mitos e verdades dessa doença que acomete a coagulação sanguínea
Manchas roxas pelo corpo, sangramentos
sem traumas e ferimentos que demoram para cicatrizar podem sinalizar a
condição; Brasil é o quarto país com maior população de pessoas com hemofilia
do mundo
Para a maioria das pessoas é comum sangrar após algum tipo de
lesão, mas o próprio organismo entra em ação e acaba por estancar este
sangramento por meio do sistema de coagulação sanguínea. Para os cerca de 13
mil brasileiros com hemofilia, porém, este processo não acontece, o sangramento
não cessa, ocasionando hemorragias que acometem diferentes órgãos e resultam em
dores e, em casos graves, no comprometimento da mobilidade.
17 de abril é o Dia Mundial da Hemofilia, distúrbio genético
hereditário que pode se manifestar em um a cada 10 mil nascimentos. O Brasil
possui a 4ª maior população mundial de hemofilia, sendo que 36,1% dos pacientes
têm a forma mais grave desta enfermidade, segundo a World Federation of Hemophilia (Federação Mundial de Hemofilia).
Embora não tenha cura e precise de acompanhamento contínuo, a
hemofilia pode ser controlada por tratamentos que são disponibilizados pelo SUS
(Sistema Único de Saúde). Para esclarecer a população sobre essa doença, a Dra.
Priscilla Mattar, vice-presidente da área médica da Novo Nordisk, empresa líder
global em saúde, elencou alguns mitos e verdades sobre a hemofilia.
A hemofilia é exclusivamente um distúrbio de origem
genética. Mito.
Há dois tipos de hemofilia: a congênita e a adquirida. A congênita
é causada por uma alteração genética ligada ao cromossomo X e transmitida pela
mulher aos filhos homens. A hemofilia A representa 80% dos casos e ocorre
devido à baixa atividade do fator VIII de coagulação sanguínea. Já a hemofilia
B está relacionada ao fator IX de coagulação. Dependendo das quantidades de
fatores VIII e IX, a doença pode ser classificada como leve, grave ou moderada.
A hemofilia adquirida não é uma condição genética, mas uma doença
autoimune que pode aparecer na vida de um indivíduo em qualquer idade, com
maior frequência em idosos e mulheres na gestação e até um ano após o parto.
Não é possível identificar uma causa na maioria dos casos, mas acredita-se que
algumas enfermidades pré-existentes podem estar associadas a esse tipo de
hemofilia, como doenças autoimunes, cânceres, doenças de pele, além do uso de
medicações, a gestação e o pós-parto.
Estima-se que menos de 15% dos casos da hemofilia adquirida sejam
diagnosticados e tratados. Sua incidência é de 1,5 a 6 casos a cada 1 milhão de
habitantes. “A hemofilia adquirida é uma condição que aparece em algum momento
na vida de uma pessoa que não tem antecedente ou histórico de sangramento.
Normalmente, a doença se manifesta de forma lenta e gradual, então a pessoa
demora para procurar atendimento médico”, alerta a vice-presidente da área
médica da Novo Nordisk.
Manchas roxas na pele podem ser sintomas de hemofilia.
Verdade.
O aparecimento de manchas roxas (equimoses) e avermelhadas
(petéquias) sem motivo aparente é um dos sintomas da hemofilia, mas os sinais
característicos da doença são os sangramentos que acometem principalmente as
articulações. Nestes casos, nota-se inchaços nas articulações (tornozelos,
joelhos e cotovelos), aumento de temperatura, dor e restrição de mobilidade.
Pacientes com hemofilia também costumam apresentar feridas que demoram para
cicatrizar e episódios de sangramento no nariz, gengiva, trato digestivo e
urinário.
O diagnóstico da hemofilia é apenas clínico. Mito.
Primeiramente o paciente passa pela análise clínica realizada pelo
médico que solicita exames laboratoriais para a confirmação da doença. Esses
exames fazem a dosagem do nível dos fatores de coagulação sanguínea (VII e IX).
A hemofilia não tem cura. Verdade.
Embora a doença não tenha cura, ela pode ser controlada. A terapêutica da hemofilia está basicamente
fundamentada na administração (infusão endovenosa) de concentrados de fatores
deficientes (VIII ou IX) por meio de estratégias de prevenção (profilaxia) ou em resposta aos episódios hemorrágicos. Hoje,
uma pessoa com hemofilia pode ter uma vida normal e exercer seu papel na
sociedade. Inclusive, o tratamento está disponível em todos os Centros de
Tratamento de Hemofilia do Brasil, gratuitamente.
“Vale ressaltar que quanto mais precoce o início do
tratamento, menores serão as sequelas para o paciente. Por isso, é importante
procurar ajuda médica para que a doença seja devidamente diagnosticada, tratada
e acompanhada ao longo da vida do paciente”, destaca a Dra. Priscilla Mattar.
Pacientes com hemofilia não podem praticar atividade física.
Mito.
Com o tratamento adequado em dia e acompanhamento médico, quem tem
hemofilia pode e deve praticar exercícios físicos leves. Pessoas com hemofilia têm necessidades específicas de
exercícios e precisam fortalecer seus músculos e articulações de uma forma
direcionada, para diminuir o risco de danos nas articulações e reduzir o risco
de sangramento. Além disso, a prática regular de uma atividade física também
influencia no bem-estar emocional, resultando em impactos positivos na saúde
mental e controle da ansiedade. Antes de iniciar algum exercício, consulte-se
com o médico.
Visando auxiliar os pacientes com hemofilia
congênita a praticarem exercícios físicos de forma segura, a Novo Nordisk
lançou, em 2021, o aplicativo HaemActive. O aplicativo é gratuito, foi
desenvolvido por fisioterapeutas e médicos especializados, e permite que o
paciente realize atividade física em qualquer horário e local, sem a
necessidade de ir a uma academia, com exercícios para que crianças e adultos
possam fortalecer e alongar os músculos e melhorar o equilíbrio. O aplicativo
também pode ser usado como planejador de treinos, permitindo montar uma rotina
própria de exercícios pessoais e gravar vídeos.
É possível ter qualidade de vida após o diagnóstico da
hemofilia. Verdade.
Quando falamos de uma condição crônica e rara, pode-se ter a falsa
impressão de que ela é um fator limitante que impede o paciente de ter uma vida
ativa; logo, é preciso atuar em diversas esferas para conscientizar as pessoas
de que é possível conviver bem com a doença.
“É fundamental ver o paciente e, que ele também se veja, além da
hemofilia. Por meio de tratamento adequado e acompanhamento regular, a
qualidade de vida do paciente aumenta consideravelmente, permitindo que realize
seus sonhos e tenha uma vida ativa, inclusive praticando esportes”, comenta a
Dra. Priscilla Mattar.
Campanha Sinais Raros
A jornada do paciente, desde identificar os sintomas até encontrar
o diagnóstico, é de extrema importância e fará toda a diferença durante o
processo de tratamento. Por isso as campanhas são tão importantes, pois ajudam
a difundir o assunto e conscientizar a população sobre as doenças – sintomas,
causas e tratamentos -, o que é fundamental para amenizar o sofrimento
prolongado pela falta ou pela dificuldade de diagnóstico. A Novo Nordisk,
empenhada em impulsionar mudanças para derrotar doenças crônicas graves,
promove campanhas em prol de levar informação para a população e promover o
debate saudável.
A campanha “Sinais Raros”, promovida pela Novo Nordisk, tem como
objetivo educar e conscientizar sobre os distúrbios hemorrágicos raros e seus
sintomas de maneira didática. No site
da campanha é possível encontrar informações
sobre as diferentes patologias e realizar uma avaliação inicial.
Além dos pontos positivos já mencionados sobre as campanhas, a vice-presidente da área médica da Novo Nordisk também ressalta que promover a conscientização e disseminar informações aproxima os pacientes que possuem a mesma condição. “As doenças raras podem fazer com que as pessoas que as têm se sintam muito solitárias e invisíveis durante a jornada de tratamento, e as campanhas trazem essa mensagem de que eles não estão sozinhos”.
Novo Nordisk
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