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sexta-feira, 12 de abril de 2024

ABRIL AZUL

 Autismo leve: desafios e conquistas

Compreender e colocar em prática dicas simples contribui com a qualidade de vida para pacientes e familiares

 

Conhecido como “Abril Azul”, este mês é dedicado à conscientização sobre o autismo. Uma condição que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge atualmente uma em cada 160 crianças no mundo e duas milhões de pessoas no Brasil. Geralmente diagnosticado na infância, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser definido como uma condição especial do neurodesenvolvimento. André Leite Gonçalves, neuropediatra do Vera Cruz Hospital, explica que a TEA tem como principais aspectos o comportamento repetitivo, a dificuldade de interação social e interesses restritos e intensos em áreas específicas. “Em geral, esses pacientes têm um bom desenvolvimento da linguagem e do raciocínio, mas podem apresentar dificuldades na comunicação não verbal (gestos e expressões faciais) e na compreensão das nuances da linguagem, como, por exemplo, uma brincadeira, ironia ou sarcasmo”, explica. 

Embora não haja cura, intervenções e apoios adequados podem ajudar a pessoa a desenvolver suas habilidades e a se integrar melhor na sociedade. “O primeiro passo é o diagnóstico, que, se realizado de forma precoce, contribui muito com a qualidade de vida do paciente”, explica. “De modo geral, envolve a avaliação de uma equipe de profissionais especializada em TEA, ou seja, psicólogos, psiquiatras e neuropediatras, e inclui a observação do comportamento infantil, entrevistas com os pais e cuidadores, e testes específicos para avaliar habilidades sociais, comunicação e padrões de comportamento característicos da síndrome”, completa. 

O tratamento envolve terapias comportamentais e educacionais, que têm o objetivo de desenvolver habilidades sociais, de comunicação e comportamentos adequados. Também podem exigir o uso de alguns medicamentos. “O fundamental é que o tratamento seja individualizado e leve em consideração as necessidades de cada paciente diagnosticado com a síndrome”, destaca. 

O médico destaca que a medicina tem apresentado diversos avanços e abordagens cada vez mais eficazes para tratar pacientes com autismo leve e outros transtornos do TEA. O que representa esperança para quem convive com o diagnóstico. Dentre os avanços, ele destaca o uso da tecnologia. “Atualmente, há aplicativos de comunicação e dispositivos de apoio que podem ser úteis para melhorar a comunicação e a autonomia dos pacientes. Outro ponto importante que constitui um avanço significativo são os programas educacionais existentes em diversas instituições que têm equipe especializada e capacitada para ajudar as pessoas com o transtorno a se desenvolver e alcançar um bom potencial acadêmico e profissional”, ressalta.

 

Dicas para estimular bons avanços

Além do acompanhamento especializado o paciente com TEA necessita do apoio familiar; a família, por sua vez, precisa ter suporte e orientação para entender e lidar com os desafios que o TEA apresenta. Por isso, o especialista sugere algumas dicas que podem ajudar no convívio diário: 

1 – Apoio profissional: procurar um profissional especializado em autismo para a orientação, acompanhamento e suporte;

2 – Comunicação clara: use linguagem simples e direta ao se comunicar, evitando ambiguidades e metáforas;

3 – Crie rotina: estabelecer uma rotina previsível e estruturada, contribui para reduzir a ansiedade e o estresse;

4 – Habilidades sociais: estimule e pratique habilidades sociais específicas, como manter o contato visual e entender as expressões faciais;

5 – Evite estímulos excessivos: ambientes barulhentos, luminosos ou agitados podem causar uma sobrecarga sensorial; por isso, é importante evitar;

6 – Respeite os limites pessoais: tanto os seus, quanto os dos outros, para que o convívio seja o menos estressante possível;

7 – Desenvolva interesse específicos: explorar e desenvolver atividades artísticas, assuntos específicos e esporte, por exemplo, pode ser uma fonte de prazer, conforto e realização;

8 – Pratique o autocuidado: estimule a dedicação para atividades que promovam o bem-estar físico e emocional;

9 – Estabeleça metas realistas: defina pequenas metas alcançáveis e celebre cada conquista, por menores que sejam;

10 – Seja paciente: lembre-se de que é normal enfrentar desafios e que está tudo bem em buscar ajuda quando necessário. 

Ao colocar em práticas essas dicas simples e rotineiras, o convívio se torna mais leve e os progressos se tornam mais eficientes.

 

Vera Cruz Hospital


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