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sexta-feira, 8 de março de 2024

Mulheres são mais propensas a desenvolverem aterosclerose após a menopausa

 

A doença pode provocar problemas cardíacos, primeira causa de morte entre homens e mulheres no país
 

Mulheres que entraram na menopausa são mais propensas a desenvolver aterosclerose, doença que afeta as artérias, provocando o acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas suas paredes. Estas placas podem reduzir o fluxo de sangue e oxigênio para os órgãos e tecidos do corpo, aumentando o risco de complicações graves, como infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e acidente vascular cerebral (AVC), conhecido como derrame cerebral. 

Embora a aterosclerose seja mais precoce nos homens, as mulheres também estão sujeitas ao problema e às consequências da enfermidade como as cardiopatias. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares em mulheres ultrapassam as estatísticas de câncer de mama e de útero e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos/ano, ou seja, mais de 23 mil mulheres por dia. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina. 

Uma das razões para essa alta mortalidade é que a aterosclerose nas mulheres costuma ser mais silenciosa e subestimada do que nos homens, porque os sintomas podem ser diferentes ou menos evidentes, dificultando o diagnóstico precoce e o tratamento adequado4. Os principais fatores de risco para a mulher são:

  • aumento da pressão arterial;
  • índice de massa corpórea elevado;
  • alimentação inadequada, não saudável;
  • LDL-colesterol elevado;
  • tabagismo;
  • glicemia de jejum elevada.

Com relação ao risco de doença aterosclerótica cardiovascular, as mulheres compartilham alguns fatores de risco tradicionais com o sexo masculino, enquanto outros são pouco reconhecidos:
 

Diabetes mellitus (DM)

Mulheres com DM têm 45% mais chances de ter doença isquêmica do coração (DIC). O risco relativo de mortalidade por doença cardiovascular (CV) é maior em mulheres do que nos homens, assim como o risco de mortalidade por causas CV. O infarto do miocárdio (IM) ocorre mais cedo nos homens, mas tem maior mortalidade nas mulheres do que nos homens com DM. O risco de doença arterial coronária (DAC) fatal em mulheres com diabetes é três vezes maior do que nas mulheres não diabéticas.
 

Hipertensão

A prevalência de mulheres com hipertensão arterial após os 60 anos de idade é maior do que nos homens da mesma faixa etária, sendo menor a taxa de controle da hiipertensão nas mulheres.

 

Sobrepeso e obesidade

O impacto da obesidade no desenvolvimento de doenças CV parece ser maior nas mulheres do que nos homens. No Framingham Heart Study (Estudo de Framingham), o excesso de peso aumentou o risco de doença coronária em 64% nas mulheres e, em 46% nos homens. A obesidade é mais prevalente nas mulheres brasileiras do que nos homens. Além disso, a obesidade é um fator de risco mais importante para hipertensão nas mulheres e está associada a desfechos adversos na gravidez.


Inatividade física

A prevalência de inatividade física e de comportamento sedentário é maior nas mulheres do que nos homens: 25% das mulheres não praticam atividade física regular.
 

Tabagismo

Em recente meta-análise, foi demonstrado que em todas as faixas etárias, exceto dos 30 aos 44 anos, as mulheres têm um risco 25% maior de doença coronária associada ao tabagismo em comparação com os homens. O risco de eventos aterotrombóticos (formação de trombo em placas de aterosclerose) é ainda maior nas que usam contraceptivos.

 

Síndrome metabólica

A síndrome metabólica (SM) aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes e de doenças CV. A SM é definida como um conjunto de fatores de risco CV, incluindo obesidade, dislipidemia aterogênica, hipertensão arterial e resistência à insulina.
 

Existem características típicas da síndrome metabólica nas mulheres. Um estado de resistência à insulina associado à síndrome dos ovários policísticos e ao aumento da gordura abdominal podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome metabólica nas mulheres e aumentar o risco cardiovascular. 

A menopausa leva ao declínio dos níveis circulantes de estrógenos, o que pode aumentar o risco cardiovascular por seus efeitos na adiposidade, metabolismo lipídico, e no estado pró-trombótico.
 

Diagnóstico

O diagnóstico da aterosclerose é feito pelo histórico médico e por exames de sangue para medir colesterol e os triglicerídeos (lipídios). A triagem lipídica é recomendada para pessoas adultas a partir dos 20 anos, e para as que apresentam outros fatores de risco, independentemente da idade.
 

Exame clínico

O exame clínico pode incluir:

  • medida da pressão arterial e da frequência cardíaca;
  • Exame de urina;
  • Colesterol, triglicérides, ácido úrico, creatinina, glicemia, sódio e potássio no sangue;
  • ultrassom com doppler (ecocardiograma);
  • eletrocardiograma;
  • teste de esforço;
  • angiografia;
  • ressonância magnética do coração;
  • testes de imagem, como tomografia, que possibilitam ao médico visualizar o fluxo sanguíneo.


Tratamento

A aterosclerose pode ser controlada com mudanças no estilo de vida, medicamentos, cirurgia e outros procedimentos, a fim de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas e de derrame cerebral, por meio do conhecimento e controle, por exemplo, da pressão arterial, do diabetes e do colesterol. Também é importante para o controle da doença:

  • parar de fumar;
  • praticar atividade física regularmente;
  • ter uma alimentação saudável;
  • controlar o peso;
  • reduzir o consumo de álcool;
  • gerenciar o estresse;
  • manter as consultas médicas de rotina.
  • O tratamento da aterosclerose também é feito com medicamentos que ajudam a estabilizar as artérias, denominados antiagregantes plaquetários.


Libbs


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