Interrupção no tratamento pode afetar diretamente a
sobrevida da população que convive com doença
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a
Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) e Sociedade Brasileira de
Transplante de Medula Óssea (SBTMO) tornam pública sua preocupação quanto ao
desabastecimento do medicamento Sprycel® (dasatinibe) nas apresentações 20mg e
100mg. A droga é usada no tratamento de pacientes com leucemia mielóide crônica
(LMC).
Um ofício assinado pelas três entidades foi endereçado ao secretário de Atenção
Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Jr. Em
comunicado enviado às sociedades de especialidade e associações de pacientes,
em 8 de março, a farmacêutica Bristol Myers Squibb informou que as
apresentações estão com baixo estoque, o que precede risco de fornecimento
intermitente no Brasil, “devido ao aumento inesperado de demanda durante transição
de planta fabril para produção do medicamento”.
A BMS informa ainda que a previsão de normalização é no próximo mês de maio. O comunicado diz também ser “importante ressaltar que essa situação não está relacionada à qualidade, eficácia ou à segurança do produto, as quais permanecem reconhecidas e devidamente comprovadas”. A farmacêutica afirma ter comunicado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária no dia 29 de fevereiro e reforça “estar realizando esforços para resolver a situação com menor impacto possível”.
Na
nota conjunta, ABHH, SOBOPE E SBTMO ressaltam que os inibidores de tirosina
quinase revolucionaram o tratamento da LMC, tornando a sobrevida dos pacientes
semelhante à da população que não convive com a doença. “No entanto, a maioria
dos pacientes necessita de tratamento contínuo e ininterrupto para manter a
resposta adequada”, informa o documento, que solicita esclarecimentos acerca
deste cenário e do plano de ação do Ministério da Saúde para os pacientes que
eventualmente ficarem sem tratamento.
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