Considerada a
segunda doença mais frequente entre mulheres na sua fase reprodutiva,
endometriose pode levar até sete anos para ser identificada
A endometriose é uma doença crônica, progressiva,
que não tem cura e que pode causar dores pélvicas, durante as relações sexuais
e dores para urinar ou evacuar no período menstrual. Além disso, ela também é
uma das principais causas de infertilidade feminina, impedindo portadoras de
realizar o sonho da maternidade. Por isso, o diagnóstico precoce, seguido do
tratamento sob orientação, é essencial para o controle da doença.
No Brasil, a endometriose acomete cerca de 8
milhões de mulheres e, para o triênio 2023 a 2025, são esperados mais de 7 mil
novos casos. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 10 mulheres em
solo brasileiro sofre com os sintomas da doença, que ocorre quando o
endométrio, tecido da camada interna do útero, ao ser eliminado na menstruação,
começa a crescer fora do útero. Esse tecido é muito importante, pois é o que
permite, por exemplo, que o embrião se implante, gerando uma gravidez.
Segundo dados da Associação Brasileira de
Endometriose, mais de 30% dos casos levam à infertilidade que, inclusive,
dificulta a realização de técnicas de reprodução assistida, conforme explica a
Dra. Natalia Pimentel, especialista em Reprodução Assistida do GEARE PB,
unidade do FERTGROUP, grupo de clínicas referência em medicina reprodutiva no
Brasil e na América Latina.
“As alterações pélvicas causadas pela endometriose
podem impedir a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Em outro momento,
dificulta a implantação do óvulo que foi fertilizado, podendo danificar o
revestimento do útero, o que torna mais difícil a implantação de um embrião
saudável”, diz.
Outra dificuldade que essas pacientes podem
enfrentar para conseguir engravidar tendo endometriose está relacionada à
qualidade dos óvulos. “Já temos muitas evidências científicas e está muito bem
estabelecido na comunidade médica que esta condição também pode levar à
formação de cistos ovarianos, que podem danificar o tecido ovariano e,
consequentemente, diminuir a reserva ovariana”, pontua Natalia Pimentel.
Além disso, a endometriose pode atingir a resposta
do corpo frente a tratamentos de infertilidade, como a fertilização in vitro
(FIV) e a inseminação intrauterina (IA). “Nem toda portadora tem infertilidade.
Mas havendo a necessidade de tratamento de reprodução, as pacientes podem
precisar de doses maiores de medicação para estimular os ovários”, pontua a
Dra. Alessandra Evangelista, especialista em Reprodução Assistida da clínica
VIDA, unidade do FERTGROUP.
Como é feito o tratamento?
O tratamento de endometriose consiste em
medicamentos, mudança no estilo de vida e cirurgia, que têm como objetivo
controlar a progressão da doença. Cada paciente tem uma indicação, e a escolha
do método depende do estágio, da intensidade, do exame clínico e dos exames de
imagem.
“Com o tratamento para endometriose em dia,
realizado de modo individualizado, muitas mulheres têm conseguido viver o sonho
de ter seu bebê em casa, através de técnicas de reprodução assistida”, salienta
a especialista.
Ainda segundo Alessandra Evangelista, evidências
demonstram que a cirurgia pode ser o tratamento de endometriose em mulheres
sintomáticas, que desejam engravidar. Sendo importante avaliar o impacto do
procedimento sobre a reserva ovariana, orientando a preservação através do
congelamento de óvulos. “De qualquer forma, cada caso deve ser muito bem
avaliado. Por isso, é necessário que a paciente procure um especialista em
reprodução assistida para saber a respeito das possibilidades de tratamento
disponíveis”, finaliza.
FERTGROUP
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