Cerca de 4,2 milhões de brasileiros estão infectados; para especialistas, "é a pior epidemia da história do país"
Com o avanço dos casos de dengue houve
um grande aumento na procura por atendimento médico em postos de Saúde e na
demanda por leitos de internação, resultando em uma mobilização dos serviços de
Saúde em todo o país.
A dengue é uma doença infecciosa e integra o grupo das arboviroses - doenças
caracterizadas por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes
- sendo transmitida pelo mosquito
Aedes aegypti. “A dengue é uma doença febril aguda e sistêmica, ela pode apresentar casos assintomáticos à
graves, e se não tratada corretamente, pode levar ao óbito”, informa a
Dra. Fernanda Pimentel, diretora médica da Baxter.
De acordo com as diretrizes da
Organização de Saúde Pan Americana 2022, a hidratação oral é essencial para
tratar os casos de dengue e deve ser iniciada após os primeiros
sintomas (febre alta, dor de cabeça ou no fundo dos olhos, fraqueza, dor
intensa no corpo ou nas juntas) visando diminuir a progressão da doença para
formas graves e o aparecimento de complicações.[i]
“A ingestão de água é importante porque a doença retira o líquido de dentro dos
vasos sanguíneos, o que pode comprometer a circulação, podendo ocorrer o extravasamento de plasma,”,
alerta o médico intensivista Dr Danilo Klein, gerente médico da Baxter.
A quantidade de água para cada paciente pode variar conforme o peso, o
recomendado para pacientes com casos leves que receberão hidratação oral é de
60 ml/kg/dia de líquidos por quilo, ou seja, uma pessoa com 50kg deve ingerir 3 litros totais de água por dia.
Em
casos de dengue grave um dos principais tratamentos são as soluções
intravenosas de hidratação, como o soro hospitalar. Mas engana-se quem acha que
o soro caseiro de uso oral, feito com água, açúcar e sal, pode substituí-lo e
ser eficaz para a pronta recuperação do paciente nessa fase da doença. “O soro
hospitalar é um dos mais importantes medicamentos, ele não faz apenas a
hidratação do paciente, como faz parte do tratamento do choque hipovolêmico,
que acontece quando se perde grande quantidade de líquidos e sangue. As
soluções intravenosas implicam em melhores desfechos clínicos quando usadas de
forma correta por profissionais habilitados”, acrescenta o médico.
Ainda segundo o Dr Danilo Klein, os sinais de alerta que indicam o agravamento da doença na qual o paciente deve procurar uma emergência mais próxima são: dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua, sangramentos, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico), hipotensão postural e/ou lipotimia: letargia e/ou irritabilidade.
A vacina contra a dengue entrou no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em dezembro de 2023, atendendo 521 municípios distribuídos em 37 regiões de saúde do país. Para a Dra. Fernanda Pimentel, embora já exista a vacina contra a dengue, a prevenção é a melhor forma de se combater a doença. “É importante ressaltar que as autoridades públicas e a população precisam estar atentas, pois o primeiro cuidado deve ser voltado para eliminar os focos do mosquito. As principais medidas são o uso de telas nas janelas, uso de repelentes e a remoção de recipientes que possam se transformar em criadouros de mosquitos” indica a médica.
Em 2024 o Brasil pode ter uma das piores epidemias da história. Isto porque, nas primeiras sete semanas, mais de 650 mil casos foram registrados, segundo dados atualizados pelo Ministério da Saúde[ii], e pelas projeções da pasta, o país deve chegar a 4,2 milhões de infecções até o final do ano, dado superior ao maior número registrado em 2015, ano da pior epidemia, que teve 1.688.688 casos de dengue.[iii]
Baxter
[i] Pan (2022). Guidelines for the Clinical Diagnosis and Treatment of Dengue, Chikungunya, and Zika. Pan American Health Organization. [online] Available at: Guidelines for the Clinical Diagnosis and Treatment of Dengue, Chikungunya, and Zika - PAHO/WHO | Pan American Health Organization
[ii] Ministério da Saúde. (n.d.). Painel de Monitoramento das Arboviroses. [online] Available at: Link.
[iii] Série histórica do Ministério da Saúde, atualizada no dia 20/02/2024 no Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde e previsão da pasta para 2024. Ministério da Saúde. (n.d.). Painel de Monitoramento das Arboviroses. [online] Available at: Link.
Nenhum comentário:
Postar um comentário