Um estudo
publicado recentemente aponta a possibilidade de
preservar os mamilos na cirurgia para a remoção das mamas em pacientes com alto
risco de desenvolvimento de câncer nessa região. Essa técnica, realizada
através da cirurgia robótica, permite resultados mais satisfatórios
esteticamente, que conseguem manter a aparência dos seios após a mastectomia preventiva,
proporcionando melhorias diretas no bem-estar e na autoestima das pacientes. Foto Ilustrativa/Shutterstock
O procedimento ainda é pouco realizado ao redor do mundo, mas
pesquisas iniciais apontam que, além de melhores resultados estéticos, é
percebida uma redução nas complicações, se comparada com a cirurgia aberta.
De acordo com o médico mastologista do Eco Medical Center, em
Curitiba, Rodrigo Bernardi, um dos autores do artigo, a cirurgia não é
obrigatória e a paciente pode decidir pelo procedimento ou pelo acompanhamento
anual das mamas com ressonância magnética. “É uma cirurgia redutora de
risco, pois nós realizamos a retirada da maior parte da mama, mas como
preservamos o mamilo e a pele, sempre fica um pouquinho de mama residual. Ou
seja, reduzimos o risco significativamente, mas não o eliminamos. A indicação é
feita principalmente para pacientes com mutação genética, como BRCA1 e 2, que
têm alto risco de provocar câncer ao longo da vida”.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que, no Brasil,
excluídos os cânceres de pele do tipo não melanoma, o de mama é o mais
incidente em mulheres de todas as regiões do país, principalmente no Sul e
Sudeste. São esperados 73,6 mil casos novos para cada ano do triênio de 2023 a
2025, sendo 3.650 apenas no Paraná.
Ainda segundo o Dr. Bernardi, a preservação dos mamilos é uma
preocupação com a autoestima da paciente. “Faz parte da feminilidade e é
importante para a mulher, por isso temos essa preocupação. Queremos que a
paciente possa se olhar no espelho após o tratamento e ter bem-estar. Isso só é
possível nos casos em que o tumor não atinge o mamilo e nas cirurgias redutoras
de risco optamos sempre pela preservação”, explica.
A primeira cirurgia robótica com a técnica de preservação mamilar
foi realizada em Curitiba no ano de 2019. Com a plataforma robótica, a cicatriz
também fica posicionada em um ponto discreto na axila e é possível realizar a
cirurgia reconstrutora de forma conjunta. “Essa técnica também oferece para a
paciente menores risco de complicações, principalmente a redução de perda do
mamilo e necrose dessa região, se comparada a cirurgia aberta. Já tivemos a
oportunidade de atender várias pacientes”, conta Bernardi.
https://www.ecomedicalcenter.com.br/
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