Enquanto 89% das mulheres das classes A/B realizaram consultas preventivas, apenas 59% das que pertencem às classes D/E passaram pelo atendimento médico no último ano
Na batalha contra o câncer de mama, a realização de
exames periódicos assume um papel crucial na conscientização e promoção de
prevenção da doença. O diagnóstico precoce é o fator primordial para aumentar a
taxa de sobrevida das mulheres que enfrentam a patologia, pois permite que
tratamentos eficazes sejam iniciados o quanto antes. Além disso, a detecção
rápida contribui para a redução dos custos de saúde associados ao tratamento
avançado. Entre 30% e 50% dos cânceres podem ser prevenidos por meio da
implementação de estratégias baseadas em evidências para a prevenção.
No entanto, na prática, observa-se que a consulta com
especialistas não é tão disseminada quanto deveria ser, especialmente entre os
grupos mais vulneráveis. De acordo com a pesquisa Datafolha: O que as mulheres
brasileiras sabem sobre o câncer de mama, atitudes e percepções sobre a doença,
realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pela Gilead Sciences Brasil,
sete em cada dez entrevistadas se consultaram com um ginecologista no período
dos últimos 6 meses a 1 ano. O resultado demonstra que 85% das mulheres
pertencem às classes A/B realizaram consultas médicas. O número cai para 59%
entre as entrevistadas pertencentes às classes D/E. Diante disso, os grupos
mais vulneráveis se consideram até 7 vezes menos informados sobre o câncer de
mama.
Os números evidenciam a desigualdade significativa em
termos de informações disponíveis e acesso facilitado a exames preventivos para
ambos os grupos. "É fundamental garantir que todas elas, independentemente
de sua localização geográfica, status socioeconômico ou raça, tenham igualdade
de oportunidades no acesso à assistência médica. O estudo revela claramente
como as barreiras ao acesso ao conhecimento sobre câncer afetam de maneira
desproporcional diferentes comunidades, em especial as dos estados Norte e
Centro-Oeste, pobres, com baixa escolaridade e negras. É necessário um
compromisso sólido em disseminar essas informações de forma inclusiva e
acessível a todas as comunidades, com o objetivo de salvar mais vidas e
preservar a saúde de todos", destaca Flávia Andreghetto, Diretora
Associada de Oncologia na Gilead Sciences.
O ACESSO À INFORMAÇÃO E A DESIGUALDADE NO CONHECIMENTO
A falta de equidade na informação sobre o câncer de mama
se traduz em preocupantes disparidades na qualidade de vida das mulheres.
Categorias que demonstram enfrentar desafios na obtenção de informações
adequadas são pessoas das classes D/E (42%) e negras (35%).
Mamografias, exames clínicos e autoexames são realizados por cerca de dois terços das entrevistadas quando incentivadas, entretanto, a distribuição revela desigualdade. A mamografia, por exemplo, é mais comum entre as com idades entre 40 e 59 anos, bem como entre aquelas pertencentes às classes A/B e com níveis mais elevados de escolaridade. "É importante disseminar conhecimento de maneiras diferentes e envolventes, promovendo conversas abertas sobre o tema com pessoas de diferentes origens. A realidade preocupante da detecção do câncer em estágios mais avançados pode ser minimizada por meio de estratégias assertivas que incentivem a busca por mamografias e outros exames clínicos", enfatiza Flávia.
Segundo os resultados da pesquisa, apenas 49% das mulheres fazem a mamografia regularmente. Essa taxa varia significativamente de acordo com a divisão socioeconômica, com 60% das mulheres das classes A/B submetendo-se ao exame, em contraste com apenas 37% das classes D/E. Além disso, a disparidade educacional é evidente, com 62% das mulheres com nível superior realizando o exame regularmente, enquanto apenas 44% daquelas com ensino fundamental o fazem. Os motivos para a realização do exame são diversos: 20% das entrevistadas o fazem porque o médico recomendou, enquanto 16% o fazem devido à preocupação com a sensação de um caroço ou nódulo. No entanto, a pesquisa também revela que 42% das mulheres não fazem o exame regularmente devido à sua idade, enquanto 30% o deixam de fazer simplesmente porque o médico não solicitou.
Quando se trata de conhecimento sobre os diferentes tipos
de tratamento, observa-se que apenas 38% das pessoas pertencentes à classe D/E
com ensino fundamental apresentam conhecimento, sendo que somente 25% estão
cientes da radioterapia e 44% estão desinformadas quanto a essa opção. No
contexto das mulheres de origem afrodescendente, constatou-se que 40% delas têm
conhecimento sobre a quimioterapia, enquanto apenas 29% estão informadas sobre
a radioterapia, e 39% ainda carecem de informações a esse respeito. Essas
notáveis disparidades sublinham a necessidade premente de promover a equidade
no acesso à saúde e à informação e a prevenção por meio de exames de rotina é
essencial para preservar a saúde e é crucial.
METODOLOGIA DA PESQUISA DATA FOLHA
A pesquisa foi realizada por um grupo de mulheres com
idades entre 25 e 65 anos, apresentando uma média de idade de 43 anos. O estudo
envolveu entrevistadas de diversas classes sociais, com uma representação de
48% na classe C, 36% nas classes D/E, 15% na classe B e 2% na classe A. Também
abrangeu pessoas do sexo feminino de diversas localidades, incluindo cidades
grandes e pequenas, capitais e regiões interiores, com uma distribuição
geográfica de 43% na região Sudeste, 26% no Nordeste, 16% na região
Norte/Centro-Oeste e 14% na região Sul.
No total, foram realizadas 1.007 entrevistas em um estudo
quantitativo conduzido entre 24 de novembro e 14 de dezembro de 2022. O
questionário teve uma duração média de 18 minutos e os resultados apresentaram
uma margem de erro de até 3%, com um nível de confiança de 95%.
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