Procedimentos
foram represados devido à pandemia; cirurgia é aliada no tratamento da
obesidadeDe janeiro a junho de 2023, foram realizadas 1.138 cirurgias bariátricas
Créditos: Envato
De janeiro a junho de 2023, o Paraná realizou 1.138
cirurgias bariátricas, de acordo com o Sistema de Informações Hospitalares
Descentralizado (SIHD), do Ministério da Saúde. Esse número representa quase o
dobro das cirurgias realizadas no mesmo período de 2022, quando foram 601
procedimentos.
O cenário é de recuperação, mas o caminho ainda é
desafiador para alcançar os números pré-pandemia. Em 2019, por exemplo, o
estado realizou 7.456 cirurgias bariátricas. No entanto, em 2020, os
procedimentos eletivos foram suspensos e apenas casos mais complexos puderam
ser atendidos. Em 2021, houve uma sutil retomada, com 494 cirurgias realizadas
em todo o estado. No ano passado, em 2022, foram 1.563 procedimentos.
“A cirurgia bariátrica é uma ferramenta eficaz no
combate à obesidade, pois ajuda a diminuir o número de pessoas obesas de várias
maneiras. O procedimento resulta em perda de peso significativa em um curto
período de tempo, o que, por sua vez, leva à melhora ou remissão de condições
como diabetes tipo 2 e hipertensão, entre outros benefícios para a saúde. Além
disso, a cirurgia bariátrica muitas vezes requer uma mudança
significativa nos hábitos alimentares e no estilo de vida, incentivando a
adoção de escolhas mais saudáveis”, conclui o cirurgião bariátrico do
Hospital São Marcelino Champagnat, Caetano Marchesini.
Cirurgia bariátrica como
tratamento
A cirurgia bariátrica é recomendada pelo Ministério
da Saúde para pessoas obesas com ou sem comorbidades, que não respondem a
tratamento conservador, que envolve dieta, psicoterapia e atividade
física, com acompanhamento profissional por um período de dois anos. Também há
recomendação para pacientes com IMC entre 35 e 39,9 kg/m² que têm doenças
desencadeadas ou agravadas pela obesidade, tais como hipertensão arterial de
difícil controle, diabetes, apneia do sono e doenças articulares degenerativas,
entre outras.
Uma pessoa que não passou pela cirurgia bariátrica
pode consumir de 1 litro a 1,5 litro de alimentos. No entanto, após a cirurgia,
o estômago tem uma capacidade muito reduzida, variando de 25 ml a 200 ml
aproximadamente. Além disso, a cirurgia também altera a produção do hormônio da
saciedade, o que resulta em uma diminuição significativa do apetite da pessoa.
“A prevenção da obesidade é fundamental, pois essa
condição está associada a várias doenças crônicas, como diabetes, doenças
cardíacas e certos tipos de câncer. A obesidade não afeta apenas a saúde
física, mas também a qualidade de vida de maneira geral. Além disso, essa
condição tem um impacto significativo nos sistemas de saúde”, analisa o médico.
Impacto econômico da obesidade
De acordo com dados da Federação Internacional da
Obesidade, estima-se que o Brasil deve sofrer um impacto econômico de mais de
US$ 75 milhões até o ano de 2035 devido à obesidade. Desse montante, US$ 19
milhões serão destinados exclusivamente à assistência em saúde na próxima
década, levando em conta também gastos com o tratamento de doenças relacionadas
à obesidade, como hipertensão, diabetes e outras comorbidades.
O Atlas Mundial da Obesidade 2023 projeta que mais
da metade da população mundial estará com sobrepeso ou obesidade até 2035. Esse
cenário pode resultar em um impacto econômico de US$ 4,32 trilhões por ano. No
contexto brasileiro, a projeção aponta que até 2035, 41% da população será
classificada como obesa.
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