Equilibrar
a rotina das crianças entre brincadeiras e tecnologia, além de estimular seu
uso consciente, é fundamental para o desenvolvimento
Entre as muitas preocupações que as famílias têm no desenvolvimento das crianças e adolescentes, está a apreensão sobre o tempo que elas passam em frente às telas e quais serão as consequências. Todo uso de computadores, celulares, tablets e videogames que seja feito em excesso pode afetar os pequenos, e é por isso que se torna tão importante os responsáveis encontrarem formas de frear um futuro vício e incentivar uma utilização consciente.
Estabelecer limites e criar uma rotina saudável para eles, de forma que exista um equilíbrio entre brincadeiras “no mundo real” e o uso de tecnologia, é o grande desafio da parentalidade neste início de século. No entanto, para Henrique Nóbrega, diretor fundador da Ctrl+Play, escola de programação e robótica para crianças e adolescentes, é uma evolução do cuidado.
“As preocupações
das famílias vão mudando com o tempo. Hoje, precisamos pensar nessa balança,
tão importante para que eles não fiquem alheios à tecnologia, que sem dúvidas
já faz parte de suas vidas, nem se excedam no uso. É mais do que possível
conciliar brincadeiras reais e o uso de eletrônicos na rotina dos pequenos.
Estabelecer horários fixos para cada atividade é o primeiro passo, pois ajuda
os pequenos a entenderem a importância dos limites”, explica.
De acordo com o
especialista, durante os dias letivos, os familiares podem, por exemplo,
estabelecer um horário para usar a internet e jogar videogame assim que os
filhos chegam da escola, pois dessa forma podem extravasar e se divertir após
um dia mais intenso de aprendizados.
Após um período
usando tecnologia, é a hora de se dedicar para estudar e finalizar as tarefas
escolares. Em seguida, o uso da tecnologia é restrito e podem ser incentivadas
brincadeiras em família, com amigos, brinquedos, jogos de tabuleiro e outros.
Um ponto importante é limitar o uso de internet ao período da tarde, reservando
a noite para desacelerar com brincadeiras mais leves, leituras e integração com
os familiares.
O mesmo serve para
quando a família estiver fora de casa e precisar encontrar meios de entreter as
crianças. O equilíbrio entre tecnologia e brincadeiras ainda é a peça-chave,
mas já existem brinquedos interativos que também estimulam a coordenação motora
e o raciocínio, como livros de colorir, livros de encaixe, lousas mágicas,
canetinhas laváveis, blocos magnético e outros.
“Uma opção também
é encontrar brincadeiras, tanto digitais quanto analógicas, que funcionam com
um objetivo, pois assim trazem a sensação de propósito e consciência sobre cada
ação. A ideia é incentivar as crianças a terem atitudes mais ativas e menos passivas”,
comenta Henrique.
Tecnologia
não é inimiga
Inclusive, é possível combinar ambas modalidades de forma educacional. A tecnologia não precisa ser tratada como uma vilã, e sim, ser utilizada como uma aliada, uma ponte para contribuir no desenvolvimento infantil. Uma das alternativas para chegar a esse cenário tem sido o aprendizado sobre programação e robótica. Com elas, as crianças conseguem desenvolver a criatividade, raciocínio lógico, a comunicação, autoconfiança, senso crítico sobre o uso consciente de tecnologia, além de poderem criar seus próprios games, aplicativos e robôs.
“O objetivo ao
ensinar programação e robótica é que os pequenos deixem de ser apenas
consumidores e se tornem criadores de tecnologia. Desse modo, elas podem
enxergar o potencial da tecnologia como algo benéfico e produtivo, assim como
as famílias, que vão encontrar meios de desenvolver suas crianças e equilibrar
o brinquedo e o teclado de uma só vez”, finaliza o diretor da Ctrl+Play.
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