Nosso coração está pedindo socorro! Segundo o Cardiômetro, indicador criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, o cenário é preocupante, pois só no Brasil são 1.100 mortes por dia, uma média de 46 por hora e 1 a cada 90 segundos.
Sou médico assistente do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo, desde 1977, e atuo na Unidade de Cardiogeriatria. Com essa experiência, de quem, há quase 50 anos, tem a missão de cuidar da saúde cardíaca de homens, mulheres e suas famílias, atesto que: está em nossas mãos a grande chance de combater as doenças cardiovasculares.
Na minha prática clínica, tenho verificado os fatores responsáveis pela ocorrência das doenças cardíacas nos meus pacientes. Todo mundo quando fala de infarto pensa que ele ocorre somente de maneira fulminante, do dia para noite. Só que não é assim! Não se trata de estar andando e, do nada, um infarto “cai na sua cabeça”. O infarto de amanhã foi construído por todas as escolhas erradas que você fez hoje.
As principais doenças da atualidade estão relacionadas ao infarto:
obesidade, diabetes tipo 2, depressão e insônia. Não faltam estudos científicos
publicados por instituições renomadas que apontem: o estilo de vida atual é
muito mais determinante para um infarto do que a genética.
Nós vivemos hoje um estilo de vida altamente inflamatório, cercados de químicos tóxicos da poluição, dos agrotóxicos, dos cosméticos.
O corpo fica tão sobrecarregado que torna-se ainda mais fundamental seguir os passos essenciais para sair da rota do infarto. Por isso, cinco recomendações são essenciais para proteger o coração: alimentação do estilo mediterrâneo, com mais frutas, legumes, vegetais, azeite de oliva, oleaginosas, mais peixes do que carnes vermelhas e sem industrializados e ultraprocessados; movimentar-se (caminhar, passar menos tempo sentado), afinal o sedentarismo hoje é o “novo cigarro” e usar o corpo é a forma mais eficiente que existe de proteger o coração; aprender a respirar de forma consciente e a gerenciar as emoções, pois o estresse adoece o coração da mesma forma que o tabagismo e alcoolismo: pavio curto é igual a vida curta; viva em comunidade, isto é, faça conexões profundas - elas já foram mapeadas como o fator mais decisivo para a longevidade ativa e saudável -, trabalho voluntário, estabeleça uma rede de apoio e boas relações familiares, pois trazem sentido para a existência; pratique a espiritualidade: o exercício da fé e a espiritualidade, além de preencherem o vazio interno que é gatilho de doenças, também acionam mecanismos anti-inflamatórios no organismo que são protetores do coração e do cérebro, influenciando até na redução da mortalidade.
Melhore seus hábitos e tenha um coração saudável e uma vida longa!
Dr. Roque Savioli - cardiologista, médico assistente do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo, desde 1977, e integra o corpo clínico do Hospital Sírio Libanês e do Hospital Israelita Albert Einstein. Já escreveu 15 livros, sendo um deles “Um Coração de Mulher”, um dos títulos publicados pela editora Canção Nova.
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