Se você deseja
montar uma adega em casa, é muito importante entender sobre qual o local mais
adequado, os rótulos interessantes e como apreciar a experiência
Sonho
de muitas pessoas, ter uma adega de vinhos em casa pode parecer algo muito
chique e requintado, porém é preciso cuidado na hora de começar a comprar
rótulos e fugir de alguns modismos que efetivamente não têm nada a ver com o
mundo dos vinhos.
Por
isso, é preciso estar atento a alguns pontos muito importantes na hora de
começar a montar a sua adega em casa, e caso você seja um iniciante no mundo
dos vinhos, contar sempre com pesquisa e ajuda de profissionais para não gastar
um dinheirão em rótulos que demandam mais conhecimento e jornada nesse caminho.
“O
primeiro ponto é escolher bem o local onde os vinhos serão armazenados, pois
essa bebida é muito suscetível ao ambiente externo”, explica Jonas Martins,
professor de enologia e gerente da MMV Importadora de Vinhos.
Escolha
um local adequado
Jonas
até brinca dizendo que, na sua casa, os vinhos ficam guardados no guarda-roupa,
pois, segundo ele, esse é um ambiente muito favorável. Isso porque existem três
fatores que afetam diretamente o vinho: temperatura, luz e vibração.
Por
isso, colocar a sua adega na cozinha é um problema, por conta de ser um local
onde existe grande variação de temperatura, ou mesmo por juntar gordura na
garrafa, prejudicando a saúde do vinho. Por isso é melhor sempre manter uma
temperatura constante e fresca.
Outro
local inadequado e que é a escolha de muitas pessoas, é colocar os vinhos
embaixo da escada. Por ser um local de movimentação, o vinho acaba vibrando e
tem as suas características alteradas, mesmo sendo um local fresco. Evite
deixar as garrafas em contato com a luz. Se for usar algum tipo de iluminação
na adega, use luzes frias, como LED, para evitar também a amplitude térmica.
Quais
vinhos comprar no começo?
Vinho
e identidade nacional sempre fazem um par indissolúvel. Para começo de
conversa, é legal ter os clássicos de cada país, até mesmo para o consumidor
entender quais são as suas preferências.
“É
legal ter alguns vinhos ícones, referências dos países”, diz Martins. O Chile,
por exemplo, tem na Cabernet Sauvignon a uva mais plantada, mas a uva ícone é a
Carménère. Para vinhos brancos da Argentina, por exemplo, são os Torrontés, do
Norte; e claro, não pode faltar um Malbec do país “hermano” também. Ainda:
Tannat do Uruguai e Tinto do Alentejo de Portugal. Todos vinhos de fácil
acesso.
Como
exemplo de vinhos que são encontrados na MMV e estão nessas categorias: o
Varela Zarranz Roble Tannat, do Uruguai; o Fortunatus Carménère, chileno; o
Cinco Sentidos Torrontés, branco argentino; o Cinco Sentidos Malbec. Para quem quer
investir um pouco mais, Pinotage da África do Sul, um Riesling da Alemanha ou
um Pinot Noir da Borgonha também agregam nacionalidade e variedade à sua adega.
Conte
com a ajuda profissional
Vá
em lojas, mercados ou distribuidoras que tenham um sommelier. Depois de decidir
qual tipo de vinho você quer, é importantíssimo contar com a ajuda do
profissional para entender o que você está levando para casa.
“Se
você quer comprar um Pinotage da África do Sul, vá numa loja que tem uma
variedade bacana, fala que você deseja comprar um Pinotage e prove. O sommelier
vai ajudar você a entender o que lhe agradou e o que não gostou, e assim levar
a garrafa certa para casa”.
Cuidado
com a internet, que pode trazer propagandas enganosas. Se existe um rótulo em
promoção, de 100 reais por 30, acredite, esse rótulo nunca custou mais do que
25 reais. Por isso o profissional vai te ajudar a esclarecer dúvidas e não
trocar gato por lebre.
Dica
de ouro
Uma
dica especial de Jonas Martins é não ter várias garrafas de um mesmo rótulo.
Variabilidade é um dos segredos para uma boa adega. Mesmo que você adore muito
um vinho, compre uma garrafa dele e as outras cinco garrafas diferentes.
Por
exemplo, se você gostou do Felitche Pinot Noir, prove outros Pinot Noir e
outras uvas também. Só o Felitche tem nove uvas diferentes, e cada rótulo pode
trazer uma nova experiência. Esteja sempre variando, comprando uvas diferentes,
de várias vinícolas, de países diversos.
“Imagine
que legal a oportunidade de receber alguém em casa e tomar três garrafas de
vinho diferentes, para ir dividindo a experiência com as pessoas, colhendo
opiniões. Não dá para perder tempo repetindo sempre as mesmas marcas e as
mesmas uvas”, ressalta Martins.
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