Para os alérgicos,
vacina é uma das opções de tratamento
Obstrução nasal, coriza, espirros seguidos,
dificuldade em sentir cheiros e coceira no nariz, garganta, olhos e céu da boca.
Assim que o outono chega e as temperaturas caem, é “batata”: a rinite, doença
caracterizada pela inflamação das mucosas nasais, dá as caras. Ainda que
o tipo alérgico, que acomete de 30% a 40% da população mundial, segundo
estimativas da Organização Mundial da Alergia (WAO, na sigla em inglês), seja o
mais conhecido, a enfermidade também pode ser infecciosa, causada por vírus e
bactérias.
Os gatilhos mais conhecidos da rinite são pelos de
animais, perfumes, ácaros presentes na poeira doméstica, fungos, determinados
alimentos e mudanças bruscas de temperatura – talvez a causa mais conhecida.
“O clima mais frio exige que o corpo se aqueça e,
muitas vezes, as pessoas não se agasalham corretamente, fazendo com que o corpo
resfrie e as defesas diminuam. Há, também, a questão da aglomeração, de
ficarmos em ambientes fechados com pouca circulação de ar, como ônibus e salas
de aula. Esse é um foco de transmissão de vírus e bactérias”, pontua o
otorrinolaringologista Sergio Maniglia, que atua no Hospital IPO, referência em
ouvido, nariz e garganta.
O médico explica que todos são suscetíveis a
contrair doenças características de outono-inverno, mas pessoas com
enfermidades prévias do trato respiratório, como asma e bronquite, precisam
tomar um cuidado maior. No caso de quem tem rinite alérgica, é necessário
estar, na medida do possível, com a doença sempre controlada, para que o nariz
fique menos sensível, evitando que o quadro se agrave nos períodos mais frios.
Hábitos como manter a casa bem ventilada,
ensolarada e limpa, com trocas frequentes de roupas de cama, além de evitar
perfumes e produtos de limpeza com cheiros fortes, não fumar, lavar o nariz com
soro fisiológico e praticar atividades físicas, ajudam a evitar crises de
rinite alérgica. Já para não contrair doenças infecciosas, deve-se evitar
lugares fechados com aglomeração e controlar doenças prévias, como a própria
rinite alérgica.
“Aqueles cuidados básicos, clássicos dos ‘conselhos
de avó’, também auxiliam, como não dormir de cabelo molhado e se agasalhar. Se
você já estiver doente e precisar sair de casa, use máscara para não transmitir
para outras pessoas”, acrescenta o especialista do Hospital IPO.
Tratamentos incluem repouso, remédios para aliviar
sintomas como dor e febre e reduzir a inflamação nasal e muita hidratação, que
contribui para a recuperação do corpo. Reforçando, é claro, que se consultar
com um médico para uma avaliação mais detalhada é fundamental.
Vacina para rinite – Para os pacientes que têm rinite alérgica, outra opção de tratamento
é a vacina. Trata-se, porém, de uma ferramenta terapêutica, ou seja, ela não
cura a doença. A vacina é sublingual, indicada para ser aplicada três vezes por
semana, dependendo do paciente. É um tratamento de três anos. Após o seu fim, é
possível ter resposta positiva por até sete anos.
A vacina pode ser administrada em casa, pelo
próprio paciente, e é indicada para todos aqueles que possuem uma alergia
documentada por teste alérgico, não têm doenças imunológicas descompensadas,
não estão gestantes e não possuem alergia aos componentes da fórmula. Se a
paciente que já está no processo do uso das vacinas engravidar, o tratamento
não precisa ser interrompido e o feto pode desenvolver imunidade à alergia
também. Um médico, contudo, sempre deverá ser consultado.
Os pacientes que têm interesse no tratamento
precisam procurar um otorrinolaringologista para ter o diagnóstico correto. Em
seguida, o pedido de elaboração das vacinas será encaminhado a laboratório
confiável – isso porque a vacina de rinite é personalizada, produzida de acordo
com os fatores alergênicos e intensidade da doença no paciente.
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