A distinção entre
vida pessoal e vida profissional pode se tornar um obstáculo, mas é fundamental
entender que não deve existir essa separação
No posicionamento e construção de uma marca
pessoal, é bem comum surgirem dúvidas sobre como separar a vida profissional e
a vida pessoal, e até que ponto faz sentido compartilhar vulnerabilidades e
intimidades.
Parte dessas dúvidas nascem porque é comum uma
transferência da abordagem clássica de construção de marca de empresas para
pessoas. Apesar de algumas etapas fazerem sentido para os dois cenários, existe
uma diferença muito grande também.
No caso de uma empresa, existem alguns atributos
que precisam ser construídos de acordo com o que a marca deseja transmitir,
como o tom de voz. No caso da marca pessoal, a maior parte dos atributos já
existem e é uma questão de escavá-los e entender a melhor maneira para
trazê-los à tona, porque será a partir desses atributos que a marca da pessoa
se forma numa estratégia de posicionamento.
Nisso, a distinção entre vida pessoal e vida
profissional pode se tornar um obstáculo. Claro que ninguém deveria se obrigar
a compartilhar tudo o que vive nas redes sociais, mas, quando existem muitas
restrições para separar a vida pessoal da profissional, a construção da marca
costuma ser bem mais difícil.
Então, um bom ponto de partida é entender que você
pode, sim, colocar limites no que deseja ou não compartilhar. Mas também é
fundamental entender que não deve existir essa separação entre profissional e
pessoal.
Um exemplo que gosto para facilitar o entendimento
disso é pensar que você acabou de dar uma palestra e quer comemorar esse
momento. Essa comemoração seria profissional ou pessoal? Difícil bater o martelo,
não é?
Deixando essa separação de lado, vale reforçar que,
em qualquer estratégia de construção de marca, uma das ferramentas mais
importantes são as histórias.
Pode analisar: se uma empresa tem uma cultura forte
e bem consolidada, pode ter certeza que seus colaboradores conhecem alguma, ou
algumas, das principais histórias — seja da sua origem, dos fundadores, ou de
alguns clientes e cases de sucesso famosos.
Agora, costuma ser bem mais difícil pensar e
catalogar as principais narrativas de uma empresa do que as de uma pessoa. Se
você fizer um exercício de pensar nas histórias e momentos mais importantes da
sua vida, que você costuma contar com maior frequência e nos mais variados
ambientes, tenho certeza que consegue listar várias em alguns minutos.
Se a cultura de uma empresa se fortalece dessa
forma, o mesmo pode acontecer com sua marca. Quando as pessoas passam a
conhecer e se lembrar de histórias específicas que você viveu, pode ter certeza
que seu impacto e alcance foram bem longe.
Algumas narrativas que você pode explorar nessa estratégia são:
Viradas de chave
Esse é o exemplo mais clássico e que costuma aparecer com alguns nomes variados (ponto de virada, incidente incitante), e a ideia é captar momentos específicos que marcaram sua vida de uma forma que, depois deles, sua percepção sobre algo mudou drasticamente. Esse tipo de história costuma chamar a atenção de várias pessoas que se identificam e também de pessoas que podem se atentar a essa percepção graças ao seu relato.
Demonstrações de suas Crenças e Valores
Crenças e Valores são alguns dos atributos mais importantes de uma marca,
pessoal ou empresarial, e um detalhe importante é que, por mais que você
anuncie e grite para o mundo que você acredita em algo específico, nada será
mais convincente e marcante que mostrar aquilo na prática a partir de
experiências que você viveu, ou está vivendo.
Histórias importantes na sua vida (não apenas profissional)
No fundo, você não precisa se preocupar tanto com o efeito que contar uma
história vai proporcionar na sua audiência. Porque, se algo foi importante para
você a ponto de você se orgulhar de contar, tem uma chance gigantesca disso
fazer sentido para outras pessoas e acabar marcando-as de alguma maneira. Uma
das maiores belezas do storytelling é que nem tudo precisa ser tão racional
assim.
Além de narrativas pessoais, você pode até mesmo
trabalhar com histórias relacionadas às suas principais referências e símbolos
para associá-las à sua marca.
Por exemplo, se você se inspira muito em algum
autor específico, ou autora específica, faz total sentido citar essa referência
e de tempos em tempos. Aos poucos, o próprio nome dessa pessoa acaba se
tornando algo que ajuda sua audiência a se lembrar de você.
Todas essas histórias, inclusive, podem ser
revisitadas e recontadas de tempos em tempos.
No longo prazo, elas ajudam a fortalecer a imagem
que as pessoas formam de você e, com o tempo, essa imagem se torna sua marca
pessoal.
Dimitri
Vieira - Profissional Top Voice no LinkedIn, especialista em
construção de imagem pessoal na plataforma e um dos fundadores da Gombo,
agência pioneira em influência, engajamento e projetos especiais para a rede
social corporativa.
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