Com intencionalidade pedagógica, atividades esportivas, como o futebol, potencializam habilidades cognitivas, emocionais e sociais
Além da disputa nas quatro linhas, o futebol, assim como qualquer outro esporte, é capaz de viabilizar momentos de descontração, convívio e de lazer entre amigos e familiares, não só no período de Copa do Mundo, mas como uma prática recorrente. Enquanto experiência pedagógica, vai além, na medida em que consegue proporcionar ainda mais benefícios, capazes de contribuir para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.
Essa relação entre a prática esportiva e a ampliação das habilidades cognitivas e emocionais foi explorada na pesquisa: Artes e Esportes: Relação com desenvolvimento humano integral, realizada pelo Itaú Social em parceria com pesquisadores da Universidade de Cambridge (Inglaterra), divulgada em 2020. O levantamento considerou artigos de referência, com relevância global, publicados em periódicos especializados em educação.
As práticas esportivas, conforme apontado pelo estudo, estimulam nas crianças e jovens o prazer de estar na escola. “A atividade esportiva contribui de diferentes maneiras para o desenvolvimento pleno e é um direito que precisa ser garantido para cada criança e jovem do país. A escola é um espaço privilegiado para o aprendizado de esportes, proporcionando momentos de sociabilização, cooperação e inclusão”, explica a gerente de Fomento do Itaú Social, Camila Feldberg.
A importância do esporte vai além dos
seus valores instrumentais, assegurando também protagonismo, movimento,
transversalidade curricular e potência pedagógica, segundo achados do estudo.
Confira alguns benefícios que a atividade esportiva pode proporcionar à criança:
· Função motora: trata-se do benefício mais nítido da prática física, potencializado quando as crianças ainda são pequenas, especialmente na primeira infância (período de zero a seis anos).
· Cognição: o estudo mostra benefícios na concentração, memória, processamento cognitivo e comportamento quando a prática é realizada de forma orientada, seja pelo docente ou outro adulto responsável.
· Execução: as funções executivas são responsáveis pelo modo como as crianças e jovens gerenciam seu comportamento, assim como seus recursos cognitivos, emocionais e de atenção. Ou seja, são capacidades que auxiliam os indivíduos a pensar antes de agir, sendo ainda essenciais para o monitoramento de erros, tomada de decisões e controle de impulsos, por exemplo.
· Resolução de conflitos: a introdução dos jogos cooperativos pode fornecer outra estrutura de interação - que não seja pautada na individualidade e autossuficiência - com potencial de estimular o entendimento e o sentido de pertencimento comum entre as crianças.
·
Melhora a saúde: o levantamento
mostra que a prática de esporte pode ajudar a suprimir sentimentos como raiva e
agressividade. A longo prazo, a atividade física diminui o risco de doenças
crônicas, como hipertensão, obesidade, diabetes, câncer e doenças cardíacas,
bem como ansiedade e depressão.
Potencial
do esporte
Outro resultado
apresentado pela pesquisa do Itaú Social sinalizou que, em geral, as crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade que realizam atividades físicas nas
escolas são as mais beneficiadas. De acordo com os autores do estudo, a falta
de oportunidades para atividades físicas em outros locais tornam o colégio a
referência para esses estudantes.
Esse aspecto da desigualdade é reforçado pelo estudo Cada Hora Importa, também desenvolvido pelo Itaú Social e divulgado em setembro de 2021. Segundo o levantamento, enquanto as famílias mais ricas têm uma carga média de horas em práticas esportivas de 524 horas ao longo de 11 anos, as de menor renda têm apenas 20 horas.
Nesse sentido, as
práticas esportivas na escola são consideradas como o foco de intervenção,
sobretudo por conta da natureza dos resultados pretendidos e pela perspectiva
de que as crianças e jovens estabeleçam hábitos esportivos que os acompanharão
ao longo de toda a vida.
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