Cefaleia é o termo médico utilizado para se referir a popular dor de cabeça, sendo uma condição frequente de saúde que acomete grande parte da população, independentemente da idade, podendo estar relacionada com algum tipo de distúrbio psicológico, físico ou emocional.
Existem diversos tipos de dores de cabeça, as mais frequentes são as cefaleias tensionais, em salvas ou a enxaqueca. A cefaleia tensional costuma ser a mais prevalente, apresentando-se de forma aguda ou crônica, como resultado de uma tensão prolongada da musculatura cervical ou da musculatura ao redor do crânio, tem intensidade leve ou moderada e é caracterizada pela dor na forma de aperto ou peso bilateral que se manifesta na testa, na parte de cima da cabeça ou na nuca.
A cefaleia em salvas se manifesta em crises diárias, que ocorrem em grande parte no período da noite, podendo se repetir por dias ou meses e apresentar remissão espontânea (desaparecer de repente), a dor é unilateral, forte e pulsante na região têmporo-frontal, na face, na órbita ou no fundo do olho. Outros sintomas podem se manifestar com esse tipo de dor de cabeça, como obstrução nasal, coriza e congestão ocular.
A enxaqueca é a cefaleia mais incapacitante, sendo considerada a terceira doença mais prevalente no mundo, atingindo cerca de 30 milhões de pessoas no Brasil e 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A enxaqueca é considerada um distúrbio neurovascular crônico, multifatorial e incapacitante, caracterizada pela dor de cabeça unilateral e latejante de intensidade média ou forte, podendo ser precedida por uma aura (embaçamento de visão, manchas, linhas em zigue-zague ou pontos luminosos). Outros sintomas também podem se apresentar em conjunto com a enxaqueca, como, por exemplo, sensibilidade à luz ou ao som, náuseas ou vômitos.
Diversos tratamentos podem ser recomendados para os diferentes tipos de cefaleias, entre eles, as práticas integrativas e complementares (PICs), sendo uma terapia alternativa baseada na prevenção de doenças e recuperação da saúde. A aromaterapia e as plantas medicinais são algumas das PICs utilizadas para o tratamento de cefaleias, oferecidas de forma gratuita pelo SUS. A meditação e a yoga também são excelentes práticas para a prevenção e redução dos sintomas de dor de cabeça, uma vez que conseguem reduzir o estresse e melhorar a qualidade do sono, fatores diretamente associados a cefaleia tensional.
Disponível em mais de 3 mil municípios brasileiros, as PICs não substituem os tratamentos convencionais, porém são excelentes aliadas para manter a qualidade de vida e buscar a prevenção de quadros clínicos, especialmente os leves e moderados. Dessa forma é possível destacar algumas das alternativas capazes de contribuir com os tratamentos para dor de cabeça:
- Acupuntura: utilizada para modular os nervos periféricos do crânio por meio da inserção de pequenas agulhas para estimular os pontos espalhados por todo corpo.
- Aromaterapia: alguns óleos essenciais estão relacionados ao alívio dos sintomas de dor de cabeça, sendo utilizados para buscar o equilíbrio do organismo.
- Fitoterápicos: os medicamentos fitoterápicos são aqueles produzidos a base de plantas medicinais, alguns destes medicamentos conseguem reduzir a tensão nervosa e melhorar o sono, podendo ser utilizados para o tratamento de cefaleia.
- Ioga e meditação: ambas são práticas capazes de relaxar os músculos, reduzir a ansiedade, reduzir o estresse e ativar a circulação, diminuindo as crises.
- Musicoterapia: essa terapia ajuda o
cérebro a liberar endorfina e relaxar o corpo, sendo considerada uma aliada
para o alívio de dores de cabeça. Atualmente aplicativos de música como Spotify
possuem diversas playlists relacionadas ao tratamento de cefaleias.
- Terapia de florais: o uso de florais consegue modificar padrões de consciência e assim auxiliar no equilíbrio do organismo, devendo ser escolhidos conforme as necessidades de cada pessoa.
Vale lembrar que embora o tratamento com práticas
integrativas e complementares possa trazer diversos benefícios à saúde, este
deve ser realizado sempre com o acompanhamento e supervisão de um profissional
de saúde habilitado, pois, assim como os tratamentos alopáticos, esses também
podem ser prejudiciais à saúde quando utilizados de maneira inadequada.
Patrícia
Rondon Gallina - farmacêutica, mestranda em Ciências Farmacêuticas e
coordenadora do curso de Práticas Integrativas e Complementares do Centro
Universitário Internacional Uninter.
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