Menos de um mês depois da conferência do clima, no
Egito, entusiastas e ativistas do mundo todo voltam a se reunir, desta vez no
Canadá, para discutir a preservação da biodiversidade. Os dois temas têm
relação muito próxima, e o documento final da COP27 mencionou pela primeira vez
o termo “soluções baseadas na natureza”, que nos remete a reintegração da
natureza à paisagem urbana de forma sistêmica.
Cerca de metade do PIB global, ou US$ 31 trilhões,
depende da natureza e da biodiversidade em alguma medida, segundo uma
estimativa do Fórum Econômico Mundial. Isso significa que destruir o meio
ambiente tem efeitos diretos na economia e é necessário mediar e reduzir os
impactos negativos das empresas sobre o ecossistema.
Para atingir um papel relevante nessa tendência de
preservação global, empresas de todos os setores buscam adaptar-se à realidade
preservacionista e tentam incluir a sustentabilidade em seus ambientes e
processos por diversos meios. Bastante difundida no meio empresarial, a sigla
ESG diz respeito à governança ambiental, social e corporativa, e a
implementação desta agenda implica que empresas trabalhem em prol de alcançar
objetivos sociais e ambientais relevantes para o bom funcionamento da economia
global.
Em Londres, os laboratórios de Kew estão se
concentrando em estudar os impactos ambientais adversos da atividade humana no
mundo vegetal. Eles estão analisando como a variedade de espécies sustenta uma
biodiversidade mais ampla e, principalmente, o papel das florestas no
armazenamento de carbono e na regulação do clima e como elas podem ser mantidas
para combater o aquecimento global.
O American Hardwood Export Council (AHEC) também
desenvolveu uma ferramenta de análise do ciclo de vida da madeira, que
especificadores e compradores podem usar para calcular o carbono e outros
impactos ambientais do transporte de madeiras americanas de alta densidade para
qualquer destino no mundo. É um golpe significativo contra a extração ilegal de
madeira e para a manutenção do recurso florestal e da biodiversidade global.
A madeira é um material orgânico vegetal que está
no planeta desde o período carbonífero, em constante formação e renovação,
dependendo de condições naturais propícias para isso. Ela é formada por
compostos químicos orgânicos baseados em 50% de carbono e 43% de oxigênio. É o
único material renovável, cuja produção é não poluente e tem baixo consumo
energético.
O material cresce nas árvores, ou melhor, é o
produto do crescimento dessa árvore ao longo de muitos anos, antes de ser
serrado e convertido em uma madeira adequada para ser consumida em estruturas,
paredes, vigas, móveis e decoração.
Existem pelo menos 60 mil espécies diferentes de
madeira no mundo que foram descobertas até agora e cada uma tem
diferentes características e propriedades que podem ser adequadas para
diferentes usos finais. Apenas uma pequena proporção dessas espécies é
comercializada em todo o mundo, mas o fato importante a entender é que elas são
escolhidas com um propósito ou uso específico em mente. Você pode precisar de
uma madeira durável que não apodreça ou seja atacada por insetos, assim como a
aparência pode ser um fator na escolha de uma madeira para fazer móveis, ou até
mesmo uma madeira de baixo custo pode ser a melhor opção para aplicações
estruturais simples.
Quando arquitetos pensam na decoração de um
ambiente corporativo como sendo o cartão de visitas do negócio, se tem em mente
que a primeira coisa na qual o cliente desta empresa irá reparar são os móveis,
as cores, os objetos e a harmonia entre isso tudo.
Por outro lado, é imprescindível escolher peças
pelo critério de resistência e durabilidade, já que é um ambiente onde circulam
funcionários, clientes, fornecedores etc., sendo indicado apostar em móveis
reforçados, com alto nível de resistência mecânica, de modo a evitar avarias e
substituições frequentes.
A versatilidade da madeira permite que ela sirva
como elemento de inúmeras composições, seja nas paredes, no mobiliário, no piso
ou como parte da decoração, sempre causando uma boa impressão e ajudando a
criar espaços aconchegantes e convidativos. É um material nobre, com o qual o
homem constrói até moradias desde os tempos mais remotos.
As peças em madeira têm uma durabilidade muito
acima da média, podendo durar por décadas nos ambientes, com resistência a
altas temperaturas e a variações bruscas de calor. O fato de se escolher móveis
que irão durar muito mais já é, por si só, uma opção de consumo consciente. Mas
isso não é tudo. Móveis e estruturas de madeira podem ser considerados produtos
sustentáveis, com uma pegada ecológica, desde que venham de florestas
certificadas.
Luís Zertuche - Diretor
Regional do American Hardwood Export Council (AHEC) para a América Latina
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