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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Candidíase: a doença do verão

 Muito comum nessa época do ano, a candidíase atinge cerca de 75% das mulheres.

 

O verão é uma estação sempre muito esperada, mas é verdade que o excesso de piscina e praia traz algumas complicações - a mais comum delas é a candidíase.  

A candidíase vulvovaginal é uma patologia muito frequente, causada pelos fungos do gênero Cândida, e que atinge 75% das mulheres em alguma fase da vida. Cerca de 5% delas terão candidíase vulvovaginal recorrente, o que significa que vão experienciar quatro ou mais episódios a cada 12 meses.  

"Na prática, a infecção vaginal por Cândida albicans é associada a situações de debilidade do organismo, alto teor de glicogênio (derivado dos açúcares) e acidez vaginal", explica a Dra. Brianna Nicoletti, alergista e imunologista pela USP.  

Por isso, doenças imunossupressoras, diabetes e o uso crônico de corticóides são fatores de risco para a candidíase. O mesmo vale para o uso de alguns antibióticos, que, segundo estudos, costumam suprimir a flora vaginal, favorecendo a colonização e infecção pelos fungos.  

Quando o assunto são os hormônios, a possibilidade de desenvolvimento da doença também aumenta. Segundo a médica, o excesso de progesterona no organismo aumenta a disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal, e serve como uma excelente fonte de alimento para o crescimento e germinação das leveduras.  

Já o excesso de estrogênio - muito comum em quem toma pílula anticoncepcional combinada, faz terapia de reposição hormonal ou durante a gravidez - também pode aumentar as chances de infecção.  

"Pequenos traumas como o ato sexual, o hábito de usar roupas muito justas ou de fibras sintéticas, ou ainda de permanecer muito tempo com roupas de banho molhadas ou úmidas podem favorecer o ambiente para proliferação do fungo", continua a profissional. "Além disso, sabemos que podem estar relacionadas a dieta alimentar rica em açúcares e carboidratos e também a vivências de situações de estresse, que aumentam o nível sérico de cortisol." 

Por ser uma condição tão comum, as mulheres ficam facilmente preocupadas e com medo da doença, mas, calma, a simples presença do fungo não representa nenhum risco e não requer nenhum tratamento quando a mulher não tem sintomas. Anote aí, os mais comuns são:  

  • Irritação
  • Coceira
  • Corrimento branco-amarelado 

"A candidíase acontece quando a população de fungos aumenta excessivamente e entra em desequilíbrio com o restante da flora vaginal. Isso pode ocorrer em situações que levem à diminuição da imunidade, uso de antibióticos, diabetes, entre outras", explica o Dr. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra pela USP e médico do Hospital Albert Einstein. 

Mesmo que a doença se desenvolva, não é preciso pânico: afinal, hoje em dia existem muitas opções de tratamento - de comprimidos a cremes de uso tópico. Nos casos de candidíase recorrente, a conduta é um pouco diferente: esses quadros precisam de acompanhamento médico especializado.  

Para esses quadros, a conduta pode ser combinada, com uso de medicamentos mais ajustes no estilo de vida, para controlar a condição e melhorar os sintomas. Na dúvida, consulte um ginecologista!

 

Dra Brianna Nicoletti - alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP)


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