Apesar de a comercialização dos cigarros eletrônicos ter sido proibida no Brasil, seu uso torna-se cada vez mais frequente entre os jovens.
Pouco se sabe que a composição do vapor do cigarro
eletrônico contém substâncias derivadas de metais pesados, tais como Ferro,
Alumínio e Níquel, que podem levar não só o câncer de pulmão, mas também o
câncer dos seios da face, ao enfisema pulmonar e também à Fibrose Pulmonar.
Os adolescentes que usam os cigarros eletrônicos são mais
propensos do que os não usuários a fumar cigarros convencionais de acordo com
estudos científicos. Entre 2011 e 2012, nos EUA, os dados da National Youth
Tobacco Survey mostraram que o consumo duplicou nesse período de tempo entre
cerca de 40.000 alunos do ensino fundamental. Entre os alunos fumantes
convencionais, o uso do cigarro eletrônico foi associado com o tabagismo mais
pesado. Os pesquisadores concluíram que o uso do cigarro eletrônico agrava, em
vez de amenizar, o uso de cigarros convencionais nos EUA.
Também conhecido como vape, smok, jull, ou simplesmente
“caneta” por conta do seu formato, trata-se de um dispositivo de bateria no
qual é colocado um líquido concentrado de nicotina, que é aquecido e inalado
pelo usuário. O líquido, além da nicotina, possui ainda produtos solventes como
água, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes para dar sabor, muitos dos
quais são doces. Quando os aerossóis são vaporizados, eles alteram o microbioma
oral, tornando-o mais hospitaleiro para bactérias causadoras de cáries.
Com diferentes essências e com uma ideia de ser mais
inofensivos que o tabaco tradicional, os cigarros eletrônicos se popularizaram
principalmente entre os jovens. O consumo excessivo pode provocar consequências
tão graves quanto as do cigarro comum, porém muitos ainda desconhecem tais
malefícios. “O uso dos cigarros eletrônicos, pode aumentar drasticamente os
riscos do desenvolvimento de cáries nos dentes, pois seu uso pode cobrir os
dentes com uma película açucarada que promove o crescimento de bactérias.”
alerta a cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal Dra. bruna Conde.
“Além de cáries, os vapes podem causar diversos outros problemas para a boca, a
nicotina contida no cigarro eletrônico reduz o fluxo sanguíneo prejudicando a
gengiva e aumentando o risco da alteração do hálito.” destaca a dentista Bruna
Conde.
O estudo de que o uso do cigarro eletrônico está associado a um risco maior de cáries foi publicado no The Journal of the American Dental Association. Segundo os pesquisadores, cerca de 79% dos pacientes que usavam os vapes tinham um alto risco de cárie, em comparação com 60% do grupo controle -- composto por aqueles que não costumam usar cigarros em geral.
Uma das razões apontadas pelo estudo para a maior
suscetibilidade é o teor açucarado e a consistência viscosa do vapor produzido
pelos e-cigarettes, que, quando inalado pela boca, tem alguns de seus
componentes aderidos aos dentes. Os cientistas observaram que o aerossol
produzido pelo dispositivo não apenas aumenta a proliferação microbiana da
cavidade bucal, como também facilita a adesão da Streptococcus mutans,
principal bactéria responsável pela cárie.
Também foi observado que o vaporizador parece estimular a
cárie em áreas onde geralmente não ocorre - como as bordas inferiores dos
dentes da frente.
As consequências da falta de tratamento para cáries e
doenças periodontais pode levar à perda de dentes e mais complicações. “Por
isso, é importante se atentar e evitar que a situação chegue a esse ponto. É
evidente a importância de visitas regulares a um dentista especializado que
entenda do assunto. Não descuide da sua saúde bucal, ela diz muito sobre você”.
finaliza a Dra. Bruna Conde.
Dra. Bruna Conde -
Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038
Nenhum comentário:
Postar um comentário