O estímulo à
atividade física, à educação e ao lazer ativo são pressupostos para uma vida
com mais saúde e qualidade, defende Educadora Física do CEUB
No mundo, 1 bilhão de adultos e crianças possuem
algum tipo de deficiência – aponta relatório da Organização das Nações Unidas
(ONU), que institui dezembro como o Mês Internacional das Pessoas com
Deficiência. Como mecanismo de inclusão e acessibilidade, a especialista em
Pedagogia da Educação Física para Pessoas com Deficiência do Centro
Universitário de Brasília (CEUB) Hetty Lobo destaca a importância da prática de
atividade física no desenvolvimento humano e social dessas pessoas. Ela defende
uma ampliação consistente de políticas públicas e do acesso a iniciativas que
estimulem a prática de atividade física desse grupo da população.
Hetty afirma que as necessidades, aspirações
sociais e pessoais desse grupo são as mesmas das demais pessoas, acrescidas de
peculiaridades próprias de cada tipo de deficiência. Para além de aumentar o
condicionamento físico, o aprendizado, aprimoramento das habilidades, auxílio
na formação da personalidade e a convivência, a professora afirma que a
atividade física com acessibilidade pode transformar a vida do praticante, pois
o processo inclusivo predispõe considerar e respeitar as diferenças
individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre os
outros em uma situação de diversidade de ideias, sentimentos e ações.
“A atividade física com acessibilidade desenvolve e
reconhece as diferenças entre as crianças, adolescentes ou adultos, considera
os valores e as experiência de cada um, o respeito mútuo, pelo afeto e pela
confiança, além de promover autonomia, espírito crítico, criatividade,
responsabilidade de cooperação. Desta forma, o processo de inclusão se estabelece
de forma natural”, considera Hetty Lobo.
Sobre os esportes mais praticados e com modalidades
paralímpicas, a educadora física destaca o Goalball, o Atletismo e o Futebol de
cinco. Ela avalia que as opções podem ser variadas de acordo com cada patologia,
considerando os contextos em que atividade física pode atuar. “Precisamos
considerar o ser humano na sua totalidade, incluídos os domínios cognitivos,
motor, emocional e social. Um exemplo é a síndrome de Down, condição na qual
iniciamos a estimulação precoce a partir do primeiro mês de vida”, explica.
Já para incluir a atividade física na vida de
crianças com Deficiência Visual, a professora propõe que seja feito um programa
de atividade motora adaptada, fundamentado na compreensão do processo de desenvolvimento
do praticante. Com especial recomendação para o judô, natação, atletismo e a
equitação. A especialista destaca a necessidade de projetos que envolvam
organizações esportivas, de dança, de jogos e de ginástica para ampliar as
possibilidades de participação de quem apresenta diferentes e peculiares
condições.
Outro ponto essencial é ampliar políticas públicas
de acessibilidade, com ênfase na inclusão social através do paradesporto.
“Promover qualidade de vida de pessoas com deficiência vai muito além da
assistência médica ou da prevenção de doenças. Deve, sempre, favorecer o
aprimoramento pessoal e o bem-estar, derrubando barreiras e facilitando a vida
produtiva em sociedade”, recomenda.
Direitos das Pessoas com Deficiência
De acordo com a Lei nº 13.146/15, a pessoa com deficiência é aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em
1992 o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Desde então, todos os anos,
os países membros comemoram a data com o intuito de gerar conscientização,
compromisso e ações que promovam os direitos das pessoas com deficiência (PcD).
Pelo menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, o que
representa cerca de 24% da população do país, segundo informações divulgadas
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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