O Brasil é considerado um dos países mais ansiosos
do mundo, sendo que cerca de 12 milhões de pessoas sofrem de depressão. Somado
a isso, a pandemia trouxe ainda um grande impacto à saúde mental da população,
destacando-se como causas o isolamento, o medo, a crise econômica e as perdas
em geral. Esses dados tão alarmantes ensejam a reflexão a respeito da
importância da discussão aberta sobre saúde mental.
De acordo com a OMS, a saúde é definida como um
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como
ausência de doenças. Especificamente no caso da saúde mental, na ausência de
uma definição oficial, podemos caracterizá-la como a forma como as pessoas
reagem aos desafios e mudanças da vida e lidam com suas emoções, em última
instância, com a capacidade de entristecer-se e situar-se novamente.
Nesse sentido, é preciso ter cuidado com os
estigmas que recaem sobre os indivíduos que passam por situações de sofrimento
psíquico, algo muito comum em nossa sociedade e fato que advém do
desconhecimento. É preciso que todos estejam abertos a conhecer e acolher essas
condições, sem qualquer tipo de julgamento, pois falar sobre saúde mental
deveria ser tão natural quanto falar sobre uma doença física.
Em nossas escolas, esse cuidado se revela de várias
formas: em primeiro lugar, nossa equipe procura manter-se constantemente aberta
para ouvir os alunos em um ambiente seguro e acolhedor. Além disso, faz parte
das capacitações obrigatórias dos profissionais que atuam em nossas
instituições a formação para prestar o primeiro atendimento em casos de crises
envolvendo emergências psicológicas, tais como crises de ansiedade, ataques de
pânico, ideação e tentativa de suicídio e autolesão, a partir de protocolos
elaborados pela equipe de Psicologia Escolar. Por fim, mas não menos
importante, são trabalhados de forma transversal em nosso currículo, assim como
em disciplinas específicas, temas ligados ao desenvolvimento da empatia, do
respeito, da cooperação, entre outros.
Maísa Pannuti - psicóloga, mestre e doutora em Educação, é especialista
em Psicologia no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento
(CIPP) dos colégios do Grupo Positivo: Colégio Positivo, Vila Olímpia, Positivo
International School, Semeador e Passo Certo.
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