Dr. Caio Henrique cardiologista e arritmologista, enumera os principais riscos e alerta para o fato de não haver restrição social ao uso de cigarros eletrônicos
Apesar de não realizar a combustão e
não ter cheiro de cigarro, os chamados cigarros eletrônicos não encontram
respaldo na ciência para serem considerados inofensivos se comparados aos
cigarros comuns.
Ao contrário: o que as pesquisas
dizem é que não há benefícios aos consumi-los e, sim, há altos riscos para a
saúde do coração.
De acordo com o Dr. Caio Henrique,
cardiologista e arritmologista pela Sociedade Brasileira de Arritmias
Cardíacas, os riscos desses cigarros eletrônicos que estão moda, ultimamente,
residem no fato de simular o tabagismo, mas não ser restrito como o cigarro
comum e porque o que ocorre é inalação de um líquido que também contém nicotina
e várias outras substâncias que, ao ser aquecido, se torna um vapor (aerossol),
inalado pelo usuário.
“Diferentemente do cigarro comum,
onde ocorre a queima (combustão) do tabaco e inalação da fumaça, no cigarro
eletrônico, também conhecido como Vape ou Vaping, imita-se o tabagismo, mas o
que ocorre é a inalação de um líquido que é aquecido pelo dispositivo e não a
queima de um conjunto de substâncias. E esse ‘produto’ é tão prejudicial à
saúde como fumar um cigarro usual”, explica.
O Vape faz menos
mal que o cigarro comum?
A ideia de que o tal cigarro pudesse
ser utilizado para tratar o vício em nicotina não possui evidências
científicas. “Atualmente já existem métodos médicos comprovados para
interromper o tabagismo incluindo medicamentos, reposição de nicotina e
acompanhamento psicológico”, frisa o cardiologista.
Segundo pesquisa do Circulation, uma
publicação que traz dados de estudos científicos, de 2019, houve aumento do
colesterol ruim (LHL) nos fumantes do Vape, em comparação com fumantes do
cigarro comum, enquanto o HDL, colesterol bom, era baixo em ambos.
No vapor inalado pelo “fumante” de
Vape e por quem está ao seu redor (fumantes passivos) há substâncias como o
propilenoglicol e a glicerina vegetal que, quando submetidas a altas
temperaturas, formam acetaldeído, formaldeído e acroleína, substâncias que
provocam câncer por serem altamente tóxicas. Além disso, os aromas, como o de
canela, oferece risco quanto à coagulação do sangue por ter efeito trombótico,
assim como outros aromatizantes que oferecem risco de eventos cardiovasculares
agudos.
Outro estudo da Associação Americana
do Coração mostra danos nos vasos sanguíneos, como ocorre com o fumante do
cigarro normal. A inalação lesiona a função vascular endotelial da mesma forma
que os cigarros por combustão.
Ou seja, “não muda nada deixar o
cigarro comum por um eletrônico, porque os riscos de desenvolver arritmias,
coágulos e inflamações aumenta consideravelmente da mesma maneira”, atesta Dr.
Caio.
Sem restrição
social
Como não há uma restrição social
legal, o vape é levado para o quarto, banheiro, praia, academia, escolas e os
usuários acabam consumindo mais vezes ao dia do que o cigarro tradicional, para
o qual há restrições.
Detalhe: e não são necessários muitos
dias de uso do Vape para sofrer. Desde a primeira baforada, já há mudanças na
frequência cardíaca e na pressão arterial.
“Os principais riscos para a saúde do
coração estão no desenvolvimento de alguns efeitos cardiovasculares que têm
sido descritos como por exemplo: aumento do tônus simpático cardíaco, disfunção
e estresse na parede dos vasos”, resume e finaliza Dr. Caio.
DR. CAIO HENRIQUE TORRES
SOUSA - CARDIOLOGISTA E
ARRITMOLOGISTA
CRM-SP
171474 / RQE 82939
Nenhum comentário:
Postar um comentário