Na véspera do
dia deles, especialista explica importância dessa prevenção para uma relação
saudável e segura para o casal Pixabay
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada no
ano passado, aponta que cerca de 1 milhão de pessoas afirmou ter tido
diagnóstico médico de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ao longo de 12
meses, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos ou mais. O
levantamento foi realizado em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde.
Entre os indivíduos que tiveram relação sexual no
ano anterior à data da entrevista, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas)
usaram preservativo em todas as relações sexuais. Ao menos 17,1% dos
entrevistados afirmaram usar às vezes, e 59% em nenhuma vez. As ISTs são
causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos que são sexualmente
transmissíveis, dentre elas a herpes genital, sífilis, gonorreia, HPV, HIV,
clamídia, triconomíase, além das hepatites virais B e C, podendo, dependendo da
doença, evoluir para graves complicações.
Com a aproximação do Dia dos Namorados, a
infectologista Juliana Barreto, que atende no centro clínico do Órion Complex,
ressalta a importância dos exames conhecidos como pré-nupciais, que estão
esquecidos. “A prevenção de doenças, como as ISTs, piorou com a pandemia da
Covid-19. E mesmo antes, as pessoas já não estavam preocupadas com isso. Estão
banalizando as doenças sexualmente transmissíveis, até entre os namorados”.
Apesar de ser chamado de exame pré-nupcial, a
bateria de testes que detecta as doenças infecciosas é indicada para todos, e
não apenas para quem vai se casar. A especialista ressalta que qualquer pessoa
que tenha um relacionamento sexual é indicado ter um controle de exames
sexuais, principalmente se não há uso de preservativo. “A importância de fazer
esses exames é para a saúde sexual de cada um e para começar uma relação
literalmente saudável entre ambos, uma relação segura. Se por acaso der alguma
doença sexualmente transmissível, é importante tratar, porque tem tratamento”,
explica Juliana Barreto.
*Os exames*
Juliana Barreto explica que o período ideal para
se fazer os exames pré-nupciais para o casamento é de três a seis meses antes.
“Porque se tiver qualquer doença dá tempo de tratar. Em caso de namoro, deve-se
ver a estabilidade e fazer com uma certa periodicidade, isso tem que ser
discutido entre o casal”, ressalta a infectologista, que explica que para os
exames iniciais as mulheres devem procurar um ginecologista e o homem,
urologista. “Eles fazem o diagnóstico, tratamento em geral vai seguir com
infectologista e com o acompanhamento desses especialistas.”
A médica dá detalhes do check-up. “Os principais
exames são de sífilis, HIV, hepatite B e C. É preciso fazer um exame físico
também, tanto da parte genital feminina quanto masculina, verificar se não tem
candidíase ou outras doenças venéreas. Os exames das doenças sexualmente
transmissíveis servem para os dois”, explica Juliana Barreto.
Contudo, a infectologista salienta que existem os
exames específicos para cada sexo. “A mulher deve coletar o preventivo,
prevenir câncer de mama e câncer de colo de útero, além de fazer uma ultrassom
da mama. Se ela está pré-nupcial, mas já está acima de 40 anos, é preciso fazer
a mamografia, avaliar histórico de câncer na família. O homem, se estiver acima
de 40 anos, deve fazer o PSA e avaliar a próstata, ver se não tem lesão genital
também”, afirma.
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