Está chegando a data mais romântica do ano (pelo menos para os casais apaixonados): 12 de junho, Dia dos Namorados. Um momento especial para os casais, regado a jantares apaixonados e trocas de presentes, recordações e declarações.
Comemorado no resto do mundo em 14 de fevereiro (o “Valentine’s Day”, ou Dia de São Valentim), a celebração se popularizou no Brasil a partir da década de 1950. Inspirado pelo Dia das Mães, comemorado em maio, um publicitário criou uma campanha pensada para melhorar as vendas do comércio durante o mês de junho. Deu certo e a data é celebrada até hoje.
Além do coração dos amantes, o Dia dos Namorados também aquece o comércio: segundo levantamento de uma plataforma de comércio eletrônico, os casais devem gastar, em média, R$ 221 reais em presentes este ano, com destaque para compras de calçados, acessórios, roupas e perfumes. Já uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aponta que 92 milhões de apaixonados devem ir às compras, movimentando R$ 18 bilhões de reais na economia brasileira.
Mas você sabia que dar presentes não é a única forma de demonstrar o sentimento pela pessoa amada? A coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professora Sueli Cominetti Corrêa (Psicóloga -- CRP 06/50926), explica que muitos aspectos compõem a experiência amorosa.
“Atenção, dedicação, diálogo e autenticidade são pilares essenciais e, embora não haja uma definição única e conclusiva sobre o que é o amor, as várias correntes teóricas da Psicologia concordam que se trata de uma experiência de conexão com algo ou alguém muito forte e necessária e que precisa ser cuidada”, pontua.
Segundo a especialista, a compreensão sobre as necessidades da pessoa amada, o companheirismo (aquela cumplicidade gostosa que precisa acontecer) e o carinho sincero são formas incríveis de demonstrar amor. “Valorizar o que a pessoa amada gosta; ouvir ao invés de supor; acompanhar, interessar-se sobre seus desafios, tudo isso demonstra que o que mais se quer é a felicidade dessa pessoa”, reforça Corrêa.
A psicóloga lembra ainda que o amor é um tema central na Psicologia e aponta que Sigmund Freud (1856-1939), em sua consagrada teoria, já abordava o amor, relacionando-o a pulsões internas e à busca por alívio e satisfação.
“Para Freud, a busca pelo prazer atravessa fases distintas individuais e culmina no encontro do outro como um parceiro para vivências. A natureza da experiência emocional destas fases, para muitos autores da Psicanálise, serve como um protótipo, um modelo, para relações futuras”, explica a psicóloga.
No que tange a relacionamento a dois, a mídia, os filmes e músicas exploram bastante este universo e acompanham os debates sobre o amor. A psicóloga menciona também que Erik Erikson (1902-1994) relacionou o amor maduro com a identidade (noção que construímos de nós mesmos), com a intimidade e a ideia de compromisso. O compromisso é um dos critérios pelos quais as pessoas se assumem como namorados.
Sueli menciona também que nas correntes humanistas, por exemplo, Abraham Maslow (1908-1970), defende o amor como uma necessidade humana, relacionando-o com nossos vínculos familiares, amizades e relações sociais. “Na medida em que cuida de sua autoestima e busca se autoatualizar, a pessoa torna-se cada vez mais apta a amar. Portanto, é essencial descobrir-se; amar-se para que o aprendizado sobre o que é amar verdadeiramente outra pessoa possa se completar”.
A professora acrescenta que, culturalmente, relacionamos o amor a algumas categorias: amor materno, amor fraternal e, especialmente na ocasião do Dia dos Namorados, o foco recai sobre os casais e sobre um tipo de amor mais íntimo/erótico, que é aquele direcionado a uma pessoa, com a qual há envolvimento emocional, dedicação afetiva e vivência sexual.
“O amor é um ponto crucial nas questões de significado e existência. Muito mais que um fenômeno biológico ou instintivo, a emoção, a cultura e as expectativas são componentes desta grande vivência que é amar”, elenca Corrêa.
Como orientação, Sueli diz que é importante que os casais conversem para entender suas necessidades e características; que parem de supor -- que dialoguem e que tenham a coragem de rever conceitos e seus próprios sentimentos.
“É necessário que aprendam a controlar o apego e o ciúme, mas que não fiquem desatentos à distância emocional, ao automatismo e nem a uma confiança cega de que sabem tudo sobre a pessoa amada. As pessoas mudam e precisam ser acompanhadas nas suas mudanças. A parceria e os toques físicos devem ser constantes e não só quando há desejo sexual. A entrega não é no tempo de relógio, mas vem da disponibilidade interior. O amor não segue uma receita padrão; o diálogo, o respeito e o entendimento mútuo devem ser parâmetros para um relacionamento saudável e duradouro”, completa a especialista da Anhanguera.
Parafraseando os poetas, Corrêa lembra que “toda forma de amor vale a pena”, “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”, e que o amor “seja eterno enquanto dure”.
Anhanguera
https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/
Kroton
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