No início da pandemia da COVID-19, anunciada em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), dificilmente alguém pensaria que a doença pudesse ser crônica. O agente causador é o novo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) e como o nome indica, a doença respiratória é aguda. No entanto, sintomas de COVID-19 mais duradouros começaram a ganhar amplo destaque entre os grupos de apoio social e mais tarde nas comunidades científicas e médicas.
A literatura usa o termo, COVID de
longa duração ou síndrome PÓS-COVID para descrever sequelas em pessoas que se
recuperaram da doença, mas ainda relatam sintomas da infecção por muito mais
tempo do que o normal.
A Covid de longa duração ou síndrome
pós-covid é pouco compreendida, pois afeta os sobreviventes em todos os níveis
de gravidade, mesmo adultos mais jovens e pessoas não hospitalizadas. Os
sintomas mais comuns relatados em muitos estudos são: falta de ar, tosse,
disfunção cognitiva (chamada de névoa cerebral), fadiga muscular, queda de
cabelo, dor de cabeça, dores no peito, problemas cardíacos e gastrointestinais,
palpitações, insônia, ansiedade, depressão e deficiência no paladar e olfato.
Esses sintomas podem persistir por até seis meses contando após a alta
hospitalar ou início dos sintomas da doença.
A recuperação é uma longa jornada. Uma
mente positiva, exercícios físicos moderados e uma alimentação saudável e em
quantidades adequadas, são os 3 pilares principais para vencer a doença e os
efeitos causados por ela.
Por isso, movimente-se e mantenha
pensamentos leves e alegres. Além disso, é aconselhável reduzir ou até mesmo
evitar a ingestão de sal em excesso, produtos industrializados, guloseimas
açucaradas (balas, biscoitos, sorvetes, bolos), bebidas alcoólicas e tabaco, e
aumentar o aporte de nutrientes e compostos bioativos presentes em determinados
alimentos que irão ajudar a aliviar os sintomas e na recuperação da doença.
Confira:
Problemas com sono, estresse, ansiedade
e depressão
Ambos aumentaram durante o confinamento,
tanto em pessoas contaminadas e hospitalizadas e contaminadas e não
hospitalizadas, pessoas não contaminadas e em indivíduos com síndrome
pós-covid.
A Nutricionista Adriana Stavro explica
que nestes casos é importante limitar a ingestão de cafeína, especialmente no
período da tarde ou à noite, pois seus efeitos estimulantes podem atrapalhar a
qualidade do sono.
Moderar o consumo de álcool. O efeito
do álcool pode atrapalhar o ciclo circadiano do sono.
Fazer a última refeição antes das
20:00h, para que você não esteja digerindo alimentos na hora de dormir e tenha
menos risco de refluxo.
Para aliviar estresse, ansiedade e
depressão, Adriana Stavro recomenda alimentos ricos em triptofano, como ovos,
banana, grãos integrais e cacau. O triptofano é um aminoácido precursor de
serotonina responsável por regular o humor, sono, memória, ansiedade e
depressão.
Queda de cabelo
Especialistas dizem que a queda e o
afinamento do cabelo durante a fase de recuperação se devem a um sistema
imunológico enfraquecido, agravado pelo estresse. Uma boa maneira de gerenciar
o problema é cuidar da alimentação, que deve ser com alimentos da safra, ricos
em nutrientes, que ajudam na imunidade e auxiliam no crescimento e controlam a
queda.
Biotina: Alguns alimentos fontes são
gema de ovo, grãos integrais, nozes, amêndoas, amendoim, couve-flor, cogumelos,
soja, feijão, lentilha, ervilha, bananas, framboesas.
Sementes: Chia, abóbora, linhaça, são três sementes que você pode adicionar à
sua alimentação para melhorar a qualidade do seu cabelo. O ideal é 1 colher de
sopa ao dia.
Proteínas: Nossos folículos capilares são feitos principalmente de proteína.
Assim, a ingestão adequada pode ajudar a melhorar a qualidade e promover
crescimento do cabelo. Inclua lentilhas, feijão, ovos, carnes brancas e magras,
para controlar a queda e obter cabelos longos e sedosos.
Complicações respiratórias
1- Compostos bioativos encontrados no cominho preto, feno-grego, alho,
gengibre, açafrão, hortelã-pimenta, podem ajudar.
2- Outro alimento importante é a
beterraba. A raiz possui efeito broncodilador. Ela pode ser consumida crua,
cozida ou em sucos.
3- Chá verde -- contém teobromina --
composto que atua como broncodilatador para melhorar a função das vias aéreas e
aliviar dificuldades respiratórias.
Problemas cardíacos
Ômega 3, cominho preto, feno-grego, alho, gengibre e cúrcuma.
Dor de garganta
1- Um alimento que ajuda nesse caso é o alho, graças a sua função antisséptica.
Ele pode ser adicionado a um chá com canela e gengibre, que promove alívio do
sintoma.
2- Outra dica é comer alimentos pastosos até a dor passar.
Perda de massa muscular/fraqueza
muscular
Aqui é essencial priorizar a combinação
de carboidratos e proteínas, explica Adriana Stavro. Inclua um alimento rico em
amido e uma proteína em cada refeição, inclusive nos lanches.
1- Alimentos ricos em amido incluem abóbora, cenoura, beterraba, batata doce,
mandioca, pão, massas e arroz. Escolha versões integrais para obter mais
fibras.
2- Ovos, lentilhas, soja, tofu, sementes de abóbora e gergelim, nozes,
amêndoas, carnes suínas magras, aves e peixes são boas fontes proteicas.
Perda do olfato e paladar
Alterações de paladar e olfato, podem
tornar o comer e beber menos prazeroso. Por isso:
1- Coma alimentos que goste
2-Ervas, especiarias e pimenta, têm
sabor mais forte, por isso são indicadas
3- Se sentir gosto metálico na boca,
experimente usar talheres de plástico ou de madeira.
4- Coloque cebola na salada e tempere
com vinagre. Estes alimentos possuem compostos sulforafanos, nos quais os
odores persistem por mais tempo na boca.
5- Frutas cítricas e aromas como café e
canela também ajudam.
Ausência de apetite
Neste caso coma pequenas refeições
várias vezes dia e tente aumentar gradualmente a quantidade.
Falta de ar
Isso pode dificultar muito sua
alimentação. Confira as dicas que Adriana Stavro listou que podem ajudar:
1- Tente sentar-se ereto ao comer.
2- Coma e beba lentamente, caso sinta
falta de ar pare e respire lentamente.
3- Tente comer nos momentos em que
estiver com menos falta de ar.
4- Coma pequenas porções várias vezes
ao dia.
5- Escolha alimentos macios e úmidos,
mais fáceis de mastigar e engolir, como peixes, purês, tortas, ensopados,
refeições com molhos, sopas, pudins de leite e frutas cozidas ou assadas.
6- Evite alimentos muito quentes ou
gelados. Eles podem agravar sua falta de ar.
HAS
1- Diminuir sódio e aumentar potássio.
O potássio ajuda eliminar o sódio pela urina. Alimentos fontes de potássio são
banana, água de coco, ameixa.
2- Consumir beterraba, pois o tubérculo
possuir nitrato um importante vasodilatador.
3- O equilíbrio entre o sódio e o
potássio promove o relaxamento dos vasos.
4- Manter uma boa hidratação. Embora
muitos não sentem sede, tente beber água regularmente ao longo do dia (35ml por
kg de peso). Algumas alternativas são os sucos de frutas naturais e chás. Uma
indicação de boa hidratação é a cor do xixi. Escuro é sinal de desidratação. O
ideal é uma cor de palha bem clara.
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