A chegada de novos líderes nas prefeituras do Brasil trará também novos desafios, já que a tendência para os próximos anos é a tentativa de tornar as cidades mais inteligentes. Nesse aspecto, a principal mudança que os gestores devem enfrentar é a automação e a transformação digital dos setores da administração pública. Um desafio complexo e burocrático, mas que tende a trazer benefícios a curto, médio e também longo prazos para todas as cidades que adotarem.
O objetivo de tornar as cidades cada vez mais
inteligentes é visto como uma vantagem que abrange diversos setores da
administração. Uma cidade conectada e inovadora está diretamente relacionada ao
crescimento socioeconômico local, por exemplo. Quando uma cidade proporciona o
bem-estar de uma população, faz a gestão do meio ambiente e dos serviços
públicos de forma adequada, essa cidade inteligente acaba atraindo pessoas que
querem viver nela, desenvolver os seus negócios e implantar suas empresas. E,
assim, ela realmente começa a fazer parte de um ecossistema.
Além disso, um local que valoriza seus moradores e
oferece qualidade de vida tende a ser também valorizado e, consequentemente,
gera otimismo, boas expectativas e incentiva o investimento regional, trazendo
novas pessoas e também cativando aquelas que já fazem parte do ambiente. E, por
isso, o caminho para se investir em tecnologia e tornar os serviços públicos
mais eficientes passa por uma análise criteriosa de todos os processos que
envolvem a administração pública municipal.
Em uma análise das principais áreas, como saúde,
educação e mobilidade, deve-se investigar o que é possível melhorar
nesses processos, o que é possível fazer de diferente e inovar nesses locais.
Dessa forma, uma prefeitura consegue dados concretos para criar medidas
efetivas, e não somente paliativas, para transformar uma cidade em um ambiente
saudável e acolhedor para os cidadãos, que são o principal motivo e razão para
que os gestores busquem melhorias.
Dentre as principais características que
identificam uma cidade inteligente, no topo está o cuidado com a qualidade de
vida dos moradores. Por isso, o conhecimento aprofundado sobre o funcionamento
do município é essencial. As ferramentas hoje são a base principal para que
bons planos diretores sejam desenvolvidos. Quando juntamos tecnologias como
drones - que podem fazer sobrevoos e coletar dados - e Internet das Coisas -
que começa a contar fluxo de pessoas e de veículos e consegue gerar pesquisas
-, todas essas ferramentas proporcionam o desenvolvimento de um plano diretor
assertivo.
O uso de dados e a otimização que a tecnologia
proporciona para compreender cenários e gerar soluções são os pontos que faltam
no sistema público, que muitas vezes ainda segue pilares engessados e pouco
efetivos na resolução de problemas. Dentro da gestão de uma cidade, saber
interpretar os problemas, entender as falhas e compreender as necessidades de
quem vive a cidade são virtudes imprescindíveis e que podem, facilmente, serem
instauradas com o auxílio do mundo digital.
Fabrício Ormeneze Zanini - diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).
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