Especialistas destacam a importância de preservar o ecossistema para reduzir as chances de contato com males ainda desconhecidos
O novo coronavírus já matou mais de 200 mil pessoas
no Brasil. Diante da situação, ecologistas defendem que vírus como estes podem
ser evitados, se a população tiver mais conscientização ambiental.
De acordo com o fundador e presidente da ONG Save
Cerrado, Paulo Bellonia, quando o homem destrói uma floresta para abrir terras,
constrói barragens ou elimina a biodiversidade de forma desenfreada, acaba
desencadeando problemas que podem afetá-lo diretamente. “Agora, estamos
entrando mais em contato com patógenos de animais silvestres quando alteramos
seu habitat, em um contexto pior para nós: a densidade populacional dos seres
humanos é muito mais alta, e estamos muito mais conectados, o que favorece o
espalhamento da doença.”, completa Bellonia.
As mudanças climáticas, causadas pelo desmatamento
humano, também exercem seu papel no surgimento de novas doenças, segundo
cientistas. “Há outras maneiras pelas quais nossas atividades humanas podem
facilitar o surgimento ou transmissão de doenças, como o desmatamento, isso não
pode ser ignorado”, alerta o fundador da SaveCerrado.
Como contribuir com a
preservação?
Agora que todas as nações estão sofrendo os
impactos causados por um único vírus, Paulo acredita que muitas pessoas estão
abrindo suas mentes e enxergando além de sua própria rotina nas cidades.
“Defender o equilíbrio do ecossistema é preservar a saúde e o bem-estar humano.
Tudo está inserido dentro de um importante ciclo”, alerta. Por isso, fundou a
Save Cerrado, uma ONG que atua exclusivamente no Cerrado, bioma com uma das
maiores riquezas de biodiversidade do planeta.
“Nossas ações estão relacionadas com áreas específicas e de altíssima
relevância de preservação para a sociedade brasileira e mundial, tanto pela
abundância das águas quanto pelo fato de se tratar de um hotspot, tudo com
total transparência de onde exatamente os recursos estão sendo aplicados”,
informa. Hotspots são áreas com grande biodiversidade, ricas principalmente em
espécies endêmicas, e que apresentam alto grau de ameaça. Elas se concentram em
apenas 2,3% da superfície do planeta e detém cerca de 60% de patrimônio
biológico do mundo.
Durante a pandemia, a Save Cerrado iniciou uma campanha que vai destinar parte dos recursos captados às entidades e projetos que estejam atuando no combate aos impactos sociais da doença.
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