Em contrapartida,
61% apontaram a necessidade de investimentos em tecnologia e 32% em gestão de
pessoas
Pesquisa exclusiva da EXEC, maior consultoria
brasileira especializada na seleção de executivos do alto escalão e programas
de desenvolvimento de liderança, investigou os impactos da pandemia nos
negócios sob a perspectiva de 90 executivos C-Level em posição de comando em
suas empresas, sendo 51% destas companhias com faturamento acima de R$500
milhões. Os executivos tiveram a opção de responder em múltipla escolha, por
ordem de importância, cada uma das avaliações.
Para 42% destes profissionais ouvidos pela pesquisa
o faturamento foi o aspecto mais impactado nos negócios, enquanto para 36% o
ponto mais crítico da crise foi organizacional e operacional. Para 11% o
aspecto mais desafiador a ser superado no período foi o relacionamento com o
cliente.
“Em um cenário repleto de excepcionalidades como
foi o primeiro semestre de 2020 as perdas de faturamento acabam trazendo a
necessidade de se reposicionar, o que implica investimentos e novas soluções do
ponto de vista organizacional. A crise sanitária, por suas próprias
características de isolamento, impactaram de forma abrupta o modelo de
trabalho que teve que se reposicionar de forma urgente”, afirma o sócio
fundador da EXEC, Carlos Eduardo Altona.
Em contrapartida, a necessidade de investimentos no
primeiro semestre para a viabilidade ou expansão dos negócios é apontada pelos
90 líderes de empresas ouvidas. Entre as principais áreas que receberam
investimentos, 61% dos líderes indicam que suas empresas fizeram investimentos
em tecnologia, enquanto 32% afirmam que tiveram que investir em gestão de
pessoas, 24,5% indicaram investimentos em marketing, 22% na expansão de sua
estrutura de comércio eletrônico, 22% em desenvolvimento e formação de
profissionais e 13% em logística.
Os profissionais relataram, ainda, que em 30% de
suas companhias se registrou retração acima de 10% no faturamento, enquanto 20%
mencionaram regressão até 10%. Para 18% dos altos executivos participantes da
pesquisa, em suas empresas houve estagnação nos resultados do período frente ao
primeiro semestre de 2019. Para 28%, entretanto, se registrou crescimento acima
dos 10% no comparativo com o ano passado.
Os processos de reorganização das equipes de
trabalho no período mais crítico das políticas de isolamento social demandaram
investimentos em tecnologia que não estavam previstos no orçamento para 29% das
empresas, segundo os executivos que participaram deste levantamento, enquanto
65% afirmaram que suas empresas conseguiram se organizar sem dificuldades.
Em 85% dos relatos destes executivos foi mencionado
a criação de comitê de crise para lidar com os efeitos da crise, sendo que em
66% dos casos o assunto foi conduzido pelos Conselhos de Administração ou
Consultivos destas empresas, enquanto que 86% das companhias se viram obrigadas
a inovar e rever suas estratégias para manter seus ganhos ou minimizar persas
no período.
Para 30% das empresas houve a necessidade de
substituição de profissionais no alto escalão para se tornarem mais
competitivas diante de um cenário de grandes mudanças e adversidades, enquanto
70% das companhias não fizeram mudanças no primeiro semestre.
Em relação ao segundo semestre, 98% dos executivos
afirmam que suas empresas demonstram interesse em contratações para novas
posições ou substituição de profissionais no alto escalão. Entre os perfis mais
desejados por estas empresas, 50% afirmaram priorizar habilidades
comportamentais, 42% buscam profissionais com perfil mais digital, 29%
afirmaram buscar executivos com perfis mais técnico 23% apontam ser necessário
contratar executivos mais experientes, enquanto que para 10% os executivos com
remuneração em níveis menores do que os atuais serão os mais demandados por
suas companhias.
“A movimentação de executivos ficou estagnada entre
Março e Abril, mas logo em Maio começamos a perceber os efeitos destes
indicadores captados pela pesquisa, com substituição de profissionais e até
mesmo busca por executivos preparados para novas funções criadas pelas empresas
no contexto da pandemia”, explica Altona.
A sustentabilidade está no radar de 51% das
empresas que pretendem contratar profissionais especializados no tema. Para
37%, não há no curto e médio prazo intenção de buscar especialistas na área.
Quando perguntados sobre quais os especialistas
mais desejados por suas empresas considerando 3 das principais mudanças
culturais nas organizações na última técnica, os executivos afirmaram o
seguinte: 27% afirmam priorizar a busca por profissionais especializados ou com
afinidade em diversidade, 22,5% consideram contratar profissionais
especializados na transformação digital, enquanto 9% apontam a necessidade de
líderes especialistas em meio ambiente.
“Diferentemente de outras crises, a atual ao invés
de esfriar as políticas de inclusão nas empresas, acelerou os processos e as
empresas passaram a incorporar de forma estruturada políticas de contratação
voltadas para absorver talentos deste contexto de diversidade. E este é um
fenômeno global, que vem sendo discutido por consultorias fora do Brasil
também”, analisa.
Nos primeiros seis meses do ano não houve redução
de salários em 69% das empresas cujos líderes do alto escalão participaram
deste levantamento conduzido pela EXEC, enquanto 17% afirmaram ajustes que
deflagaram planos de redução salarial entre 15% e 30%. Para 9% as reduções
ficaram na casa dos 15%. 5,5% dos casos registram aumento de salário.
Entre as soluções em Recursos Humanos mais
utilizadas pelas empresas no primeiro semestre, 65% dos profissionais apontaram
o fortalecimento de cultura e valores da empresa, 60% investiram no
desenvolvimento e formação de novas lideranças, 18% proporcionaram ferramentas
de coaching para seus executivos do alto escalão, 17% das companhias investiram
em programas de recrutamento e seleção de profissionais e 3,5% focaram investimentos
na renovação ou estruturação de conselhos.
“Quando as empresas priorizam investimentos em
cultura e identidade, como a pesquisa revelou, faz todo sentido que estejam
focadas na formação e no desenvolvimento das lideranças atuais e de novas lideranças”,
conclui Carlos Altona.
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